20 julho 2013

Pensar dos leitores: Fernando Gouveia


É verdade que, no nosso concelho. como em todos os concelhos do país, o poder autárquico democrático realizou uma obra importante, transformando localidades paradas em centros urbanos modernos e bem equipados. Conhecendo um pouco de outros países europeus, talvez possa mesmo afirmar que os nossos concelhos têm hoje infraestruturas que as entidades territoriais de países mais ricos não possuem. Isto pode ser muito bom, mas também pode trazer problemas de manutenção e utilização, como bem explica o JLM.
Há, de facto, uma densidade de equipamentos municipais no interior do país que parece exagerada, em comparação com a densidade populacional, o que leva a duvidar da seriedade dos estudos que justificaram esses equipamentos. Ter-se-á tratado, nalguns casos, muito mais de obra para "encher o olho" do cidadão eleitor, ou, pior ainda, de uma emulação tola em relação a municípios vizinhos, cedendo a sentimentos bairristas que não mereciam ser atendidos.

Mas a obra está feita e, em vez de deixar os equipamentos ao abandono, sempre será preferível encontrar uma utilidade pública para eles.

Queria neste particular referir-me apenas aos equipamentos mais vocacionados para a expressão cultural, como o centro cívico e o centro de apoio rural. São instalações que, pela sua natureza, necessitam de uma certa massa crítica para se tornarem úteis. Até tenho a impressão de que o centro cívico foi obra a mais para gente a menos.

No entanto, quem visitar Carrazeda num fim de semana dificilmente encontrará onde passar uma hora depois de jantar. Não seria possível dinamizar esses espaços com algumas actividades culturais?
Sei que o concelho tem uma rede de associações, algumas delas com actividades permanentes e outras mais modestas, com actividades esporádicas. Mas pensemos apenas em duas, sem obviamente retirar mérito às restantes: a Associação Recreativa e Cultural de Pombal e a Banda de Música do Vilarinho. Não seria possível incentivar essas associações a realizarem espectáculos de teatro e de música na sede do concelho? E há outros talentos no concelho. Já um dia assisti, com enorme prazer, no centro de apoio rural, a um recital de música clássica de alunos do conservatório naturais do concelho. Por que se não repetiu essa experiência e outras?
Há bons músicos, grupos de cantares, artistas plásticos, fotógrafos premiados, professores habilitados para conferências sobre os mais diversos temas, especialistas de diversas áreas do conhecimento. Ficaria assim tão caro aproveitar essas competências para despertar o gosto pela cultura nos residentes?

5 comentários:

Anónimo disse...

Muitíssimo bem, Fernando Gouveia! Aqui temos, de forma simples e límpida, como os responsáveis autárquicos poderiam dinamizar aqueles e outros espaços na sede de concelho, sem grandes custos e com grandes benefícios para esta "pasmada" terra de muitos e bons artistas...

HR

Anónimo disse...

É um texto repetitivo e cujo teor já conhecemos muito bem! Mas não sabe que em tempo de Pré-campanha há muita gente que gosta de meter a foice em Seara alheia? Até aqui não é novidade. Todos nós sabemos onde está o epicentro dos males da nossa terra. No Ceio de quem nos governa seja a nível nacional ou mesmo local. Todos eles estudaram pelos mesmos Livros.
Como diz o velho Ditado: Vira o disco e Toca o Mesmo. O mesmo é dizer “Prepara-te Zé Povinho, que mais uma vez vamos entrar no teu Bolso”.

Fernando Gouveia disse...

Ao caríssimo anónimo:
Se o texto é repetitivo, o meu caro lá saberá! Garanto-lhe que é original e não vi a ideia que apresento escrita em nenhum lugar relacionado com Carrazeda. Aliás, o texto, amávelmente puxado para título pelo propritário do blogue, era um comentário a um texto anterior do JLM sobre o uso das infraestruturas construídas no concelho.
Quanto à referência "meter foice em seara alheia" confesso que não entendi o seu alcance, sobretudo quando a relaciona com o período de pré-campanha. Não considero intervir em assunto alheio quando exprimo ideias sobre a minha terra, não o faço a propósito de campanhas eleitorais, nunca fui nem tenciono ser candidato a nenhum cargo municipal, nunca escrevi a minha assinatura sob nenhum apelo de campanha ou lista eleitoral. Isto não quer dizer que não tenho opinião ou que não defendo soluções identificáveis do ponto de vista político. Quer dizer apenas que, por razões pessoais, me abstenho de intervir politicamente na minha terra.

Abcdesporto disse...

Amigo Gouveia:
Não olhe a provocações. Pois como um bom freguês tem todo o direito de dar a sua opinião, sobre a terra que o viu Nascer.
Só mesmo gente mesquinha é que poderia ter feitio um comentário anónimo desse género.
Ainda somos livres no pensamento!
Cumprimentos Amigo Gouveia

Abcdesporto disse...

Queria dizer: "feito"