Psicotrópicos
são aquelas substâncias que têm o condão de alterar o nosso psiquismo. Dão-nos
desenvoltura verbal e gestual ,imaginação fértil, inteligência arguta e
descontração (muita descontração). Vem tudo isto a propósito de um artigo
dedicado a Carlos Fiúza. Na sua reação ao artigo, ele parece um tanto agastado
e terá alguma razão. E aponta como causa para o meu dislate o facto de eu tomar
algumas substâncias que me fizeram dizer o que em circunstâncias normais eu não
diria. E tem razão. Há uns anos atrás não teria, de certeza, o atrevimento que
agora tive. A tomada de posições requer uma certa descontração e uma dose
razoável de leviandade; de contrário, alguém, que seja tímido como eu era,
acaba sempre por optar pelo mutismo, com medo de vir a ser entendido como
inconveniente. Ora, determinadas substâncias desinibem-nos mas, por vezes, uma
espécie de diabo toma conta de nós. Ficamos um tanto desinibidos demais. Foi
isso o que me aconteceu ,melhor, é isso o que me tem acontecido.
Vista e
assente a causa do procedimento repreensível, vejamos, ponto por ponto, o desenvolvimento
do pensamento que levou à redação total do referido artigo.
Comecei a
escrever sem saber se o que se seguiria iria ser a sério ou a brincar. Nas
primeiras linhas , nota-se logo que aquilo iria terminar em brincadeira(de mau
gosto, convenho).
Mesmo a
brincar, reconheço que, na luta verbal em que nos engalfinhámos, eu estava a
perder em toda a linha, ao contrário do que de início pensava, que seria uma
vitória fácil, pois eu fiquei molestado e o meu contendor permanecia intacto.
A aliança de
que falo e o prestígio obtido pela participação no blogue só podem ser
entendidos como resultado duma imaginação muito fértil, já que a participação
num blogue de Carrazeda (o JAM que me perdoe) não carreia importância a
ninguém(melhor ,carreia em pequeníssima medida), muito menos a nível nacional.
Claro que é
verdade que todos nós ficámos aturdidos com a profundidade dos pensamentos e
análises e a exaustão das explanações de Carlos Fiúza. Também é verdade que os
seus textos tinham todo o contorno de trabalhos do mais alto nível
universitário.
A brincar,
simulei que isso me desfavorecia e que era preciso desmascarar o intruso. E,
talvez aqui, tenha enveredado pelo caminho mais polémico. Recorri àquilo que o
homem comum pensa do professor universitário, que é miudinho, confuso, de
linguagem inacessível . É o recurso do homem vulgar, a que deita mão para
escapar ao esmagamento pelo superior saber de um espírito culto, profundo,
inacessível ao comum dos mortais.
Exagerei,
talvez.
Mas esta é a
minha defesa. E que venha agora o julgamento dum juiz magnânimo, pois um muito
rigoroso não me convém.
João Lopes de
Matos
8 comentários:
Meu caro JLM
Não sei o que pensará o Carlos Fiúza e não quero ser juíz dessa questão, até porque, para mim, não há questão. Entendi, de facto, o seu artigo como brincadeira, normal entre pessoas que se conhecem e, ademais, se respeitam.
Mas, como não conheço pessoalmente - para meu desgosto - nem o JLM nem o CF, posso, em toda a independência, afirmar que os dois escrevem coisas interessantes neste blogue. As experiências de vida são diferentes, o CF tem, de facto, intervenções que demonstram muita cultura e muito trabalho de investigação, e o JLM traz-nos, por vezes, a reminiscência de quem sente a terra e pretende "puxar" por ela.
Também entendo que escrever, aqui ou noutro local, não visa dar-nos projecção, mas apenas permitir-nos contribuir para uma troca de ideias, pelo que não entendo isto como uma competição de saberes ou de competências.
Posto isto, resta-me esperar que continuará a fazer o exercício da escrita aqui, entre conterrâneos, e que o CF suscite novos assuntos para debate saudável, como sabe tão bem fazer.
Um abraço a ambos.
Caro JLM
começo a ficar preocupado com a sua argumentação... já dificilmente consigo conter as lágrimas..
cump
mario carvalho
Caro JLM
começo a ficar preocupado com a sua argumentação... já dificilmente consigo conter as lágrimas..
cump
mario carvalho
Caro JLM
após ter lido o comentário "juiz magnânimo," Fernando Gouveia e as minhas lágrimas ,, transformadas em choro copioso.. "quasi que juro" que o Carlos Fiúza regressará à defesa da terra de que ele tanto gosta e ao blogue para que tanto contribuiu..
cump a todos .. façamos tudo pela nossa e orgulhemo-nos do que somos ....duros com os duros e condescendentes quando é preciso
abraço a todos
mario carvalho
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Para quem não se preocupa com pormenores... este blogue é um sucesso nacional, sem propaganda barata... basta verem o numero de visitas... por isso a imagem de Carrazeda.. também transparece aqui
Meu Caro João
Contrariamente ao que possa ter pensado, não fiquei "agastado".
E não fiquei, acredite.
Como escrevi, já o conheço suficientemente bem para "ler" em si determinadas características.
"Avante", pois!
Não se livrará, assim, tão facilmente de mim.
Abraço
CF
PS - Razão terá MC... a sua "argumentação" comoveu-me quase até às lágrimas.
Caro MC:Começo a ficar preocupado com o enigma da sua escrita:não sei se hei-de rir se chorar!
JLM
Caro JLM
na dúvida " sorria"
...
e parabéns ... a sua argumentação conseguiu convencer o CF
Este será um dia para comemorar
mario carvalho
Caro MC:Agora sorrio.Até porque tudo está bem quando termina bem.E é bom ver toda a família do "Pensar Ansiães" novamente unida e em força para lutar pelas grandes causas do país(cada um à sua maneira,claro).
JLM
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