30 dezembro 2012

ALÉM: João Lopes de Matos



Vi-te morto no teu leito de morte
Calado ,todo calado
Quieto, todo quieto
Não me viste
 Interroguei-te
 Não me respondeste
Onde estás tu?
Já não estás?
Já não sabes de mim?
Já não sabes de ninguém?
Ainda és?
Onde?
Dói muito podermos nada sermos.

JLM

3 comentários:

Anónimo disse...

PARA ALÉM DO ALÉM

Vi-te sorumbático,
Preocupado, triste,
Irrequieto até…

Insistentemente,
Obcessivamente,
Morbidamente mesmo…
Perguntas,

Onde estou,
Com quem estou,
O que faço aqui…

Não te respondi
Não vou responder…

Onde estou,
O que faço
Transcende-te…

Mortal intruso,
Mortal impuro…

Ainda sou?

Sou o que nunca fui,
O que sempre ansiei ser…

Sou EU,
Finalmente

CF

Anónimo disse...

fechar o ano 2012 com poesia, é um bom sinal de otimismo para o ano (cristão) seguinte!... Valha-nos a poesia! Parabéns aos poetas!
HR

Anónimo disse...

Da série "Epigramas", Bocage:



Estando enfermo um poeta
foi visitá-lo um doutor
e em rigorosa dieta
logo, logo o mandou pôr
- Regule-se, coma pouco -
diz-lhe o médico, eminente
- Ai senhor! (acode o louco)
por isso é que estou doente.