23 julho 2012

– Uma viagem à Casa da Moura iv –

A Cova da Moura

Eis-nos chegados ao destino e ao mesmo tempo ponto de partida das nossas cogitações. Depois de ganhar fôlego e voltar costas a uma realidade pouco animadora, está na hora de contemplar uma construção invulgar e enigmática. 
 
Aí se levantam a cerca de dois metros de altura oito esteios graníticos (mais um que jaz partido) formando uma câmara encimada por uma laje a modos de uma mesa ou altar. Uma galeria larga e comprida virada a nascente aponta para o interior misterioso. Na face superior da mesa há nove covinhas dispostas, cinco delas, em duas linhas paralelas e dois sulcos que escorrem para o extremo dela. 
 O abade de Baçal elucida que as covinhas são mais frequentes que os sulcos. E diz-nos que muitos autores as consideram símbolos religiosos, relacionados com o culto dos mortos, embora até hoje ninguém tenha explicado satisfatoriamente o seu significado. 
O megalitismo, cuja expressão maior no Norte do país são as antas, está datado dos fins do quinto milénio até cerca de 2000 anos a.C. caracteriza-se por um conjunto de construções que, se pensa, serviu a prática de funerais coletivos. 
A descoberta de menires (pedra vertical fixada no solo) e cromeleques (menires em forma circular), antas e outros dólmenes com uma certa disposição no espaço, inscrições e gravuras rupestres permite admitir também que se realizavam cerimónias ligadas à magia dos astros, nomeadamente o sol e ao culto da fertilidade.

(Continua)

2 comentários:

Anónimo disse...

http://www.brigantia.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7468&Itemid=43

ainda n tinha visto esta noticia

Anónimo disse...

Linda imagem esta da Anta de Zêdes. Pena é, que a Câmara ou a Junta de Freguesia, não tenham uma pouca de tinta branca para pintar a placa indicativa deste monumento que bem merece.