Quantas vezes viajamos à roda do nosso quarto ou caminhamos num
repetitivo trajeto, porque andar é um imperativo que se nos exige face à vida
sedentária, ao aumento de peso, aos valores altos da análise do colesterol e
dos triglicerídeos, palavras tão medonhas, como outrora eram o mau-olhado e as
pragas. Abrenúncio!
Há aquelas caminhadas coletivas com planificações rigorosas:
apoio médico, forças de segurança… que roçam a genialidade do estudo programado
e dedicado ao físico: os metros percorridos, o número de passadas, o total de
calorias gastas e a quantidade de líquidos que devem ser ingeridos.
Há aquelas outras que terminam com o estender do farnel
recheado para partilhar à sombra e em ameno convívio e, valha-nos S. Gonçalo,
repõem ainda mais calorias que as consumidas.
E então não se hão de programar caminhadas para os olhos?
Porque há tanto que ver, descobrir e aprender em trajetos à volta deste
concelho tão imensamente rico em património oral, arqueológico, monumental e
paisagístico.
Os que podem, viajam para as praias, ou se o orçamento
permite, para umas férias tropicais, de preferência nas Caraíbas, para
desfrutar de águas tépidas, tempo esplêndido, destinos inesquecíveis, em suma,
verdadeiros paraísos naturais que resultam, em aventura e prazer, algumas
picadas de mosquitos e uns distúrbios intestinais.
Pois, bom proveito! Ficamos por aqui a concordar com Garrett:
“tenho visto alguma coisa no mundo, e apontado alguma coisa do que vi. De todas
quantas viagens porém fiz, as que mais me interessam sempre foram as viagens da
minha terra”.
Pegamos o bordão de romeiro e toca a peregrinar pelos
caminhos da minha terra em busca de histórias para contar. Caminhemos então, ou
pedalemos ou seguramos o volante, bem mais cómodo, o preguiçoso se confessa, e
partamos à descoberta para conhecer, aprender e fantasiar.
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