18 julho 2012

As feiras de Carrazeda V


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Em 1734, o juiz de fora, representante do rei, José Alvares de Almeida ao chegar à vila de Ansiães, vê o seu estado calamitoso, recusa-se a habitar ali, aloja-se na Fontelonga e escolhe Carrazeda para sede do seu ministério. Aí edifica “cazas para audiência, camera, e sua rezidência e mais cadeias”, em Abril de 1734, e aí criando uma feira mensal por alvará de D. João V, com data de 1737. O pelourinho de Ansiães, símbolo do poder municipal, foi mandado destruir pelo juiz Francisco Justiniano Ferraz de Araújo para “desfazer e acabar com os prestígios que a antiga Villa de Anciaens tinha” e será durante o seu mandato que a aldeia de Carrazeda será elevada a vila com a edificação de um novo pelourinho em junho de 1747.

Praticamente todas as vilas e sedes de concelho passam a ter a sua feira reservada à conservação do seu mercado concelhio e à realização das suas receitas e financiamento municipal. As grandes feiras mensais das cidades e vilas da Província articulam-se entre si, não se sobrepondo nas datas de realização, impedindo a concorrência entre elas, de modo a melhor poder estimular e organizar fluxos maiores e mais amplos de comércio.

As feiras de ano generalizam-se e vão, em geral, associadas à realização de festas e romarias de maior dimensão o que significa dizer que é o calendário festivo e religioso que dá ocasião à realização de feiras e mercados, que só servem as necessidades do consumo do dia e romeiros, mas dão também azo a alguns comércios e às vezes a grandes concentrações anuais. 

Uma das inquirições das memórias paroquiais de 1758 era saber “se tem feira e em que dias e quantos dura, se é franca ou cativa?” Eis o resultado para o concelho de Carrazeda de Ansiães:

(continua)

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