Amostras de sangue viajam 41 Km no IP4
O fecho do laboratório de patologia clínica do Hospital de Macedo de Cavaleiros às 20h00, fins-de-semana e feriados, impede que se façam análises clínicas aos doentes internados.
A falta de um controlo imediato da circulação sanguínea pode colocar em risco a vida de um doente, por exemplo, se estiver a sofrer um enfarte.
Sempre que é necessário fazer análises nos períodos nocturnos, fins-de-semana ou feriados, as amostras de sangue são colhidas e enviadas, pelo IP4, para o laboratório do Hospital de Bragança, que a 41 quilómetros, apesar de o laboratório do Hospital de Mirandela ficar 15 quilómetros mais perto.
O alerta é feito ao Correio da Manhã pela candidata à Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que tomou conhecimento deste facto nas visitas que efectuou às unidades de saúde. Ana Rita Cavaco sublinha que "sai mais barato pagar a um técnico de laboratório que trabalhe das 20h00 às 08h00 do que pagar motoristas, gasóleo e portagens". (...) ler mais aqui
A racionalização, princípio que tudo explica no encerramento de serviços do interior, não pode servir o esvaziamento de valências de unidades de serviço público em detrimento de macrocefalias regionais. A interioridade não é desistência. O Hospital de Mirandela e também o de Macedo, unidades com uma boa localização geográfica para servir a população de todo o distrito, têm vindo a ser desqualificados em favor do brigantino. A população do centro, sul , este e oeste do distrito é fortemente penalizada em clara vantagem da capital distrital. Lembram-se do que aconteceu com a Maternidade? Mirandela fazia mais partos, tinha melhores condições e a decisão foi localizá-la em Bragança.
O distrito e a sua sede foram definidos pelo poder central em 1835. A sua função regional era nula ou praticamente inexistente na origem. Havia vilas e até aldeias com população quase igual ou superior. Atente-se à vila de Carrazeda. Nos anos 70 e 80, para não recuar mais, a sede do concelho era menos populosa que algumas aldeias.Foi a presença de novos organismos públicos: quartéis, escolas, universidades, hospitais... que estimularam a sua actividade e crescimento.
Esta situação do "sangue a viajar" é mais um exemplo do desprezo das populações limítrofes dos centros administrativos. Teoricamente a sua defesa passa pelo desagrado sob as formas que se conhecem, mas também pela tomada de posição dos autarcas, primeiros defensores do povo que representam. Os nossos presidentes de câmara, nesta como noutras situações, não tomam qualquer posição pública na defesa dos seus eleitos e isso é muito lamentável...
2 comentários:
E VÃO OS FIGOS, E VÃO AS UVAS, E VÃO AS NOZES ,E VÃO AS CASTANHAS E TUDO O QUE POSSAM APANHAR.
Quando os autarcas sacrificam o desenvolvimento do colectivo para simplesmente colherem no imediato meia dúzia de votos aqui e ali, calculisticamente, com os olhos postos no próximo acto eleitoral,diz tudo dos que têm em maõs os nossos destinos!...Mas se ao menos o povo reagisse, tinhamos esperança... mas carregam-no o mais que podem, dão-lhe vergastadas todos os dias e eles continuam a entregar o seu voto sempre aos mesmos!...
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