Gostei.Só não sei como vamos vivenciar o património oral a que se refere.As lendas,destituídas de qualquer sentido,historicamente erradas,vamos revivê-las em representações,em sessões culturais,para assim mostrarmos que comungamos das crendices dos antepassados e para nos sentirmos a eles mais irmanados? JLM
Aí está uma boa maneira de actualizar as lendas dizendo que elas são "historicamente erradas", combatendo as "crendices", o fanatismo e todos os erros da cultura popular... que devemos olhar para o futuro e usar as ferramentas da modernidade. Que belo papel para o desenvolvimento nacional. É uma bela ideia apagarmos toda a memória, apostar só no conhecimento moderno que há-de trazer larga prosperidade aos povos. Força...
Uns poucos ficarão por aqui a reviver a memória e a querer conhecer o traço de continuidade que nos trouxe ao presente, a emocionar-se com as pedras, a cogitar nas lendas e crendices. Coitados!...
JAM:não o julgava capaz de tão fina ironia.Parabéns. Mas,verdadeiramente,o que pretende fazer com as lendas e crendices?Revivê-las? Apresentá-las como formando uma parte do pensamento dos nossos antepassados para percebermos como já pensámos noutras épocas e quão bizarro era esse pensamento? Sem dúvida,para esta segunda finalidade.Numa terra,em que até há pouco tempo,as lendas e crendices faziam parte do modo de vida,julgo ser importante abrir horizontes e não mantê-los fechados. O passado há-de ser uma lição para o futuro mas,neste caso,uma lição de recusa desse passado,quando muito uma compreensão dele. JLM
Há sempre os que pensam que são a verdade e que se apressam a "botar" abaixo o que de bom se faz e escreve...Coitados, sempre foi assim, porque há sempre os que pensam que devem ser eles a ditar as leis e a pensar que os outros são "asnos" mesmo até quando reconhecem a fina ironia dos outros. Não pergunte senhor JLM, mas aponte caminhos, exponha-se e não se coloque na posição de mero comentador...! Porque nas palavras todas do Sr. Professor JMesquita muitas há cheias de realismo e de presente futuro que importaria nelas reflectir... DZ
O presente e o futuro é que importa! O passado, ligado, como aliás não pode deixar de ser, às nossas raízes, tem de dizer-nos muito! No entanto, isso do suposto passado, crendices, bruxarias, etc., é como a água benta em que cada um toma a que quer e como quer! Essa dos "asnos", com franqueza, espero que tenha sido escrita por um "dito" e não pela inteligência de que muito se precisa...
Apoiado! O DZ não convive bem com a opinião contrária. Por que será que esta por não concordar com a sua tem de ser do bota-abaixo? Temos de ser Yes-men? Valha-o Deus e a Virgem Santíssima, e já agora a moura e a pedra na cabeça. No escrito do professor Alegre não entendi igual a relação daquela com a pala da moura. Espero que este meu não entendimento não seja visto como bota-abaixo.
Um escrito depois de publicado fica para ser interpretado pelo leitor. Raramente o escritor vem ajudar na interpretação, pois aí pode terminar a magia da leitura. Como não tenho aspirações a escritor; como não vejo qualquer contraditório nos comentários e por isso não me sinto na obrigação de defender a minha opinião e contraditar a vossa; como em alguns comentários só vejo má interpretação ou até falta dela, passo a alguns considerandos: 1. O texto é uma viagem à anta de Zedes composto de algumas reflexões sobre a actualidade concelhia. 2. É uma tentativa de ler o passado e, numa linha de continuidade, chegar ao presente e aqui perspectivar o futuro. 3. Convidar os leitor a fazer a sua projeção de futuro, com base na reinvenção de uma lenda de uma moura encantada. Como diz o Abade, as lendas apontam para a possibilidade de algo grandioso, sublime, digno, que aconteceu em determinado local. Busque-se a inspiração para enfrentar o presente nada risonho. O alento pode ser encontrado na lenda da moura: o esforço, a perseverança, o amor, o trabalho... O convite parece-me ser válido para que cada um à sua maneira saiba construir também histórias extraordinárias. A exemplo da do meu pai que com trabalho, humildade, honestidade e muita competência construiu uma vida melhor que a sua para os seus filhos. Saibamos transformar calhaus(se for o meu texto é um privilégio) em pedras que cheguem a escultura, ou até uma simples anta que só pode ser admirada por todos os que a visitarem no futuro...
Gosto disto. Crendices, como lhes chamais, lendas...regresso ao passado, utopias talvez, ou forma habil pro-natura de afirmação de vós, de nós, de todos... É assim que acontece quando não vislumbramos futuro. Viramo-nos em "contra-mão" e deitamos mão ao que fomos e não fomos, aos feitos e não feitos, pela prosa ou pelo verso ou pelo monumento, tudo nos serve qual ser ávido do que não tem. De acabrunhados do presente à extroversão na boa retórica sobre o passado…e assim nos desculpamos dos fracassos colectivos. À boa maneira nossa… como o vento que sopra neste Verão nos incomoda; Nada disso; “…sol e vento que a cegada há-de vir com o tempo”! O provérbio é velho, sábio e respeitado, tanto que logo nos descansa e por um instante o vento pode soprar. Afinal que é isto? Talvez uma traição! Ao passado e aos antepassados? Concordaremos que o passado que falamos foi muito antes futuro, ambicionado ou não. Estaremos a gastar, sim digo bem – gastar -, da melhor forma o nosso passado? - De todo, acho que não! Não renuncio ao passado mas visto de forma outra, porque e cito: "Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo." ( George Santayana )
Onde chegou isto tudo!Tantos interlocutores e tão bons.E agora,JLM? Agora há que porfiar. Ao que fala em expôr-me,tenho a contraditar que eu me exponho aqui,expondo as minhas ideias.Talvez isto não seja grande coisa mas é o que estou disposto a fazer. Expôr-me,permanecendo em Carrazeda e lutando aí por uma Carrazeda melhor,isso não faço, porque me sabe bem andar de um lado para o outro.Ainda ontem estava na Marinha Grande,já hoje estou em Coimbra e a escrever noutro computador. O que nós aqui, nesta conversa, fazemos não será grande coisa,mas talvez alguma coisa se aproveite,como poderemos dizer que da nossa vida talvez qualquer coisa se aproveite. Mais uma achega:as minhas infância e juventude foram em grande medida gastas a lutar contra todas as superstições,crendices,fantasmas ,que povoavam aqueles tempos,que nem electricidade tinham. Um regresso ao passado é,para mim,doloroso e,por isso,certas cogitações não são muito do meu agrado. Peço-lhes que compreendam este meu trauma. JLM PS - Aqui ao lado estava um meu neto a perturbar-me o pensamento,chamando-me para uma modernidade um tanto terrível:jogar play-station.
Afinal um conjunto de pedras num alto de onde se vislumbra uma aldeia tão antiga que foi povoada na sua folha muito antes dos Celtas, faz hoje falar as gentes... Interessante, não sou juiz em causa própria, não quero saber quem tem razão, por que todos a têm, interessa-me mais o olhar de cada um sobre a realidade que todos observam e a partilha desse mesmo olhar do que andar à procura do que nos separa... O pior é que se não perservarmos o que o passado nos legou, antigo ou mais recente, seremos "condenados" pelos que por causa da incúria dos responsáveis deixam o património morrer aos poucos... Belo escrito que nos toca o desejo de saber mais e mais sobre um passado que os inquisidores tentaram ocultar... E juntos lutemos pela defesa do património natural rico da nosso concelho....
15 comentários:
Abrenúncio! Gostei muito. E para quando a comunicação original do meu ex-prof. Hélder?
Gostei.Só não sei como vamos vivenciar o património oral a que se refere.As lendas,destituídas de qualquer sentido,historicamente erradas,vamos revivê-las em representações,em sessões culturais,para assim mostrarmos que comungamos das crendices dos antepassados e para nos sentirmos a eles mais irmanados?
JLM
Aí está uma boa maneira de actualizar as lendas dizendo que elas são "historicamente erradas", combatendo as "crendices", o fanatismo e todos os erros da cultura popular... que devemos olhar para o futuro e usar as ferramentas da modernidade. Que belo papel para o desenvolvimento nacional.
É uma bela ideia apagarmos toda a memória, apostar só no conhecimento moderno que há-de trazer larga prosperidade aos povos.
Força...
Uns poucos ficarão por aqui a reviver a memória e a querer conhecer o traço de continuidade que nos trouxe ao presente, a emocionar-se com as pedras, a cogitar nas lendas e crendices. Coitados!...
JAM:não o julgava capaz de tão fina ironia.Parabéns.
Mas,verdadeiramente,o que pretende fazer com as lendas e crendices?Revivê-las? Apresentá-las como formando uma parte do pensamento dos nossos antepassados para percebermos como já pensámos noutras épocas e quão bizarro era esse pensamento?
Sem dúvida,para esta segunda finalidade.Numa terra,em que até há pouco tempo,as lendas e crendices faziam parte do modo de vida,julgo ser importante abrir horizontes e não mantê-los fechados.
O passado há-de ser uma lição para o futuro mas,neste caso,uma lição de recusa desse passado,quando muito uma compreensão dele.
JLM
Catano, chegou para ele, a emocionar-se com as pedras, a cogitar nas lendas e crendices.
Há sempre os que pensam que são a verdade e que se apressam a "botar" abaixo o que de bom se faz e escreve...Coitados, sempre foi assim, porque há sempre os que pensam que devem ser eles a ditar as leis e a pensar que os outros são "asnos" mesmo até quando reconhecem a fina ironia dos outros. Não pergunte senhor JLM, mas aponte caminhos, exponha-se e não se coloque na posição de mero comentador...!
Porque nas palavras todas do Sr. Professor JMesquita muitas há cheias de realismo e de presente futuro que importaria nelas reflectir...
DZ
O DZ é que é um democrata!
Então o contraditório, ...o contraditório senhor DZ!
JLM não tem direito a ele?
Apenas isso!
Porque se irrita, afinal?
Anonomo disse:
O passado deve sempre ser sempre perservado, porque só quem o respeita e o perserva, avança para o futuro.
O presente e o futuro é que importa!
O passado, ligado, como aliás não pode deixar de ser, às nossas raízes, tem de dizer-nos muito!
No entanto, isso do suposto passado, crendices, bruxarias, etc., é como a água benta em que cada um toma a que quer e como quer!
Essa dos "asnos", com franqueza, espero que tenha sido escrita por um "dito" e não pela inteligência de que muito se precisa...
Apoiado! O DZ não convive bem com a opinião contrária. Por que será que esta por não concordar com a sua tem de ser do bota-abaixo? Temos de ser Yes-men? Valha-o Deus e a Virgem Santíssima, e já agora a moura e a pedra na cabeça. No escrito do professor Alegre não entendi igual a relação daquela com a pala da moura. Espero que este meu não entendimento não seja visto como bota-abaixo.
Um escrito depois de publicado fica para ser interpretado pelo leitor.
Raramente o escritor vem ajudar na interpretação, pois aí pode terminar a magia da leitura.
Como não tenho aspirações a escritor; como não vejo qualquer contraditório nos comentários e por isso não me sinto na obrigação de defender a minha opinião e contraditar a vossa;
como em alguns comentários só vejo má interpretação ou até falta dela, passo a alguns considerandos:
1. O texto é uma viagem à anta de Zedes composto de algumas reflexões sobre a actualidade concelhia.
2. É uma tentativa de ler o passado e, numa linha de continuidade, chegar ao presente e aqui perspectivar o futuro.
3. Convidar os leitor a fazer a sua projeção de futuro, com base na reinvenção de uma lenda de uma moura encantada.
Como diz o Abade, as lendas apontam para a possibilidade de algo grandioso, sublime, digno, que aconteceu em determinado local.
Busque-se a inspiração para enfrentar o presente nada risonho. O alento pode ser encontrado na lenda da moura: o esforço, a perseverança, o amor, o trabalho... O convite parece-me ser válido para que cada um à sua maneira saiba construir também histórias extraordinárias. A exemplo da do meu pai que com trabalho, humildade, honestidade e muita competência construiu uma vida melhor que a sua para os seus filhos.
Saibamos transformar calhaus(se for o meu texto é um privilégio) em pedras que cheguem a escultura, ou até uma simples anta que só pode ser admirada por todos os que a visitarem no futuro...
Gosto disto.
Crendices, como lhes chamais, lendas...regresso ao passado, utopias talvez, ou forma habil pro-natura de afirmação de vós, de nós, de todos...
É assim que acontece quando não vislumbramos futuro. Viramo-nos em "contra-mão" e deitamos mão ao que fomos e não fomos, aos feitos e não feitos, pela prosa ou pelo verso ou pelo monumento, tudo nos serve qual ser ávido do que não tem.
De acabrunhados do presente à extroversão na boa retórica sobre o passado…e assim nos desculpamos dos fracassos colectivos. À boa maneira nossa… como o vento que sopra neste Verão nos incomoda; Nada disso; “…sol e vento que a cegada há-de vir com o tempo”! O provérbio é velho, sábio e respeitado, tanto que logo nos descansa e por um instante o vento pode soprar.
Afinal que é isto? Talvez uma traição! Ao passado e aos antepassados?
Concordaremos que o passado que falamos foi muito antes futuro, ambicionado ou não.
Estaremos a gastar, sim digo bem – gastar -, da melhor forma o nosso passado?
- De todo, acho que não!
Não renuncio ao passado mas visto de forma outra, porque e cito:
"Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo."
( George Santayana )
De Jerusalém do Romeu
Onde chegou isto tudo!Tantos interlocutores e tão bons.E agora,JLM?
Agora há que porfiar.
Ao que fala em expôr-me,tenho a contraditar que eu me exponho aqui,expondo as minhas ideias.Talvez isto não seja grande coisa mas é o que estou disposto a fazer.
Expôr-me,permanecendo em Carrazeda e lutando aí por uma Carrazeda melhor,isso não faço, porque me sabe bem andar de um lado para o outro.Ainda ontem estava na Marinha Grande,já hoje estou em Coimbra e a escrever noutro computador.
O que nós aqui, nesta conversa, fazemos não será grande coisa,mas talvez alguma coisa se aproveite,como poderemos dizer que da nossa vida talvez qualquer coisa se aproveite.
Mais uma achega:as minhas infância e juventude foram em grande medida gastas a lutar contra todas as superstições,crendices,fantasmas ,que povoavam aqueles tempos,que nem electricidade tinham. Um regresso ao passado é,para mim,doloroso e,por isso,certas cogitações não são muito do meu agrado.
Peço-lhes que compreendam este meu trauma.
JLM
PS - Aqui ao lado estava um meu neto a perturbar-me o pensamento,chamando-me para uma modernidade um tanto terrível:jogar play-station.
Afinal?
Afinal um conjunto de pedras num alto de onde se vislumbra uma aldeia tão antiga que foi povoada na sua folha muito antes dos Celtas, faz hoje falar as gentes...
Interessante, não sou juiz em causa própria, não quero saber quem tem razão, por que todos a têm, interessa-me mais o olhar de cada um sobre a realidade que todos observam e a partilha desse mesmo olhar do que andar à procura do que nos separa...
O pior é que se não perservarmos o que o passado nos legou, antigo ou mais recente, seremos "condenados" pelos que por causa da incúria dos responsáveis deixam o património morrer aos poucos...
Belo escrito que nos toca o desejo de saber mais e mais sobre um passado que os inquisidores tentaram ocultar...
E juntos lutemos pela defesa do património natural rico da nosso concelho....
Gostei de todos estes comentários, dignos, sem ofensas, ao correr da pena...direi!
Até parece possível que ponhamos o nosso nome!
araner/
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