22 abril 2011

Orelhas moucas

Afinal alguém me representou nas negociações com a troika (CE, BCE e FMI) que vai impor as condições para o empréstimo que presumivelmente resgatará Portugal da falência - Carvalho da Silva.

Após a reunião, o líder sindical reiterou na “recusa de medidas de austeridade que condenam o país». Reconheceu a necessidade de “resolver o défice”, associada a “políticas de desenvolvimento económico” e “politicas para evitar a ruptura social”. Lembrou ainda que nos últimos meses Portugal assistiu a uma quebra da «protecção social que assusta», com quebras na «ordem dos 40 por cento, em sectores como o abono de família». O dirigente sindical acrescentou que “o prazo de redução do endividamento deverá ser alargado até 2016” e a taxa de juros não pode ser o “dobro e o triplo da que pagam os países que não têm problemas”.

Carvalho da Silva defendeu que «Portugal tem que ter medidas de crescimento económico através da dinamização de um programa nacional, nomeadamente, no sector primário», defendendo o combate à “economia clandestina”, o reequilíbrio entre distribuidores e produtores para que não sejam sempre os mesmos a ganhar, a reorientação do crédito para actividades dinamizadoras da capacidade de produção.
Questionado se tinha sido ouvido pelos negociadores, respondeu ironicamente que “não viu nenhum deles com os ouvidos tapados”.

Disse o que tinha de ser dito, ao contrário de alguns que não quiseram negociar, e não perdeu capacidade de luta. Creio que foi ouvido, porém dificilmente será escutado, a factura será paga pelos mais fracos. Como sempre…

O vídeo aqui.

4 comentários:

Anónimo disse...

Palavras bonitas: "políticas de desenvolvimento económico” e “politicas para evitar a ruptura social”. Mas... como é que isso se faz ? É que tenho ouvido este senhor dizer mal quando as empresas têm lucros.Mas quando têm prejuizo, ai Jesus que a culpa é dos patrões... etc. Então não seria bom todas as empresas terem lucros ? Lucravam os patrões ou accionistas e lucravam os trabalhadores.

Anónimo disse...

Eu cá por mim decretava a exoneração dos patrões. O BE,PCP e afins pagavam-nos os tachos? que tal!
Fora com os patrões!

josé alegre mesquita disse...

Se são "palavras bonitas" ou não, pouco me interessa. Não conheço melhor, se houver mostre-mas. Só quem anda distraído é que não sabe como se faz: releia ou oiça as declarações do senhor que encontrará as respostas.
Quanto ao "dizer mal" dos lucros, eu nunca ouvi o senhor dizer tal, o que tem afirmado é que têm de ser melhor distribuídos. Somos o país da Europa mais desequilibrado socialmente. Porque será?
E com certeza, pelo menos 20% dos portugueses, foram representados pelo CS na negociação. Ao fim e ao cabo, alguém tem de dizer algo, isto é, o contrário de abanar afirmativamente a cabeça.

Quanto aos "tachos" eles ainda são disponibilizados pelos do costume. Mas cuidado, que o povo está farto. Olhe, também concordo que deve haver menos patrões e mais empresários. Que tal?

Anónimo disse...

Boa, professor!