25 abril 2011

“Aqui d’el Rei!”: Carlos Fiúza

Irmã de política, é polícia uma outra palavra criada para bem da “civilização”, mas, infelizmente, atraiçoada no seu profundo e benemérito significado.
Tal como “política”, a “polícia” é uma das palavras que visam à civilização.
Ora vamos por partes:
Um homem é um homem, assim como dizem alguns que um gato é um bicho. Até aqui nada de novo, e estamos todos de acordo.
Dois homens são dois homens, assim como dois gatos são dois bichos… e isto agora começa a complicar-se, porque dois homens ou dois gatos, e quem diz gatos pode dizer dois cães ou dois lobos… já são coisa mais séria.
Imaginai, por exemplo, dois homens primitivos, à busca de alimento. Bateram a floresta, lá arranjaram o que puderam. Mas suponde que conseguiram muito pouco. Acreditais que jogaram à bulha, em disputa do que algum deles angariou para sustento?
Talvez sim, e talvez não. É possível que uma vez ou outra dois homens primitivos repartissem do seu pão. É possível também que muita vez zaragateassem na procura, ou na repartição, ou na divisão dos alimentos.
Tudo dependeria, afinal, da abundância ou da escassez do que arranjassem.
Quando a comida falta, falta a moral por vezes.
O “pão” ainda é o melhor sermão da moralidade. A fome é má conselheira, e tão negra que até enegrece as almas cândidas.
Isto verifica-se entre os homens e entre os bichos.
Dois gatos, cada um com o seu carapau, não se zangam em geral. Mas dois gatos e um só carapau… já é outra história.
Recuando nós em espírito à primitividade humana vemos, destarte, que dois homens juntos não se salvam, se a luta de interesses os dividir.
Porém, os homens devem ter notado logo que a união faz a força. E a vida precisa de sociabilidade.
Assim nasceu naturalmente a tendência para a associação humana, para a sociabilidade.
Não são os homens “sócios” uns dos outros na viagem para a morte, que é afinal a nossa existência?!
Cada segundo é um passo para a eternidade. E em cada segundo, mesmo afastados, nós podemos estar em espírito na companhia de outras pessoas.
Aquilo a que chamamos “cidade” é o produto mais visível da sociabilidade e da civilização humanas.
De facto, a “polícia” visa a guardar ou a salvaguardar a “civilização”, quero dizer, a “compostura da cidade”.
E existe toda uma curiosa família de palavras provindas de “polis”, a cidade. Essas palavras foram-se desenvolvendo em derivações formais e semânticas, ao serviço do progresso humano, ou melhor, ao serviço dos desejos do progresso humano, porque estou a pensar que nem sempre o progresso é “progresso”; muitas vezes é regresso à animalidade.
Haja em vista o que se tem passado nos últimos tempos nas cidades deste mundo do século XXI.
A ironia do destino faz com que a pretensa civilização das cidades recebesse um outro reconhecimento: o de que muita gente junta não se salva.
Quanto mais populosa é uma cidade, mais necessário se torna a “polícia”.
Ora, isto é uma dupla ironia, na qual agradecia que me acompanhassem a meditar.
Disse eu há pedaço que muita gente junta não se salva. Isto é, quantos mais bichos humanos houver na cidade, tanto maior será a prudência em salvaguardar a “civilização dos costumes” - a “polícia”.
E aqui chegamos ao ponto de considerar que “política” e “polícia” são termos necessariamente ligados.
Havia em grego uma outra palavra também derivada de “polis”, a cidade. Era “politeia”, e significava igualmente o “governo da cidade”.
Em “polícia” (que nos veio de “politeia”) existe, portanto, um sentido etimológico com a ideia de - defesa da cidade contra tudo o que lhe seja prejudicial e, consequentemente, em favor de tudo quanto convenha ao seu progresso moral e material.
Pelo motivo de se considerar o adiantamento social da cidade em confronto com a vida mais atrasada fora dela (tanto assim que “civilização” e “civilidade” se prendem com “civilis”, digno da cidade), a palavra “polícia” teve o significado de “civilização”, de “cultura”.
Quando Camões, em “Os Lusíadas”, descreve as festas celebradas pelo rei pagão de Melinde, em honra dos Portugueses, diz que os jogos, as danças e outras alegrias se fizeram segundo a “civilização melindana”. Mas, em vez de “civilização”, o Poeta chama-lhe de “polícia”:

“Com jogos, danças e outras alegrias,
A segundo a polícia melindana,
……………
Este famoso rei todos os dias
Festeja a companhia lusitana”.
(Lusíadas, VI, 2)

Entre “política” e “polícia” há, por conseguinte, uma relacionação de sentido etimológico facilmente compreensível; e tudo isto vem, como disse, do facto de a aglomeração humana precisar de ser “vigiada”, “guiada”.

É curioso, porém, ver como as palavras ora fogem, ora regressam, ora se afastam, ora se reencontram.
Hoje para chamar a polícia há vários processos e um deles (muito “civilizado”) é pelo… telefone. No entanto, em caso de aperto, ainda em nossos dias se grita “ó da guarda!”, locução elíptica muito fluente, que foi substituindo o antigo “aqui d’el rei”.
“Ó da guarda” porquê? Porque se quer socorro urgente de alguém da “guarda”, ou até mais gente “da guarda”.
Esta exclamação faz-nos entrar na observação de que a palavra “guarda” e a palavra “polícia” se ajustam às mil maravilhas.
E o povo que não sabe etimologias (mas como que as adivinha) muita vez envolve o termo “guarda” pelo devido respeito e, dirigindo-se a um polícia, quase nunca diz - “Ó senhor polícia” mas, sim, “Ó senhor guarda”.
Destas congeminações que aqui ficam se conclui que a “civilização” precisa de “ordem”, e a “ordem” pressupõe, por natural exigência, a “POLÍCIA”.
Mas…
Para haver “polícia” no velho sentido de “civilização de costumes”, tem de haver “política”, mas “POLÍTICA” na verdadeira aceção de “ARTE DE GOVERNAR”, isto é, aquilo que em grego se chama “POLITIKÉ”.

Carlos Fiúza

11 comentários:

josé alegre mesquita disse...

Que belo texto, este de Carlos Fiúza que nos remete para o indispensável paradigma das sociedades seguras, ou a exigência da ordem nas civilizações. O brilhante pensador recorre a diversas metáforas para defender a inevitabilidade da segurança. Considero luminosa a referência à etimologia e a esclarecedora conclusão que a evolução social é directamente relacionável com a evolução da palavra, isto é a complexidade social tem um radical linguístico comum. De facto esta argumentação pedagógica, ao mesmo tempo complexa e simples, é desarmante porque aqui chegados pouco mais haverá a acrescentar. Porém, atrevo-me a acrescentar uma ou outra ideia que não virão a propósito, mas que me fizeram reflectir. A ordem tomada como instrumento não de moderação social, mas de obsessão, de domínio, de silenciamento degenerou em violência, em abuso, em barbárie e em ditadura e degenerou nos dias mais sombrios da história da humanidade.
Por isso prezo a liberdade, naquela conta, peso e medida, que a minha acaba quando começa a sua.
E porque este dia é dedicado à liberdade, é também um dos dias mais esplendorosos do ano.

Anónimo disse...

Como sabemos, na escrita, há vários tipos de textos, por exemplo, texto literário e texto não literário, texto narrativo e texto nao literario, texto literario e texto dissertativo e, por fim, texto narrativo e texto dissertativo.

Quanto às formas, existem, também, diferentes formas de interpretação de um texto, são elas, a saber, narração, dissertaçaõ e descrição; sequencial, descritiva e narrativa; narração e dissertação e, finalmente, descrição e dissertação.

Em relação ao qual o nome do relato de algo que fazemos por meio de palavras, cujo objetivo é produzir, na imaginação de quem lê, uma impressão equivalente à realidade, geralmente encontramo-la mesclada no âmbito da dissertação, narração, introdução e descrição.

Neste caso, a linguagem verbal utilizada no texto é uma linguagem dissertativa. Porém, se fosse, por exemplo, na música, na dança, na pintura, ou outras, não estaríamos na presença da linguagem verbal, mas sim, não-verbal.

Face a esta pequena introdução, importa analisar o texto. Com efeito, a prosa que Carlos Fiúza nos apresenta, bem como a mensagem que ele enfatiza é de semblante predominantemente aberta. A estrutura do mesmo é quase perfeita. O conteúdo temático abordado é bastante relevante. Além disso, é de enaltecer a forma como a desenvolve em termos de conotação e denotação, bem como a semântica e o léxico a que recorre. Por tudo isso, parabéns.

Por sua vez, é de salientar que a mensagem que prescreve é intemporal e quiçá, muito actual, face aos descontinuísmos que, a cada dia que passa, surgem, a cada momento, de uma forma galopante, nos mais diversos meios de comunicação social (e não só!).

Por fim, acerca da referência que faz do Canto VI, est. 2 da incomensurável obra poética de “Os Lusíadas” que nos aborda os “banquetes, manjares desusados, / Com frutas, aves, carnes e pescados.”, na minha modesta opinião, seria bom referir, também, a est. 59 do Canto X, em que nos descreve o modesto contributo do ilustre donatário do Castelo y Villa de Ansiães -- “Sampayo” – [Lopo Vaz de Sampayo] que se mostrou “no mar um fero raio” como nos diz Luís Vaz de Camões, quer em Bacanor, quer em Malabar (Índia). Acredito que esta citação não foi omissa por desconhecimento; mas sim, pelo facto de Carlos Fiúza ter como objectivo focalizar, apenas, o conceito das “festas celebradas pelo rei pagão de Melinde, em honra dos Portugueses (…), o Poeta chama-lhe de “polícia” ”. Contudo, a meu ver, com uma simples chamada de atenção à est. 59 deste Canto, concordará comigo, valorizava o efeito abnegado do maior herói de todos os tempos que esta terra teve.

Respeitosos cumprimentos,

LVS

Anónimo disse...

Língua e Pátria

Não se leve a mal que, não só pelo amor ganho no estudo constante, mas também pelo zelo do valor ou do ciúme defensivo da beleza da fala pátria, alguns apaixonados dela convidem os indiferentes a apreciá-la e os indisciplinadores a respeitá-la.

Há infelizmente quem se esqueça de que a língua portuguesa é uma das primeiras línguas cultas mundiais, uma das mais difundidas pelo Universo e, portanto, um dos mais veneráveis instrumentos de cultura e missão civilizadora.

E, se a nossa língua alcançar, fora de fronteiras, cada vez maior expansão, impõe-se-nos aqui em Portugal, donde irradiou e irradia, se não trabalhar por ela, ao menos não lhe negar o necessário respeito.

“Esta é a ditosa Pátria minha amada”, disse o Poeta.

Não houve Povo que mais repartisse a alma pelo Mundo...
- Ora, milagre foi que Portugal, andando sob tantos céus, não perdesse a cor do de Portugal na Língua que fala.
- Milagre foi que o Portugal “viageiro”, pelo génio da voz do Povo, ficasse caracteristicamente português em Idioma.
Não é só, portanto, a independência a explicação da individualidade da Língua portuguesa. É-o também a independência idiomática no panorama peninsular e no panorama europeu.
A Língua de Portugal, conservando a sua alma, ganhou uma amplitude estupenda nos contactos com outras gentes, em outros climas.

“Esta é a ditosa Língua nossa amada”.

A Língua de um Povo é o liame visível do passado, a realidade presente… a continuação do futuro!

Júlio César morreu há séculos.
Os galeses, porém, ainda hoje, na Inglaterra, numa proporção de oito para cada dez pessoas, falam o galês como no tempo de Júlio César.

Mas nós temos uma lição na nossa casa lusitana…
De 1580 a 1640 fomos vassalos de Espanha.
A nossa Língua era o único sinal da nossa personalidade de pátria.
Na literatura, a decadência gongórica arrastava à decadência da expressão da língua. E o próprio Gil Vicente, e o próprio Camões, escrevendo em castelhano, facilitaram mais tarde a mania gongórica da língua alheia.

A bandeira de Portugal onde esteve, de 1580 a 1640?
Esteve, sempre viva, imaculadamente, na Língua que os filhos de Portugal falavam.

“Esta é a ditosa Língua nossa amada”…
…Assim diriam os Portugueses escravos de Espanha, ao falarem na “ditosa pária nossa amada”…

Como tudo na Vida que se transforma, no eterno DEVIR universal, no Werden imparável, as línguas modificam-se por fatores de vária natureza: mesológicos, geográficos, históricos, biológicos, psicológicos e sociais.

A nossa Língua não pôde nem pode escapar à Lei da Vida.
Transformam-se mais depressa as coisas materiais: as cidades, as vilas, as aldeias.
Os homens passam, e morrem…
…E o Idioma lá fica a transmudar-se lentamente, como substância e alma da pátria, mais duradoura que os acidentes!
Quer dizer, a “pastorinha da Lusitânia”, tornada rude com os Romanos bélicos, nasceu para altos destinos...
A Língua ibero-latina conquistou o palmito de terra da Península, fez-se ao mar, cantou pela voz dos seus Poetas maiores…
…E hoje no Brasil gigante, e hoje na Ásia com restos de glória, e hoje na África em esperanças de civilidade, a “Língua ditosa nossa amada” é bem o símbolo da pátria portuguesa.

Símbolo é imagem que transpõe o abstrato e o passa para algo sensível.

- Se algum de vós amou, com que palavras o fez?
- Se algum de vós sofreu, com que palavras se consolou?

- “Esta é a ditosa Pátria minha amada”, disse o Poeta…

- “Esta é a ditosa Língua nossa amada”… respondamos nós em eco.


Carlos Fiúza

Anónimo disse...

O meu caro colega José Mesquita afirma "que belo texto este de Carlos Fiúza...". Corroboro inteiramente e, de resto, já não estranhamos a qualidade descritiva de C.F. . Mas o que eu pretendo agora dizer é: que estupenda interpretação o José Mesquita nos mostra em relação ao texto de Carlos Fiúza! Parabéns aos dois. Já o texto de LVS ( e que me desculpe), me parece mais confuso na interpretação que pretende; não obstante tb reconhecer mérito e qualidade à generalidade das opiniões de LVS.
Cumprimentos.

h.r.

Anónimo disse...

Aos meus caros comentadores

Não posso deixar de agradecer as símpáticas palavras com que me mimosearam.

Não seria caso para tanto... mas que foi simático, foi.

Cumprimentos
CF

Anónimo disse...

Depois que h. r. dele se demarcou, agora já sabemos quem é o LVS. Obrigado,professor!

Anónimo disse...

qual professor?

Anónimo disse...

Não compreendo o motivo pelo qual se baseia “h. r.”, aliás, “H.R.”, porquanto as iniciais dos nomes próprios, segundo as regras em vigor, assim o determinam, onde encontrou dúvidas para ficar confuso. Por isso, se não se importa, seria bom que o referisse, para não ficarmos com incertezas.

Com efeito, concordará comigo que o simples texto que redigi, o 1.º, 2.º, 3.º e 4.º parágrafos, estão apenas descritas algumas referências e/ou características de tipos de textos, formas de interpretação de um texto, objectividade de um texto e, por fim, linguagem verbal e não-verbal, respectivamente. Daí que, apesar de não ter atribuído um juízo de valor, nem tão pouco ser esse o meu objectivo, confesso que o texto que nos apresenta Carlos Fiúza (C.F.), é de uma nobreza literária bastante relevante e "sui generis".

Na parte final, sem querer lisonjear ninguém, mas tão só, apresentar o mérito a quem o merece e, por uma questão de cultura de exigência, saudar C.F. pela nobreza do texto que nos concede, bem como a mensagem que dele brota. Porém, pena é, que a mesma, tenha omitido o incomensurável valor e desapego heróico demonstrado, na Índia, por Lopo Vaz de Sampaio como grande Senhor do “Castelo y Villa de Ansiães”, uma vez que nos fala da obra: “Os Lusíadas” que melhor caracteriza e define a nossa cultura, na verdadeira acepção da palavra.

Compreendo que C.F. não o referiu por desconhecimento, mas sim, pelo facto, de não ser esta a temática a salientar. Contudo, como carrazedense, acho que devemos erguer bem alto os valores culturais desta terra e das suas gentes. Daí que, Lopo Vaz de Sampaio faz parte do nosso legado histórico e foi, talvez, até hoje, o maior imperador que as terras do “Castelo y Villa de Ansiães” tiveram.

Respeitosos cumprimentos,

LVS

Anónimo disse...

Caro LVS

Quando me referi ao seu texto algo confuso, não foi para menosprezar o que escreveu; longe disso. Referia-me principalmente ao seu primeiro parágrafo. Ora leia-o com atenção, se faz favor...
cumprimentos.
h.r.

Anónimo disse...

Caro LVS

Como refere, não foi por desrespeito a esse grande "carradezense" (Lopo Vaz de Sampayo)que o não referi.

Na verdade, o meu enfoque foi, tão só, fazer um paralelo entre "política" e "polícia".

Daí a referência ao "Rei de Melinde", onde Camões toma "polícia" por "civilização".

Cumprimentos
Carlos Fiúza

Anónimo disse...

Como sabemos, o texto tem organização e estrutura próprias que definem o seu sentido, e este lhe permite ser objecto de comunicação entre dois sujeitos: destinador e destinatário. O texto é um todo com significado e com o objectivo de comunicação.

Existem várias definições para texto. É fundamental saber que um texto é uma ocorrência linguística dotada de certa formalidade, o que lhe dá sentido e lhe permite exercer a sua função sociocomunicativa. Os estudos mais comprometidos com o texto fazem parte da Linguística Textual. Esse ramo da ciência linguística que pode levar o estudo para além da frase e até além do próprio texto.

Um texto tem que ter uma estrutura tal que, ao longo do seu percurso, a relação entre seus elementos sejam mantidas. Estas são as relações de coesão e coerência, sem as quais o texto perde o seu sentido ou se torna monótono. Conforme a função à qual o texto se destina, o texto fica enquadrado num certo tipo de género. Cada tipo de texto selecciona um tipo de leitor, exactamente por querer cumprir uma certa finalidade.

Em relação aos tipos de textos, basicamente existem três: narrativo, descritivo e dissertativo. Por sua vez, estes podem dividir-se em textos não literários e literários.

Neste caso, eis algumas das características do texto não literário:
- É, predominantemente, informativo;
- É objectivo (cada palavra possui um só significado);
- Tem intenção mais imediata, utilitária;
- Usa uma linguagem impessoal (o emissor apaga-se para fazer ressaltar o conteúdo), isto é, fria e directa;
- O texto não literário diz, afirma, declara; é, por isso denotativo.

Por sua vez, no texto literário, fundamentalmente, estão sempre presentes os seguintes pressupostos:
- Sem deixar de ser informativo, abre espaços, por exemplo, à ficção, à emoção, à expressão dos sentimentos, e outros;
- É subjectivo (aberto a várias interpretações); socorre-se de vários recursos expressivos;
- Tem uma intenção estética;
- Usa uma linguagem mais pessoal (a subjectividade do emissor é importante na análise do conteúdo);
- O texto literário sugere, insinua, evoca, remete para, reenvia para; é, por isso, conotativo.

Por fim, caro Carlos Fiúza, compreendo as razões pelas quais não referiu o nosso herói Lopo Vaz de Sampayo. Aliás, foi também essa a minha interpretação. Neste caso, a sua omissão não foi por desconhecimento. Mas, compreenderá que, como carrazedense, a minha missão consistiu em levar mais alto o nome de um dos maiores heróis desta terra, não só por fazer parte da est. 59 do Canto X de "Os Lusíadas", senão mesmo, o maior de todos os tempos deste torrão transmontano.

Respeitosos cumprimentos,

LVS