28 agosto 2009

Os envergonhados também podem ir à Festa?

Este é o dilema que me aflige, neste momento. Afinal que direito temos de gozar da festança, quando estamos enterrados em dívidas até às orelhas?
Assusta-me imaginar, ao entrar no recinto das festas, assistir a uma chusma de pedintes a quem ainda não chegou o mais recente subsídio, para darem de comer aos seus filhos.
Sabendo das necessidades básicas por que passa um grande sector da nossa população, embaraça cruzar-me nos eventos com alguns emigrantes que tenham de ter ido trabalhar lá fora, para não morrerem de fome aqui, ou viver a pedir.
Conhecendo as dívidas a terceiros desta Câmara é penoso imaginar que, usufrua de um divertimento quando um qualquer empresário a quem se deva esse dinheiro, pudesse com ele adiar despedimentos dos seus trabalhadores.
Se ao menos houvesse almas generosas, como por exemplo nas festas de S: Lourenço em que um qualquer crente custeou uma das Bandas e outro terá cumprido a promessa pagando os cavalos da procissão.
Aqui tudo vai ser pago com juros, pelos que vierem no futuro. Esta miserável atitude envergonha alguns. Será o caso do nosso pároco! Este pelos vistos, agendou para esta altura uma peregrinação inadiável deixando assim os seus paroquianos desamparados na companhia da Padroeira. Será que ele também achará ridícula aquela de se pagar as deslocações dos andores das freguesias, na sua peregrinação à Vila!?
Verdade se diga que a ideia traz mais exuberância à procissão.
Longe vão os tempos em que o Povo pagava voluntariamente as festas do concelho e passava então a ter o direito de as gozar e comentar. Agora é garantida à partida a certeza do sucesso. Alugam-se os santos para a procissão, contrata-se o cantor pimba e garante-se um bom foguetório.
Perante o meu dilema de usufruir ou não, da ilusão momentânea da Festa, tive uma ideia. Vou APARECER SÓ À NOITE. Coberto pelo escuro talvez ninguém me reconheça e consiga então presenciar o magnificente...

8 comentários:

Anónimo disse...

Pequenos, pobres, mas armados aos cágados... e em simultâneo, ajoelha sempre quando a procissão passa e, para merecer o céu, tem de sofrer, mas sobretudo temos medo da alegria e de felicidade, como se, ser feliz fosse pecado.
Temos medo de liberdade, somos um povo triste que nasceu para sofrer e trabalhar e tudo que sair desse caminho, são devaneios alucinantes que não vestem bem com a nossa condição. MJFiel

Anónimo disse...

E agora o que é que queriam? Não queriam a única festa que ainda se faz nesta freguesia? Queriam o que? Querem que se acabe de uma vez com esta tradição que a tanto dura? Podem não ser os melhores tempos, mas acho que é de uma enorme idiotice estar a criticar uma festa que os Carrazedenses bem merecem! Deixem-se de maus comentários e aproveitem a festa que é cada vez mais "pequena"!!!
Tenham juízo!

Anónimo disse...

É sem dúvida uma festa nossa...mas que deve constituir um cartaz de primordial interesse para os carrazedenses...O Porto tem o S.João, Mirandela a Sra do Amparo e Bragança a Sra das Graças, e porque não temos nós a Santa Águeda a dar brilho ao profano e este a dar encanto ao Divino...
via Carrazeda...pena é que numa Vila e Concelho pequenos, ninguém se assenta para pensar num Concelho Melhor...
Cada um pensa em si e nos interesses de grupo e familia....

Visconde de Marzagão

Anónimo disse...

Parabéns, mais uma vez, caro Hélder. Pelas mesmas razões, também vou, ou melhor estou a pensar aparecer [só] de noite, a coberto do manto de "negrume" que nos cobre. É que, não sei se o meu caro amigo sabe mas, o capital financeiro diluiu-se todo. Sabe porquê? Acabou-se, fruto de uma melhada que, à última da hora, tiveram que mandar cunhar para condecorar o nosso "Xico Aragão". Ele também é um digno merecedor. Não insulta ninguém e pede para viver, enquanto outros não pedem, mas... .
Um abraço.
Até breve

Anónimo disse...

è isso mesmo tambem temos direito as festas mas poderia-mos mudar as regras porque não ser o povo a faze-la? já imaginaram se todas as aldeias do Burgo exigirem que lhes façam as festas e têm o mesmo direito ou não? E tambem não morre ninguem se uma vez ou outra atendendo à situação, não se realize a dita festa. Vão pensando nisso porque quem quer as festas tem que as pagar.

Anónimo disse...

Gostei dos concertos...

Anónimo disse...

Para um Municipio que está de facto endividado "até ás orelhas", 11 (onze) milhões de euros, segundo se consta, gastar um cêntimo que seja mal gasto é o mesmo que gozar com o credor ali do lado.
Digo isto porque no momento em que rebentava o fogo de artificio um empresário que estava por ali dizia "se me pagassem o que me devem há quase dois anos..." e vai daí, a preceito, ali desenrolou um leque de credores que eu jamais imaginava ser verdade.
E afinal é tão verdade quanto vergonhoso o estado financeiro em que o actual presidente deixa o Municipio para o que vier.
Mas,
o mais importante nem é O que vier, são os homens e mulheres que neste concelho não vêm qualquer futuro à excepção de meia duzia que o "regime ajudou a engordar",
mas,
mesmo para estes também não antevejo um futuro risonho e muito menos para os seus vindouros, porque sem pobres não há ricos...
Mas é a realidade que temos, e pena é que os culpados (todos) com funções e muitos até mesmo sem elas não sejam responsabilizados pela chacina que foi feita a este concelho.
Eu, como muitos, sabemos bem quem são, e é pena que cobardemente apenas sirvam de interlocutores para os que nada sabem e vivem à margem da realidade concelhia, porque com os que sabem da verdade fogem como o diabo da cruz.
Irei longe demais?
Não sei...
O Engº Sócrates diz que uma das razões da construção da A.E. de Amarante a Bragança é a mortandade do IP4!
Se o meu concelho estivesse convenientemente desenvolvido talvez aquela menina de Fontelonga ainda tivesse pais...

"CONDE DA FELGUEIRA"

mario carvalho disse...

Começo a duvidar!!!!

Onde reside a desertificação e a indiferença?

Desertificação significará ausencia de pessoas ou ausencia de valores?

Cumprimentos

mário

ps. Embora nunca tenha sido de esquerda identifico-me perfeitamente com quasi todo o vosso programa. Estou , sinceramente , baralhado.

Recordo-me da máxima:

"A esquerda come as criancinhas ao pequeno almoço e a direita come o pequeno almoço das criancinhas"

Penso que nesta fase as criancinhas
não nascem ou morrem porque lhes "COMEM" o pequeno almoço.

Que sejam uma força de equilibrio

é no que confio caro José Mesquita.




http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1353257



Morreu em casa e só foi encontrado 6 meses depois
00h00m
Um austríaco de Salzburgo, que provavelmente morreu há seis meses, foi encontrado ontem, sexta-feira no sofá de sua casa, em frente a um televisor ligado.

Segundo a agência de notícias APA, nenhum vizinho sentiu a falta do homem, apesar da imensa pilha de correspondência que se acumulava em frente à porta do apartamento. O corpo do austríaco só foi descoberto porque a administração do condomínio ligou para a polícia após estranhar o longo desaparecimento do morador. "Abrimos a porta do apartamento e encontramos o cadáver no sofá da sala, com a TV ainda ligada. Parece que o homem morreu em Março", disse Rudolf Feichtiger, da polícia local. Junto ao sofá, foi achada a programação da TV para o dia 12 de Março, o que levou as autoridades a deduzirem que o homem, já aposentado, morreu nesse dia. Há algumas semanas, a Polícia de Salzburgo também encontrou num apartamento da cidade o corpo de uma aposentada de 84 anos que havia morrido há cerca de um ano e meio.