23 julho 2009

ATRÁS DO TEMPO - TEMPO VEM


Um quase nada, que vale tudo

Sabemos como foi difícil passar a mensagem do 25 de Abril de 1974. Seguiram-se as primeiras eleições livres em Portugal e o povo acreditou numa vida melhor. Votou! alegremente, escolheu os seus representantes e assim se iniciou um ciclo novo de vida. As eleições deram outra graça aos povoados, trouxeram a alegria da energia eléctrica, o saneamento básico e melhores acessos, com a construção de novas estradas e auto-estradas. Tudo foi feito para bem do povo e dos autarcas, que assim orientaram a sua vida e profissão. Os dinossauros, assim foram apelidados aqueles que se mantiveram no cargo por 25 e 30 anos, à frente dos destinos do concelho e que saem da vida política com “Reformas milionárias” que são proibidas para a maioria dos trabalhadores portugueses, é a política no seu melhor.
E.., durante 3 décadas de geração em geração as mentalidades não mudaram, os usos e costumes são os mesmos até na forma rotativa de eleger quem nos represente e governe.
Passados trinta anos, nada mudou nos actos eleitorais. A política continua a fazer vítimas, há casos em que os familiares deixam de falar uns com os outros, os amigos desaparecem, os oportunistas aparecem e jogam a sua sorte, e os indiferentes dizem eles – amigos dos amigos – mas que fogem com mil e uma desculpas para não se comprometerem em demasia, ou para não dar nas vistas.
O tempo encarrega-se de clarificar as águas. Depois de darem a cara, de exporem as suas ideias, de quererem mudança no sistema e a melhoria de condições de vida para os outros, sujeitando-se à vontade do povo no dia das eleições com voto nas urnas. Esses destemidos guerreiros, vão finalmente descansar com a consciência do dever cumprido e respeito pela vontade do povo. O povo tem aqui a oportunidade de dizer o que quer, contra sondagens ou palpites.Uns dizem que vão votar neste partido, este é o caminho, porém na encruzilhada dos atalhos, naquele espaço pequeno de uma cabine, com o voto à frente, a cruz foi traçada, onde a consciência ditou e ficaram adiadas as razões do coração que defendia outro partido, outro desenho.
A surpresa dará os seus frutos e tem neste caso a seu favor, o anonimato. Ninguém vai poder acusar seja quem for de ter votado neste ou naquele, pois o direito ao sigilo é garantido e ainda é mais excitante do que enviar comentários anónimos sobre a guerra dos partidos que não nos agradam. Quantos se ficam a rir e a festejar a vitória, com um sorriso, perante o desespero dos outros pela derrota que não esperavam. Em plena democracia e na liberdade de exercer o direito de voto,vamos aproveitar a oportunidade da vingança dos amigos e castigar os inimigos. Na hora da caneta fazer a cruz, respiramos fundo, estudamos o boletim, pensamento positivo e… e… sim é neste que votamos, sorrimos , sorrimos o pior já passou. Ao entregarmos o boletim sorrimos, assim os que recebem o voto das nossas mãos e o introduzem na urna, ficam aliviados – bem enganados- e nós tranquilos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Na verdade, o deserto não existe: se tudo à sua volta deixa de existir e de ter sentido, só resta nada.
E o nada é o nada: conforme se olha, é a ausência de tudo, ou, pelo contrário, o absoluto.
Não há cidades, não há mar, não há rios, não há sequer árvores ou animais.
Não há música, nem ruído nem som algum, excepto o do vento de areia quando se vai levantando aos poucos e esse é assustador. MJFiel

Anónimo disse...

De tudo o dito no comentário do Senhor Manuel Pinto, continuo convencido de que o mais que o move é a terrível vontade de protagonismo que não teve, nem poderia ter no PS ou até na Cooperativa Agrícola...
Adiante!
Sobre este comentário no qual reprova as pensões ou reformas milionárias para políticos por uma questão de justiça ou pela falta dela, permita lhe lembre a justiça ou a falta dela entre a sua reforma e a de um simples rural ou doméstica!
Sobre o seu voto diverso, mas qualificado porque será para castigar sem olhar à razão do coração, em partido e desenho diferentes, bom, apenas reafirmo a sua sede de protagonismo político e social num meio que lhe não é simplesmente favorável!
A justiça ou injustiça do voto no PS, terá o meu amigo oportunidade daqui por uns tempos de fazer essa real avaliação, apenas e simplesmente, comparando...
Depois, bem ao seu seu jeito, coçará a cabeça e dirá, pois é..., ISTO É UMA PORRA!
Mas entretanto já tinha cometido uma enormíssima injustiça!
Passe muito bem Manuel Pinto e que no "bloco" consiga realizar um dos seus sonhos, sim porque e embora os defeitos de Sócrates, ainda é permitido sonhar...
Só que antes de Sócrates também era e no pós Sócrates também será.