29 julho 2009

Ab jecctum

Não fujo mais uma vez à obrigação e ao direito de opinar sobre a maneira como por aqui se cuida a “coisa pública”.
Do que se trata é de se saber se as esculturas instaladas estrategicamente em espaços públicos da nossa Vila, vão interferir no nosso dia a dia. Como vamos reagir os objectos de arte que intencionalmente (ou não) foram colocados à nossa disposição!?
Será justo perguntarmo-nos sobre qual terá sido o propósito deste acto!?
Esta era uma das maneiras de sabermos se os trabalhos se destinam especialmente ao nosso usufruto. Se assim for, parte-se do princípio de que estamos apetrechados para os fruir, para identificar e interpretar o seu significado, intenção ou função. Neste caso, deverá haver alguma relação com o nosso gosto e sensibilidade, com a nossa cultura e conhecimento.
Não se trata no caso de questionar-se o desempenho dos artistas criadores. Estes terão desempenhado o seu papel, a sua tarefa, que foi a de se concentrarem nas obras e não no entendimento destas, pelos outros. Não se lhes podia pedir que realizassem o seu trabalho dirigido a um qualquer grupo ou classe particulares.
No meu caso singular sinto-me próximo dos que têm uma opinião sobre as linguagens conceptuais que, me parece, impregnam estes projectos. Serei um privilegiado!? Terá sido exclusivamente para mim que os trabalhos foram concretizados!? Terá sido para os vindouros fruírem algumas gerações mais tarde!?
A questão é pois a de saber-se o que pensa ou pensou quem colocou estas obras à nossa disposição. Que argumentos terá para defender a utilidade e prioridade destes trabalhos!?
Perante a concretização dos factos importará agora apreciar o reconhecimento que as obras ganharão no nosso futuro. Poderão ganhar o estatuto de obras de arte ou de formas inúteis. Neste caso ficará confirmada a ideia de “acaso” com que parece ter-se iniciado a planificação deste projecto.

12 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns, HC. Este é um texto de grande pertinência e sagacidade!

h.r.

Anónimo disse...

No caso das esculturas serem realizadas pelo autor do artigo, será que faria a mesma piada?
Tenho dúvidas.
Leva-me a pensar, que poderá ser uma simples dor de cotovelo.
Mas isso, passa com o tempo.

Anónimo disse...

Acho que chegou a altura de se criar um movimento contra aquelas aberrações !

Anónimo disse...

Os jardins também são esculturas, devia haver respeito por os mesmos.
Os senhores escultores que arranjassem outros espaços para implantar as peças deles.
Os jardins não são expositores!!!M

Anónimo disse...

De facto "sagacidade" não é o que falta ao Sr. prof. Hélder! Se as esculturas fossem suas não falaria assim!!!

Anónimo disse...

Mais uma vez, parabéns, Hélder de Carvalho por uma singela aula teórica sobre os princípios pelo qual se deve reger uma obra escultórica. Para alguns, infelizmente, assim como para o ainda actual presidente da autarquia, qualquer rochedo sem olhos, é uma obra de arte.

É preciso saber esculpir o granito e transformá-lo em termos de formas, linhas, volume e qualidade estética. Além disso, deve também respeitar-se sempre a volumetria do património cultural edificado naquele espaço. Caso contrário haverá uma descontextualização arquitectónica, aliás, como se tem vindo a verificar.

Por conseguinte, no meu modesto contributo, são estes, os princípios conceptuais e estruturais básicos a respeitar acerca de uma obra de arte. Caso contrário, não duvido, a natureza faz muito melhor. Não é necessária a intervenção do Homem.

Cumprimentos

Carrazedense

Anónimo disse...

Grande falta de sentido ético e deontológico.
Não vale tudo HC.Os seus colegas deviam merecer-lhe mais respeito.

Rafaela Plácido disse...

Que HC não apreciou muito as ditas obras, parece-me dedutível do seu comentário. Agora que este peque por dor de cotovelo, disso tenho dúvidas. O que ele fez foi adensar-se pelos conceitos sobre as coisas. E nisso foi profundamente sagaz.

Cumprimentos

Rafaela Plácido

Helder Carvalho disse...

Verifico que têm valorizado a minha humilde opinião. Alguns chegam a admitir que pretendo comparações com os insignes escultores que nos ofereceram estes projectos. Se fosse convencido, teria de me sentir orgulhoso com a comparação. Julgo que será pertinente indicar os nomes que sei dos escultores representados para que pesquisando conheçam as suas obras e vejam que, eu não sou ninguém, compara do com a estaturas destes. Apenas não prescindo de ter a minha opinião e, possivelmente dispensar a opinião da maioria que aqui dá a sua.
Escultores:
Ângelo de Sousa
Reinhard Klessinger
Satoru Sato
Nicola Carrino
Fernando Casas
Alberto Carneiro
Carlos Barreira...

Anónimo disse...

SENHOR HELDER OLHE QUE PARA A DOR DE COTOVELO NÃO HÁ REMÉDIO E MESMO QUE ELE EXISTISSE A SUA DOR DE COTOVELO É TÃO CRÓNICA E HEREDITÁRIA QUE NÃO PASSARIA.
-ESTA MAL MUDESSE.

Anónimo disse...

Os analfabetos devem assumir-se e não escrever tão estupidamente!

Anónimo disse...

Boa,este anónimo não merece só isso mas muito mais.