15 maio 2008

Migrações

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está entre as primeiras 100 instituições de Ensino Superior europeias que mais trocam população escolar no âmbito do Erasmus, um programa de mobilidade de alunos e professores.
Este ano lectivo, estão envolvidos naquele programa cerca de 300 estudantes e 90 docentes, dos quais 150 são jovens de vários países europeus que vieram estudar para Bragança, a maioria vem de Espanha, Itália e Grécia, mas as deslocações dos países de Leste estão a aumentar, nomeadamente da República Checa, Lituânia e Eslovénia.


É curiosa esta notícia do intercâmbio de estudantes. A mobilidade de alunos e professores é uma das principais conquistas de liberdade no espaço europeu. Cremos que é também na osmose de culturas que os povos constroem o seu progresso. Recorde-se o "orgulhosamente sós" que nos tornou no país mais atrasado do velho continente, em contraste com os países da Europa Central que assentaram o seu desenvolvimento na abertura de fronteiras e livre circulação de pessoas e bens.
No entanto, não se pode confundir livre circulação de pessoas com o fenómeno da emigração portuguesa ou outras. A emigração arrasta consigo problemas de desenvolvimento das pessoas em dificuldades no país de origem quanto a subsistência e mesmo nível de vida. Assim muitos portugueses emigraram para melhorar a sua situação familiar e nos tempos modernos as emigrações africanas ou dos países de leste inserem-se também nesta problemática.
Não nos devia espantar, se a memória não fosse curta, que o que se passa com as populações africanas e dos países do anterior bloco de Leste que procuram a Europa, ainda há bem pouco tempo se passou com os nossos compatriotas quando procuravam países mais desenvolvidos durante os grandes surtos de emigração portuguesa nos anos sessenta. Mesmo hoje as migrações sazonais particularmente do interior do país para a Suíça, França e Espanha comportam esta vertente. A livre circulação no seu verdadeiro significado deverá ser encarada como uma livre e espontânea vontade do trabalhador sem ter no seu pensamento única e exclusivamente a economia familiar.
No nosso concelho há, no presente, duas comunidades estrangeiras, uma do Casaquistão que aqui tem encontrado trabalho e uma outra que, por via de intercâmbios vários(?), estuda na Escola Profissional. A sua integração tem-se revelado completamente pacífica.
Duas realidades diferentes, mas que têm uma base comum, dificuldades económicas dos seus países de origem.

1 comentário:

Manuel de Panóias disse...

Estudei lá, embora não realizasse o Programa Erasmus, devo dizer que estou muito orgulhoso de o realizar agora, quase 3 anos depois de acabar o curso. Fui forçado a deixar Portugal após ficar desempregado. Agora estou a fazer o meu Erasmus Licenciado Desempregado. Durante os dois primeiros anos correu tudo bem. Ainda bem que existe a facilidade de recomeçar a vida noutro país da União Europeia. Dizem que Portugal anda sempre na cauda da Europa, não é verdade, temos agora os jovens licenciados imigrantes com uma das melhores formações na europa. Vocação para criar emprego é coisa que não existe no IPB.
Cambada de Velhos!