10 agosto 2007

Notas do Farpa

Durante os dois últimos dias visitei o Festival de Artes de Pombal de Ansiães (FARPA) e vi muita gente, da aldeia sempre empenhada e participante, mas também do concelho e muitos outros forasteiros. Como alguém me confidenciou o festival é sempre um crescendo, nasce algo hesitante e envergonhado e desagua forte e ufano com ânsias de inovação e afirmação. O FARPA é talvez um caso único do país: uma singela aldeia, limítrofe e fortemente desertificada, teima. contra vontades próprias (que também as há e vão variando conforme os directórios) e alheias, oferecer um cardápio de eventos que passam pelo teatro, a música popular e erudita, as artes plásticas, a literatura, a animação de rua, o desporto… O FARPA nasce de uma dinâmica associativa sedeada em Pombal de Ansiães há muitas dezenas de anos que conseguiu uma praxis cultural metódica e perseverante, em que a actividade dramática de produção própria, entre outras, foi sempre a argamassa e o traço de união de uma comunidade que produziu uma obra física, o salão, o bar, o polidesportivo, e alicerçou nos pombalenses laços inquebráveis de “união, igualdade e fraternidade”. O FARPA do Pombal mereceria com certeza mais apoios e um outro olhar de quem perspectiva o desenvolvimento do concelho, pois é através deste tipo de eventos que se ajuda a inverter o estrangulamento do interior que muitos condicionalismos obrigam.

O “Toques do Caramulo”, que actuou dia 8, grupo musical de Águeda, constituiu uma revelação e mostrou à saciedade como é possível produzir um espectáculo musical alicerçada na melodia tradicional portuguesa numa constante interacção com o público sem recorrer a ofertas que são sempre lugares comuns e modas mais ou menos passageiras. São também uma lição para todos os que se dedicam aos acordes musicais, que para além dos ritmos monótonos, dos sons eléctricos estridentes, das letras ininteligíveis, das sonoridades das playlists radiofónicas quantas vezes de gosto duvidoso, é possível investigar na folk nacional e daí recrear de forma inovadora e apelativa.

Bonito foi de ver todo o “staff” dirigente do PSD, isto é, toda a sua Comissão Política Concelhia a distribuir no local simpatia e cumprimentos. A preparar as futuras autárquicas ou tão só a atenuar possíveis mal-entendidos. Mistérios!? A oposição continua a dormir, depois não se queixe…

3 comentários:

Anónimo disse...

alguem sabe mais alguma coisa acerca da wireless em carrazeda? agradeco desde ja a resposta.

Anónimo disse...

? União Igualdade e Fraternidade,diz o professor José Mesquita?
Vai lá, vai ! Até a barraca abana !
O Senhor Professor, este ano pelos vistos desceu ao povoado, mas nos anos anteriores próximos não foi lá ver o staf do PSD! Olhe que Pombal parece receber bem os visitantes e também lhe dariam de merendar!
Este ano também não viu lá staf do CDS Junta de Freguesia com mira apontada para a Câmara?
E já agora, não viu lá o staf do PS? É que este estava mesmo debaixo do seu nariz!

anónimo-Carrazeda

josé alegre mesquita disse...

Tiro o chapéu às suas qualidades de observação. Quanto ao descer ao "povoado", não se pode conhecer tudo, mas eu faço esse trajecto quase diariamente.