04 julho 2007

Douro Presente e Futuro

A Associação Management?, em parceria com a Associação dos Amigos de Pereiros, levou a efeito em 29 de Junho de 2007 em S. João da Pesqueira, um Seminário subordinado ao tema "DOURO – PRESENTE E FUTURO”.

Por razões profissionais não pude assistir a todas as intervenções que prometiam dado o excelente naipe de oradores anunciados no programa. Do que ouvi, pouco de novo. O blá-blá do costume. O Douro que deve afirmar-se como um novo pólo de desenvolvimento turístico, a falta de apoios estruturais, a pouca participação da população em certames do género… Mais aquelas que se tornaram moda, a sinalização da região, a proliferação de novas lixeiras. A excepção, o arquitecto Manuel Fernandes mostrou uma outra vertente da região tão pouco divulgada, as barragens do Douro e particularmente as três primeiras construções: Miranda, Picote e Bemposta, que nasceram, diz quem sabe, apontando para o futuro, com valências várias e projectos de expansão arquitectónica, tendo em vista a realidade turística. O engenho humano e o investimento financeiro sem qualquer utilidade. Fado nosso.

À margem do colóquio há também coisas saborosas. Primeiro, as favas com costeletas de porco e o divino leite-creme servido ao almoço em jeito de self-service, comido maioritariamente de pé. Os dez euros mereciam um melhor serviço. Depois nas conversas cruzadas, algumas notas: lá para os lados de Linhares houve um certo senhor presidente da junta, sempre que chegavam os turistas à aldeia os recebia com toda a simpatia e dignidade, e em seguida como nada mais havia no concelho, desgostoso, via-os partir para o município de S. João da Pesqueira; alguém alvitrou que do vinho se deveriam fazer também rebuçados e vinagre (e porque não, sopas de cavalo cansado); aquele além afirmou peremptório que basta um dia para se conhecer o Douro, depois ao visitante nada mais resta do que se ir embora; este outro justificava a impotência geral, lembrando que há bem pouco vira a paisagem de S. Salvador do Mundo esventrada pelo caterpillar e irremediavelmente danificada; na moderação do debate, o professor Bianchi contou que o seu amigo estrangeiro lamentava, nos dias passados no Douro, não teve oportunidades de gastar os euros, pois não encontrou onde e em quê (não lhe falariam de umas certas "meninas", esse grande investimento turístico); o Chefe da Unidade de Missão do Douro puxava do seu bloco de notas e apontava…

À saída do cine-teatro, nos cafés das esplanadas ou à sombra das árvores, uma dúzia de reformados, alheios aos esforços de tão doutas personalidades para salvar o Douro, deixavam desinteressados correr o tempo na tarde morna. Depois… a paisagem da Valeira única e deslumbrante votada à habitual solidão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Falar do Douro deixou de ter interesse para os que vivem no Douro, porque não retiram qualquer proveito.O Turismo, a navegabilidade interessam a quem? Ao Sr. Mário Ferreira que enriquce com a actividade menos a região, os turistas que transporta não deixam nada, o Douro é infelizmente motivo de promessas eleitorais para políticos, temos paisagem, temos vinho e azeite, não temos mais valias resultantes de tudo isto, daí qu falar não leva a nada.