Nos últimos dias, estamos a assistir a um conjunto de notícias verdadeiramente alarmantes para o distrito nas áreas da educação, da saúde, da justiça, do emprego, das acessibilidades que violam preceitos constitucionais, como sejam o de “promover o desenvolvimento harmonioso de todo o território nacional”, bem como “a igualdade real entre os portugueses”, entre muitos outros, e por via disso, poderão colocar em causa a viabilidade de alguns concelhos. O tema comum a estes vários anúncios é o encerramento.
O “Informativo” na sua última edição noticiava a vontade inabalável da senhora Ministra da Educação de encerrar mais escolas garantindo que “a concentração de escolas vai prosseguir”, mesmo que elas possuam “até 20 alunos”.
A partir do dia 23 de Abril, na área da Saúde, todos os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) do distrito vão fechar a partir das oito horas da noite às oito da manhã. Resultado: oito dos doze concelhos do distrito irão ficar sem um atendimento médico permanente nos seus Centros de Saúde e algumas aldeias destes concelhos ficarão a mais de uma hora de um centro hospitalar.
Com base num estudo elaborado por engenheiros da Universidade de Coimbra propõe-se a reconversão de 28 tribunais do Interior com pouco movimento processual em casas da justiça. No distrito de Bragança, Alfândega da Fé, Carrazeda
Ainda a possibilidade do IC5 não ser construído e o presidente da câmara de Miranda diz mesmo que cada vez mais a estrada é “uma miragem.”; a dispensa de 123 trabalhadores do Estado nos serviços do Ministério da Agricultura que faziam parte da Direcção de Trás-os-Montes e Alto Douro e a certeza do encerramento de mais um serviço na capital do distrito isto é, a direcção distrital de Finanças de Bragança deverá mesmo desaparecer para se fundir com a de Vila Real.
São momentos difíceis e inquietantes para o distrito e o que mais nos espanta é a visível impotência das forças políticas distritais, a acomodação das populações e a ausência de debate e de alternativas para inverter o subdesenvolvimento a que este conjunto de medidas nos levará. Alguns parecem querer assobiar para o ar, a contestação resume-se a intenções pouco fundamentadas e todos olham apenas para o seu “quintal” quando se exigia uma atitude supramunicipal e suprapartidária.
É o interior que está a encerrar. Estamos a morrer sem qualquer honra e glória. O mundo rural está a ser transformado em "reserva de índios", qual política de "terra queimada" utilizada pelos colonizadores norte-americanos nos seus confrontos com os denominados “peles vermelhas”. Pouco mais nos restará que a colocação de uma rede ou um muro envolventes, com entradas guardadas e bem sinalizadas. Terra estranha com gente diferente e quem nos quiser ver que pague bilhete. Disso viveremos…
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