(pelo José)
Estou apaixonado pelo primeiro-ministro
Por todos os primeiros-ministros
E pelos segundos
E pelos terceiros
(...) quero vê-lo(s) num filme porno.
A. Pedro Ribeiro, in Manifestos do Partido Surrealista Situacionista Libertário
Afinal, o José não é o único. O A. Pedro Ribeiro também morre de amores pelo nosso primeiro, e pela nossa ministra. Como é mais puritano,
José não gostaria de os ver num filme hardcore, 1º escalão, a fazerem amor com o défice, nem como Otelo, aos tempos em que nos fora cavaleiro tauromáquico lhes projectando (a baba, a raiva, o ranho) ao Campo Pequeno. Não,
José apenas os quer na RTP Memória, ao filme em que se pensam cowboys, a preto e branco, num duelo ao amanhecer. E sob a capa de não haver mais cêntimos, José pensa que o primeiro, o segundo, mesmo os terceiros são os bons que vão promover o mérito, quando, afinal, promoverão mas toda a gerontocracia de macacos velhos, por cinzentos. E entre estes, só os piores: amigos do sistema, que ocuparam cargos de gestão - mesmo sem haverem dado aulas, e haverá sempre alguns numa Escola perto de Si -, que ocuparão claramente os lugares de supervisão, não fossem eles Super-Homens, de tanto sonharem com a (sua, não esta) reforma. Até porque são os únicos que faltando, numa turma que às vezes vão tendo,
os outros funcionários lhes não marcam falta! E este passa a ser um critério de relevar a sua omnipresença - justamente diferenciador dos Deuses e dos simples mortais.
Estava a ler um notável poema de Fernando de Castro Branco, nessa parte em que tocava Lorca, intitulado "Na morte de José Augusto Seabra",
Como habitualmente, talvez não chegues
às cinco em ponto da tarde, que o teu relógio
é o rasto do sol, o outono das sombras.
Mas nós, os teus alunos, esperar-te-emos algum tempo,
escondidos nesta paisagem sem Natal, lá fora.
Sabemos que não vais faltar.
e pensava eu como fosse vivo e no Ensino Básico ou Secundário, José Augusto Seabra, anti_
normativo e convencional... Jamais faria parte dos futuros professores titulares. Se a reforma é em nome do Cêntimo, substituindo um passado pardo, em que quase todos os professores eram iguais, com classificação Suficiente por um futuro em que só dos pardos rezará a história
o José não vê que a Escola pública será cada vez mais lugar de marginalização (só lá ficarão professores, digo: funcionários públicos que piquem o ponto: 8 horas, não é?, sem condições de prepararem aulas e alunos que não queiram prosseguir estudos). Que
quem quiser ensino de qualidade que o pague!, num Colégio privado, (à imagem de 99% dos deputados e 100% dos ministros), que é onde têm os filhos. Sem saber nem sonhar que a conta do Guarda-Roupa (banal, neste Carnaval...) lhe virá em breve, olhando a máscara de Zorro, ao feminino... Ah, diz o José, como eu morro de amores pela linda capa da Ministra da Educação!
vitorino almeida ventura
Sem comentários:
Enviar um comentário