03 abril 2005

Nuvens de tempestade

É tempo de posicionamento na grelha de partida dos vários candidatos às eleições autárquicas no município carrazedense. A publicitação da recandidatura do actual presidente assinalou o pontapé de saída da "pequena política" caseira.

A renovação de nomes, com entradas e saídas causam fricção, amuos, nervos, boatos. Circulam novas sobre saídas e demissões bombásticas, novos candidatos, trocas de camisolas. Fazem-se apostas sobre pseudo candidatos e delineiam-se estratégias "perfeitamente" infalíveis. Depois há aqueles que se insinuam para um “lugarzinho” seja em que lado for – à esquerda ou à direita. Sofrível, mas infelizmente comum um pouco por todo lado!

Os próximos dias podem ser decisivos para clarificar as águas. Após a tempestade, normalmente vem o bom tempo. Oxalá!

O papel da oposição é deveras difícil. Não vislumbremos mais nada senão o deserto. Que nos irão dizer e mostrar depois de um mandato atípico e sem qualquer chama ou sequer o mínimo sinal de existência. Surprendam-nos! Quão precisa era de modo a construir-se uma alternativa, absolutamente necessária!

Quanto ao poder instituído parece-nos ser hora de uma profunda renovação. O panorama do "realizado" é muito pouco. Serão necessárias novas ideias, saberes, projectos, capacidade e muita convicção para inverter a tendência desertificadora e de falta de desenvolvimento que é angustiante e nos deprime como comunidade. A prevalência de muitos anos no poder cria inércias, dependências, rotinas. É necessária uma grande capacidade de inovação e uma contínua renovação para inverter os males da “eternização do poder”[1] .

Porém a construção das listas e a “dança dos nomes” é um dos capítulos da política na sua pior faceta. Daqui até Dezembro tenho pouca esperança que se discutam ideias e projectos. E isso era o mais importante!


[1] Penso que a nossa legislação deveria ter mecanismos que impedissem esta situação que em alguns casos pode ser perigosa para a democracia.

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