21 setembro 2004

Más acessibilidades impedem desenvolvimento do interior

"O melhoramento das acessibilidades tem sido a grande exigência dos autarcas transmontanos, que vêm na construção de novas estradas o grande e principal passo a dar para desencravar Trás-os-Montes e Alto Douro.As más acessibilidades que caracterizam a região são apontadas por muitos como as grandes culpadas do isolamento e desertificação do interior Norte e do seu débil tecido económico e empresarial. O Governo continua a ser acusado de “dívidas” antigas, de “falta de vontade política” e de “abandono” do interior. E, apesar de todos reconhecerem que a situação actual é “injusta” e que o melhoramento das vias é uma prioridade, a verdade é que está praticamente tudo na mesma. Um exemplo é o distrito de Bragança, o único no país que continua sem um quilómetro de auto-estrada. Já em Vila Real, vão avançando as obras do IP3 e espera-se pelo prolongamento da A4 desde Amarante."
"Já para os concelhos do Sul do distrito de Bragança (nomeadamente Miranda do Douro, Mogadouro, Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor), o IC5 é a obra prioritária. Este itinerário, que ficaria ligado ao IP4 (desde Pópulo) e ao IP2, em Torre de Moncorvo, é visto pelos autarcas daqueles concelhos transmontanos como um motor de desenvolvimento económico, social e demográfico. “Os concelhos do sul do distrito são o IC5, que deve ser uma prioridade dentro do distrito. Este itinerário está para nós como o pão para a boca e já temos uma petição pelo IC5 no IEP”, afirmou o autarca de Mogadouro, Morais Machado, acrescentando que, com o IC5, Mogadouro ficaria a 168 quilómetros do Porto, em vez dos actuais 330. Confessando-se “saturado” de “atrasos e remendos”, o autarca desabafa: “pensei que fazíamos parte do Interior do país, mas cheguei à conclusão que somos o exterior. Já não devemos ser Portugal”. Para Morais Machado, não é possível atrair turistas, empresas e investimentos sem estradas condignas, por isso, afirma que aquele itinerário é uma via “estruturante” para o desenvolvimento do concelho. “Mas já temos mais motivos de atraso”, avançou, “agora são os da REFER que não querem a estrada por cima da linha, que, por sinal, está totalmente degradada e abandonada”. Argumentando que sem o IC5 o concelho de Mogadouro “continuará como está”, Morais Machado lembra, uma vez mais, o caso da ponte entre Sardão (Alfândega da Fé) e Meirinhos (Mogadouro), inaugurada recentemente, mas que continua a não passar de um “monumento” e de uma “curiosidade”. “A ponte está a ser utilizada por curiosidade. Sem o IC5 não deixará de ser apenas isso, uma mera curiosidade e um monumento à saber fazer”, concluiu."


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