Paulatinamente vamos caindo na realidade. Uns envergonhadamente outros ainda inconscientemente, vamos sentindo na pele os efeitos da nossa irresponsabilidade. Muitos acreditavam que Sócrates resolvia por nós. Outros passavam o tempo, como a cigarra, a cantar demagogias. Investiu-se muito. Em recreios, parques de veraneio e de merendas, campos desportivos, associações de tudo e de nada, festas e festins. Este Verão, por exemplo falou-se muito das festas do concelho. A procissão foi bonita, o fogo também agradou, a organização foi diferente. Mas, ninguém avaliou o resultado concreto à excepção do lucro do negócio das caipirinhas. Ninguém perguntou qual o movimento de vendas dos produtos que se promoviam. Ninguém quis saber da única acção cultural integrada, da tradução publicada do foral de Ansiães. Ninguém sentiu falta de qualquer actividade desportiva com intervenientes não contratados.
Chega agora o Inverno. Teria sido preciso que nos tivessem enchido o celeiro. Que alguém se tivesse compadecido dos pobres. Dizem-me que o Senhor Presidente aceitou recentemente uns almoços grátis. Sorte a dele, mas eu não lhe invejo a dita, já que lhe incumbem a responsabilidade de procurar comida para muitos outros.
E contudo eu adivinhava um milagre por aqui. Finalmente iríamos ter bons acessos ao mundo. Acreditava eu que, nos meus dias, ainda iria chegar comodamente a Vila Real para ver cinema ou teatro. A Bragança para ver exposições, ou em trabalho. A Espanha para usufruir da cultura e turismo. Ao Porto para vender os meus produtos. Pareceu-me que poucos entenderam a vantagem que aí vinha. Ainda bem porque não chorarão agora o seu adiamento. Sou dos que não acreditam que perante a situação miserável em que todos colocámos o país, este seja capaz de dar prioridade à conclusão da nossa IC. Somos poucos e com nenhuma força política. O que mais me custa contudo é que também não demos mostra de ter consciência da importância económica que iria trazer tal obra. Apontaram-nos a lua e, pachorrentamente olhámos para o dedo. E assim parece que será para todo o sempre - Ámen.
1 comentário:
Essa da Cigarra e da Formiga.. é como a do pai natal
A cigarra cantava , cantava e a formiguinha trabalhava, trabalhava
transpirava e juntava para , no inverno, poder descansar com algum conforto
e a cigarra lá continuava,. cantando e gastando .. por conta
a formiguinha lá juntou com muito sacrificio o que pensava ser o suficiente para o seu inverno e esperou que a cigarra lhe viesse , de joelhos , pedir ajuda para matar a fome e o frio..
vem o Outono e e o Inverno .. as chuvas e o frio . a formiguinha estava quentinha na sua lareira saboreando duma forma comedida , alguns alimentos que tinha , com muito sacrificio amealhado..
Batem à porta.. é ela pensou a formiguinha... é agora que vou vingar... é agora que lhe vou responder:
- que fizeste no Verão?
- Cantei
- Cantaste?.. Pois Agora chora..
.........
Mas batem à porta com mais força e deitam-na abaixo..
Uma série de polícias e seguranças
irrompem pela casa dentro e saqueiam tudo ... perante o ar grave do Ministro das Finanças..
Então a Cigarra sai do carro oficial com o seu casaco de Vison e diz-lhe ... :
- Olha formiguinha ... vou para Paris com o meu amante.. queres alguma coisa?
- Ah .. vais para Paris.. então diz ao La Fontaine que vá para a
p-t- que o pariu e mais as suas fábulas....
..o mal é de quem os ouve ... porque quem as diz .. bem aliviado fica... ou se ja fica na mesma..
porque chamar nomes como p-t- às mães de muitos... nem aquece nem arrefece ... porque é verdade..
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