11 outubro 2008

Viajar de avião no distrito


A partir de Janeiro, a carreira aérea regional Bragança/Vila Real/ Lisboa deverá ter uma nova operadora. O Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) decidiu eliminar do concurso público que está a decorrer para a exploração do serviço a candidatura da Aeronorte, a empresa com sede em Braga que actualmente assegura a ligação. Segundo a Aeronorte, o seu afastamento do concurso está relacionado com o processo de certificação nacional de algumas aeronaves de matrícula estrangeira com as quais concorriam
Viajar de avião de e para Bragança da capital do país é pouco menos que um luxo. Os bilhetes ultrapassam os 100 euros. Como se sabe estas deslocações são subsidiadas pelo erário público e a quem destinam são a pessoas com bons recursos financeiros.Seria interessante divulgar quais são os passageiros que utilizam o avião. No fundo são os deputados, os altos quadros da administração, etc. os verdadeiramente subsidiados. Por outro lado dispomos das vias de comunicação mais miseráveis do país, nem sequer temos um km de auto-estrada no distrito,não dispomos de uma efectiva rede de transportes públicos, bem como a aposta no transporte ferroviário do distrito é inexistente. Aviões, pois claro, porém...

6 comentários:

Unknown disse...

Lembre ao presidente da câmara para levar os velhinhos de avião a Lisboa.
JLM

Anónimo disse...

O cónego Mesquita por certo quer levar antes os fiéis do que os velhinhos infiéis.

Unknown disse...

Às vezes acho que o Prof. Mesquita quer que se faça uma justiça divina:perfeita,geral,igualitária.
Felicito-o por ainda conseguir ter sentimentos tão puros.Reminiscências.
Queria que os nossos conterrâneos fossem regar as suas hortas a Lisboa?Mas elas situam-se em Carrazeda.As hortas dos deputados,empresários,administrativos é que se situam,por vezes, em Lisboa.Os aviões deixarão de ser subsidiados quando toda a gente passar a ter que fazer em Lisboa.Quando houver muitos viajantes,haverá muitas empresas interessadas como agora e não há 50 anos há supermercados por toda a parte.
JLM

Anónimo disse...

Mas que arrazoado é este do senhor João?

Unknown disse...

O meu arrazoado é um pouco metafórico.Quero dizer mais ou menos o seguinte:
O avião é bastante necessário para os possíveis interessados no desenvolvimento do interior.
Mas,por enquanto,ainda não há o movimento suficiente para que o tráfego aéreo se faça sem uma comparticipação do Estado.
Seria melhor não haver comparticipação e não haver aviões ou o contrário?
Claro que só anda de avião quem precisa dele.
Para haver progresso do interior,nós precisamos de boas estradas e de bons aviões.Por enquanto,tudo o que se fizer para o interior precisa de ser subsidiado.
JLM

josé alegre mesquita disse...

Caríssimo Dr. João:

Olhe que não são só os aviões do interior que são subsidiados. Todos os transportes de Lisboa e em muitos outros locais são subsidiados.
E isto de subsídios é uma verdadeira instituição nacional. Repare que agora até a banca, o sector mais lucrativo do país, também o é.
E isso de só andar de avião quem precisa dele não é bem verdade, anda quem pode.
Lamento que o rebuçado do avião mascare outras realidades, quiçá mais importantes. Foi isso que eu quis dizer com o meu comentário. Se os líderes da região defendem com tanto empenho e ardor o avião para Lisboa, deveriam também fazê-lo para outros transportes e infra-estruturas rodoviárias.
Já agora se não cuidarmos da nossa horta, quem há-de cuidar dela?