Editorial do Público. O que pensam muitos transmontanos como Manuel Carvalho. O que faltava escrever sobre o acidente e sobre a linha do Tua. O editoralista do Público disse quase tudo. Grande texto. A não perder! clique para aumentar
De certo modo para contrariar positavamente: "Arquivo: Edição de 01-02-2007
Autarcas satisfeitos com reactivação da linha-férrea para fins turísticos O anúncio feito pela Ministra da Cultura agradou aos autarcas de Foz Côa e Figueira Castelo Rodrigo Os presidentes das Câmaras Municipais de Vila Nova de Foz Côa, Emílio Mesquita, e de Figueira de Castelo Rodrigo, António Edmundo, reagiram com satisfação ao anúncio da reactivação da Linha do caminho-de-ferro entre Pocinho e Barca D‘Alva para fins turísticos. A via que faz a ligação de Barca D‘Alva com La Fuente de San Esteban (Espanha), começou a ser construída em 1883, foi inaugurada em 1887 e encerrada ao tráfego de passageiros e mercadorias em 1985. O presidente da Câmara de Foz Côa, Emílio Mesquita, considera que a sua recuperação para fins turísticos contribuirá para aumentar o número de visitantes à região, acrescentando que “há empresários interessados em explorar essa linha-férrea em comboios turísticos”. Para o autarca, trata-se de aproveitar “uma linha que faz passagem por sítios belíssimos e faz a ligação de Porto a Salamanca”. “Do Pocinho ao Museu são seis quilómetros de linha-férrea. Seria bom que se aproveitasse uma estação junto ao Museu, mas até Barca D´Alva são mais 22 e na parte espanhola são 78”, sublinha o autarca. António Edmundo, presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, disse que o anúncio feito pela Ministra da Cultura o deixou “satisfeito e radiante”, recordando que em tempos entregou um memorando a Isabel Pires de Lima onde era feita a proposta de revitalizar a via para fins turísticos. O autarca admite que o projecto faz todo o sentido “tanto mais que Espanha se prepara para ligar por via ferroviária Salamanca a Barca D`Alva, através de San Esteban”. Por outro lado, assinala que “como o Museu é uma obra virada para a cultura e terá visitantes de Espanha e de França”, faz todo o sentido apostar no projecto. António Edmundo também recorda que chegam anualmente a Barca D‘Alva por via fluvial, através do Rio Douro, “milhares de turistas” que, caso a via-férrea seja reactivada, “terão também a possibilidade de, mais facilmente, visitar o Museu do Côa e toda aquela região”. A revitalização da linha para fins turísticos tem sido também defendida pela colectividade espanhola Asociación de Camino de Hierro que anualmente promove acções (a última foi realizada em 2006 na parte espanhola junto de Barca D‘Alva) com o objectivo de chamar a atenção do poder político dos dois países para o projecto. A linha do caminho-de-ferro “corre” pelas devesas do Campo Charro (planalto salmantino) e entra no Parque Natural das Arribas do Douro, sendo considerada pelos espanhóis como “um exemplo de engenharia civil único”, o que levou em 2000 o Ministério da Cultura de Espanha a classificá-lo como “Bem de Interesse Cultural”, com a categoria de “Monumento”.
e para complementar negativamente passado 2 dias já não era bem assim
SECÇÃO: Actualidades
08-02-07 Emílio Mesquita diz que declarações da Ministra da Cultura foram mal interpretadas
António Edmundo o presidente do Município de Figueira de Castelo Rodrigo lamenta que agora o Ministério da Cultura volte com a palavra atrás, em relação a reactivação da Linha Férrea entre o Pocinho e Barca de Alva, até porque considera que não se deve brincar com a expectativa da população. Já o presidente do Município de Vila Nova de Foz Côa, Emílio Mesquita tem uma opinião diferente e considera que houve apenas um mal entendido e que as palavras da Ministra não foram bem interpretadas.
Emílio Mesquita considera que as perspectivas positivas têm avançado e reforça mais uma vez a ideia de que as declarações da Ministra foram nesse sentido. O Autarca de Vila Nova de Foz Côa diz que há intenção de reactivar a linha férrea, no entanto refere que, nunca esteve nada definido.
Emílio Mesquita está convicto de que a linha férrea entre o Pocinho e Barca de Alva vai ser reactivada, até porque, as expectativas têm crescido dia para dia. O Autarca de Vila Nova de Foz Côa considera importante a reactivação desta linha para o desenvolvimento da região. http://www.radioelmo.com/index.asp?idEdicao=50&id=5188&idSeccao=396&Action=noticia
A desactivação do troço ferroviário entre o Pocinho e Barca de Alva acelerou o empobrecimento de alguns núcleos populacionais ribeirinhos e lançou no esquecimento indescritíveis paisagens durienses.
Os edifícios e estruturas de apoio ligadas ao serviço e utilização daquela linha férrea caíram, simultânemente, num lamentável e revoltante estado de degradação, sem que lhes tenha sido dado – ao longo de todos estes anos – qualquer tipo de aproveitamento, como se a realidade económica portuguesa permitisse este esbanjamento de recursos...
O comboio já não apita, desde 1988, em Barca de Alva... Com a sua partida fragmentaram-se muitos sonhos e projectos, e a povoação entrou numa profunda letargia. O anterior encerramento da ligação internacional, que a linha do Douro garantia, traçara já um destino injusto para aquela localidade.
É certo que permaneceram as relações luso-espanholas – a velha ponte ferroviária serve de passagem pedonal – em especial com a vizinha La Fregneda, mas o ostracismo a que foi votada esta parcela do distrito da Guarda cavou um enorme fosso impeditivo do desenvolvimento.
O factor económico-financeiro pesou, como é sabido, na decisão de suprimir o tráfego ferroviário numa linha que, ao longo de décadas, constitui um eixo de ligação com toda a zona duriense, e um permanente desafio à descoberta de paisagens e cenários ímpares.
O comboio, mais do que meio de transporte, era um convite permanente para redescobrir a margem do rio, onde continuam a florescer tons e cores capazes de conquistarem os olhares mais exigentes, mesmo no confronto com outras realidades além-fronteira.
Embora seja verdade que a evolução social e económica actual alterou profundamente as funções e expectativas face a este meio de transporte, também é certo que o seu contributo para a implementação do desenvolvimento turístico da região não deve ser olvidado.
Aliás, é a partir desta ideia que, ao longo dos últimos anos, se tem insistido no aproveitamento daquele troço ferroviário para a circulação de composições no âmbito de projectos turísticos alicerçados nas condições naturais da região e apostados na conquista do mercado nacional e internacional. O desenvolvimento de uma articulação cuidada entre os circuitos terrestres, fluviais e ferroviários, considerando as potencialidades oferecidas pelos concelhos mais próximos, a par de uma promoção global da zona, das estruturas hoteleiras, desportivas e outrossim do seu património histórico-cultural propiciará novos horizontes para o futuro.
Recentemente, e aquando do lançamento da primeira pedra do Museu do Coa, as afirmações feitas pela Ministra da Cultura suscitaram algum optimismo quanto ao empenho governamental no apoio ao projecto de revitalização daquele troço; contudo dias depois a informação veiculada era substancialmente diferente, para espanto de alguns autarcas da região.
Importa, por isso, que os agentes envolvidos no processo – quer sejam autárquicos, empresariais ou governamentais – equacionem, sem delongas, as melhores estratégias, suscitem a adesão dos operadores turísticos, de forma a rentabilizarem os projectos e afirmarem no contexto nacional a região em causa.
Manuel Carvalho disse muito. Tocou nos temas chave mas o "leito" do texto é inavegável.
Deixaram morrer tudo. E não vão ser primeiras páginas de jornal de uma tragédia que vão mostrar o potencial turístico do maravilhoso vale do Tua.
Tivessem os nossos eleitos visto isso com antecedência, e actualmente teríamos muito orgulho no vale do Tua como produto turístico.
Tal não aconteceu. Passaram anos, mandatos e nada...eu já não acredito nisso. Porque as pessoas desacreditaram-se a elas próprias. Acredito mais numa represa de betão,inegavelmente obra bela de engenharia, que nos deixará uma reserva de água, mais autonomia energética e também potencialidades turísticas. E aí sim, corroborando de forma alternativa o que o AJS e o mario disseram, -que venham nuestros hermanos e explorem apenas o potencial turístico, tal como o estão a fazer no Alqueva. Porque nós não somos capazes! Lamentavelmente.
Tem toda a razão Zaratustra. Infelizmente o nosso Poder Local (Carrazeda, Vila Flor, Mirandela) nunca quizeram avançar para um projecto Intermunicipal que viabilizasse a linha do Tua, apesar das diversas propostas do Poder Central e também das oposições na Câmara e Assembleia Municipal. E nestas coisas, como em tudo, não há milagres. Se localmente não se quer, como diabo os de Lisboa hão-de querer? Em Lisboa o que se houve é o seguinte: - "Eles não se entendem" ... Isto no que concerne à linha do Tua mas também no caso do IC5. Portanto digo e repito mais uma vez: - Srs autarcas transmontanos, entendam-se!
5 comentários:
De certo modo para contrariar positavamente:
"Arquivo: Edição de 01-02-2007
Autarcas satisfeitos com reactivação da linha-férrea para fins turísticos
O anúncio feito pela Ministra da Cultura agradou aos autarcas de Foz Côa e Figueira Castelo Rodrigo
Os presidentes das Câmaras Municipais de Vila Nova de Foz Côa, Emílio Mesquita, e de Figueira de Castelo Rodrigo, António Edmundo, reagiram com satisfação ao anúncio da reactivação da Linha do caminho-de-ferro entre Pocinho e Barca D‘Alva para fins turísticos.
A via que faz a ligação de Barca D‘Alva com La Fuente de San Esteban (Espanha), começou a ser construída em 1883, foi inaugurada em 1887 e encerrada ao tráfego de passageiros e mercadorias em 1985.
O presidente da Câmara de Foz Côa, Emílio Mesquita, considera que a sua recuperação para fins turísticos contribuirá para aumentar o número de visitantes à região, acrescentando que “há empresários interessados em explorar essa linha-férrea em comboios turísticos”.
Para o autarca, trata-se de aproveitar “uma linha que faz passagem por sítios belíssimos e faz a ligação de Porto a Salamanca”.
“Do Pocinho ao Museu são seis quilómetros de linha-férrea. Seria bom que se aproveitasse uma estação junto ao Museu, mas até Barca D´Alva são mais 22 e na parte espanhola são 78”, sublinha o autarca.
António Edmundo, presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, disse que o anúncio feito pela Ministra da Cultura o deixou “satisfeito e radiante”, recordando que em tempos entregou um memorando a Isabel Pires de Lima onde era feita a proposta de revitalizar a via para fins turísticos.
O autarca admite que o projecto faz todo o sentido “tanto mais que Espanha se prepara para ligar por via ferroviária Salamanca a Barca D`Alva, através de San Esteban”.
Por outro lado, assinala que “como o Museu é uma obra virada para a cultura e terá visitantes de Espanha e de França”, faz todo o sentido apostar no projecto.
António Edmundo também recorda que chegam anualmente a Barca D‘Alva por via fluvial, através do Rio Douro, “milhares de turistas” que, caso a via-férrea seja reactivada, “terão também a possibilidade de, mais facilmente, visitar o Museu do Côa e toda aquela região”.
A revitalização da linha para fins turísticos tem sido também defendida pela colectividade espanhola Asociación de Camino de Hierro que anualmente promove acções (a última foi realizada em 2006 na parte espanhola junto de Barca D‘Alva) com o objectivo de chamar a atenção do poder político dos dois países para o projecto.
A linha do caminho-de-ferro “corre” pelas devesas do Campo Charro (planalto salmantino) e entra no Parque Natural das Arribas do Douro, sendo considerada pelos espanhóis como “um exemplo de engenharia civil único”, o que levou em 2000 o Ministério da Cultura de Espanha a classificá-lo como “Bem de Interesse Cultural”, com a categoria de “Monumento”.
e para complementar negativamente
passado 2 dias já não era bem assim
SECÇÃO: Actualidades
08-02-07
Emílio Mesquita diz que declarações da Ministra da Cultura foram mal interpretadas
António Edmundo o presidente do Município de Figueira de Castelo Rodrigo lamenta que agora o Ministério da Cultura volte com a palavra atrás, em relação a reactivação da Linha Férrea entre o Pocinho e Barca de Alva, até porque considera que não se deve brincar com a expectativa da população. Já o presidente do Município de Vila Nova de Foz Côa, Emílio Mesquita tem uma opinião diferente e considera que houve apenas um mal entendido e que as palavras da Ministra não foram bem interpretadas.
Emílio Mesquita considera que as perspectivas positivas têm avançado e reforça mais uma vez a ideia de que as declarações da Ministra foram nesse sentido.
O Autarca de Vila Nova de Foz Côa diz que há intenção de reactivar a linha férrea, no entanto refere que, nunca esteve nada definido.
Emílio Mesquita está convicto de que a linha férrea entre o Pocinho e Barca de Alva vai ser reactivada, até porque, as expectativas têm crescido dia para dia. O Autarca de Vila Nova de Foz Côa considera importante a reactivação desta linha para o desenvolvimento da região.
http://www.radioelmo.com/index.asp?idEdicao=50&id=5188&idSeccao=396&Action=noticia
A desactivação do troço ferroviário entre o Pocinho e Barca de Alva acelerou o empobrecimento de alguns núcleos populacionais ribeirinhos e lançou no esquecimento indescritíveis paisagens durienses.
Os edifícios e estruturas de apoio ligadas ao serviço e utilização daquela linha férrea caíram, simultânemente, num lamentável e revoltante estado de degradação, sem que lhes tenha sido dado – ao longo de todos estes anos – qualquer tipo de aproveitamento, como se a realidade económica portuguesa permitisse este esbanjamento de recursos...
O comboio já não apita, desde 1988, em Barca de Alva... Com a sua partida fragmentaram-se muitos sonhos e projectos, e a povoação entrou numa profunda letargia. O anterior encerramento da ligação internacional, que a linha do Douro garantia, traçara já um destino injusto para aquela localidade.
É certo que permaneceram as relações luso-espanholas – a velha ponte ferroviária serve de passagem pedonal – em especial com a vizinha La Fregneda, mas o ostracismo a que foi votada esta parcela do distrito da Guarda cavou um enorme fosso impeditivo do desenvolvimento.
O factor económico-financeiro pesou, como é sabido, na decisão de suprimir o tráfego ferroviário numa linha que, ao longo de décadas, constitui um eixo de ligação com toda a zona duriense, e um permanente desafio à descoberta de paisagens e cenários ímpares.
O comboio, mais do que meio de transporte, era um convite permanente para redescobrir a margem do rio, onde continuam a florescer tons e cores capazes de conquistarem os olhares mais exigentes, mesmo no confronto com outras realidades além-fronteira.
Embora seja verdade que a evolução social e económica actual alterou profundamente as funções e expectativas face a este meio de transporte, também é certo que o seu contributo para a implementação do desenvolvimento turístico da região não deve ser olvidado.
Aliás, é a partir desta ideia que, ao longo dos últimos anos, se tem insistido no aproveitamento daquele troço ferroviário para a circulação de composições no âmbito de projectos turísticos alicerçados nas condições naturais da região e apostados na conquista do mercado nacional e internacional. O desenvolvimento de uma articulação cuidada entre os circuitos terrestres, fluviais e ferroviários, considerando as potencialidades oferecidas pelos concelhos mais próximos, a par de uma promoção global da zona, das estruturas hoteleiras, desportivas e outrossim do seu património histórico-cultural propiciará novos horizontes para o futuro.
Recentemente, e aquando do lançamento da primeira pedra do Museu do Coa, as afirmações feitas pela Ministra da Cultura suscitaram algum optimismo quanto ao empenho governamental no apoio ao projecto de revitalização daquele troço; contudo dias depois a informação veiculada era substancialmente diferente, para espanto de alguns autarcas da região.
Importa, por isso, que os agentes envolvidos no processo – quer sejam autárquicos, empresariais ou governamentais – equacionem, sem delongas, as melhores estratégias, suscitem a adesão dos operadores turísticos, de forma a rentabilizarem os projectos e afirmarem no contexto nacional a região em causa.
Helder Sequeira
diariodaguarda@netvisao.pt
http://www.diariodaguarda.com/modules.php?op=modload&name=PagEd&file=index&topic_id=6&page_id=543
http://news.google.pt/news?hl=pt-PT&q=ministra%20da%20cultura%20e%20linha%20do%20douro&btnG=Pesquisa+Google&ie=UTF-8&oe=UTF-8&sa=N&tab=wn
se fizer aqui uma pesquisa tem bastante informação
as conclusões e comentários ficam ao critério de cada um
Manuel Carvalho disse muito. Tocou nos temas chave mas o "leito" do texto é inavegável.
Deixaram morrer tudo. E não vão ser primeiras páginas de jornal de uma tragédia que vão mostrar o potencial turístico do maravilhoso vale do Tua.
Tivessem os nossos eleitos visto isso com antecedência, e actualmente teríamos muito orgulho no vale do Tua como produto turístico.
Tal não aconteceu. Passaram anos, mandatos e nada...eu já não acredito nisso. Porque as pessoas desacreditaram-se a elas próprias. Acredito mais numa represa de betão,inegavelmente obra bela de engenharia, que nos deixará uma reserva de água, mais autonomia energética e também potencialidades turísticas. E aí sim, corroborando de forma alternativa o que o AJS e o mario disseram, -que venham nuestros hermanos e explorem apenas o potencial turístico, tal como o estão a fazer no Alqueva. Porque nós não somos capazes!
Lamentavelmente.
Tem toda a razão Zaratustra. Infelizmente o nosso Poder Local (Carrazeda, Vila Flor, Mirandela) nunca quizeram avançar para um projecto Intermunicipal que viabilizasse a linha do Tua, apesar das diversas propostas do Poder Central e também das oposições na Câmara e Assembleia Municipal. E nestas coisas, como em tudo, não há milagres. Se localmente não se quer, como diabo os de Lisboa hão-de querer? Em Lisboa o que se houve é o seguinte: - "Eles não se entendem" ... Isto no que concerne à linha do Tua mas também no caso do IC5. Portanto digo e repito mais uma vez: - Srs autarcas transmontanos, entendam-se!
Enviar um comentário