11 setembro 2006

A guerra das Tabuletas

A questão é sempre a mesma. Afinal qual é o objectivo? O que estará por de trás da ideia. Quem definiu a estratégia? Qual a urgência? Que alternativas haveria?
Para responder a estas dúvidas há pelo menos aquela resposta: - “É a vontade do povo que está a ser respeitada”.
O facto é que a estaca que tinha a tabuleta pregada onde se escreveu “Abandono”, não foi só enterrada nas campas do cemitério. Foi também espetada simbolicamente no coração doloroso de alguns familiares dos entes desaparecidos, que não gostaram de ver profanada assim a sua tumba. Ao que parece, quando a C.M. pretendeu assumir-se como diligente e organizada, terá acabado a revelar incompetência e falta de sensibilidade.
Tentarão agora resolver-se os problemas criados. Possivelmente até se arranjará um “bode expiatório” que assumirá as culpas e pedirá desculpas pelos erros de identificação cometidos mas, já é difícil escapar ao “anedotário” local.
É que agora já há quem queira responder da mesma moeda. A ideia é agora colocar placas com o mesmo dizer (Abandono), nos sítios onde se constata a negligência e o abandono da responsabilidade da C.M.
Com imaginação já poderemos antever, placas colocadas no gabinete do nosso Primeiro quando ele desaparece sem dizer “água vai”, placas colocadas por todo o lado, no fundo da vila, placas colocadas no castelo, no solar, nas obras incompletas, no “guiché” à hora do café, no arquivo, no S. Lourenço, nas escola desactivadas, nas juntas inacabadas, nas associações desactivadas…
E se o fabrico das placas for industrial, ficarão mais baratas. Então também se poderão colocar em todos os cemitérios do concelho onde se encontrarem campas verdadeiramente abandonadas.

Hélder Carvalho

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