As reformas no ensino têm sido uma constante desde o 25 de Abril com os resultados que se viram. Os governos passam, as avaliações das reformas não são efectuadas e as responsabilidades são atiradas ao ar
Esta equipa governamental tentou emendar a mão e em vez de uma nova reforma curricular, pedagógica ou afim atacou nas práticas da escola. A incidência particular parece ser o primeiro ciclo, sector de ensino, que, paradoxalmente, melhores resultados educativos obtém, como o mostram as provas aferidas e as taxas de sucesso educativo.
As linhas de actuação têm passado pelo combate ao absentismo dos professores, o alargamento do horário escolar, a concentração de escolas… Os objectivos parecem ser satisfatórios, porém o método está errado e pode revelar-se extremamente perigoso. As medidas que têm em vista o combate, muitas vezes injusto aos professores (misturando competentes e incompetentes, cumpridores e incumpridores) responsabilizando-os exclusivamente pelo insucesso da escola, atribuindo-lhes funções para as quais não tiveram formação, misturadas com uma grande dose de demagogia (cujo caso mais gritante é a falada participação dos docentes na avaliação dos alunos) e desresponsabilização dos encarregados de educação e das estruturas dirigentes da administração central. Fazer reformas contra os professores é contraproducente.
Vamos tentar esclarecer a confusão entre os trabalhos para casa (TPC) e o estudo acompanhado e alguns mal-entendidos da implementação da medida.
Os TPC são uma das práticas na aprendizagem que mais polémica tem gerado pelos pedagogos e também pelos professores. que afirmam vantagens e desvantagens Muitos há que não os utilizam na praxis diária e os combatem de maneira frontal. Esta ferramenta educativa cuja utilização tem sido mais ou menos pacífica em contexto escolar irá aparecer agora como de utilização obrigatória por decisão superior. Pergunta-se se algum professor com fundamentação pedagógica fundamentada sustentar a não utilização desta ferramenta pode ser obrigado a dar TPC aos seus alunos?
Uma das chamadas vantagens dos TPC é o envolvimento que se acha necessário do encarregado de educação na aprendizagem dos seus educandos que se é vantajosa em todos os anos de escolaridade, principalmente nos primeiros anos. Ao mesmo tempo eles servirão para os pais se aperceberem do percurso escolares dos seus alunos. Fazer os TPC nas escolas será mais uma medida da chamada desresponsabilização dos encarregados de educação. Os TPC, se os houver, são para fazer em casa e não na escola.
O chamado Estudo Acompanhado (aparecido com um governo Guterres – decreto-lei 6/2001) é uma área não disciplinar que atravessa todas as áreas do saber e devem estar presentes na actividade diária dos professores. Visa reforçar aprendizagens nucleares e desenvolver competências através de estratégias acompanhadas às necessidades específicas de cada aluno.
Esta nova área não disciplinar é uma ferramenta chave para, ao detectar deficiências na aprendizagem, estabelecer estratégias para promover o sucesso educativo. A filosofia que preside ao seu nascimento não permite desligá-lo da prática diária do professor e só sob sua orientação deve ser praticado para uma promoção do sucesso educativo. Confundir o Estudo Acompanhado com os TPC ou desligá-lo de uma planificação integrada e integradora é errado e irá desvirtuá-lo completamente.
1 comentário:
O que é preciso é imaginação.
"trabalhar custa, doí e magoa" por isso, deixo aqui algumas sugestões:
1º evitar TPC´s longos e chatos.O TPC deve ser encarado como um divertimento.
2ºAplicar prazos de dois ou tres dias para a sua apresentação. Do género...os meninos têm até Quarta-feira para me apresentar este trabalho. Dessa forma os meninos começam a ter a nocão do objectivo a longo prazo...tão necessário na vida adulta e sobretudo nas classes politicas.
3º Compensar os que os executam com sucesso, criando um quadro à vista de todos os meninos com os prémios/ medalhas recebidos.
4º Os TPC´s devem envolver os pais ou os irmãos. Por exemplo, pedir à mãe que guarde as latas da conserva para fazer sólidos geométricos. Pedir ao Pai uma actividade com ele para fazer uma redacção (ir à pesca, nadar, pintar o quarto, etc)
Os pais apenas devem "cheirar" os cadernos dos meninos e nunca intervir directamente.
mais sugestões.
Durante um mês desenhar as fases da lua.
Apresentar uma colecção de letras recortadas das embalagens domésticas.
Desenhar o teclado do telemóvel.
Achar a área da casa onde habita.
Desejo aos senhores professores boa imaginação.
Recomendo um livro: Aprender a brincar , Eduardo Sá.
ps. na fase do primeiro ciclo, defendo "romantismo" no ensino...
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