Um dos autores que não deve ser esquecido na arte da sátira social é Eça de Queirós. O exame sociológico do país crítico, mordaz e satírico aparece em toda a obra de Eça como uma necessidade e uma empresa nobre de toda a vida e com vastos reflexos em toda a sua obra.
A ironia percorre inteiramente a obra queirosiana, mas é no discurso das Farpas (publicação periódica editada em parceria com Ramalho Ortigão), que mais se revela e se torna uma arma terrível ao serviço da crítica social, cultural e política. Mais tarde denominará os seus textos de "Campanha Alegre".
A propósito cita-se José António Saraiva e Óscar Lopes: (Eça) «faz um juízo demolidor da vida social, económica e política, da religião, da opinião pública, do jornalismo e da literatura.
É Portugal visto de alto a baixo, recortado, autopsiado a golpes de bisturi através do monóculo de Eça: nas câmaras, e nas ruas, nos mercados e nas prisões, nos gabinetes da administração e nas praias onde labutam e naufragam pescadores, nas salas domésticas onde se entendiam as mulheres ociosas sonhando romances e recebendo amantes nas alcovas conjugais, nas igrejas onde rezam beatas e se realizam eleições, nos teatros onde se representam peças medíocres e mal traduzidas, nas redacções onde se patenteia em péssimo jornalismo…Nada fica de pé depois do vendaval queirosiano que arrasa os políticos, a imprensa, a vida administrativa, a religião, o teatro e a literatura.
É uma análise sociológica do país da regeneração, que detém uma actualidade assustadora e fazem ainda pensar o leitor no estado actual do país. Ao ler muitas das páginas, numa análise pessimista, concluir-se-á que pouco mudou desde então.
A publicação periódica das FARPAS constitui uma pedrada no charco da sociedade da altura e motivou as mais diversas reacções: mulheres que se persignavam ao vislumbrar os autores, ameaças de morte, cartas ameaçadoras, calúnias diversas... Pronunciaram-se nos altares sermões inflamados ameaçando de excomunhão os farpistas. Ramalho Ortigão co-autor desabafaria: “Acolheram-nos pouco mais ou menos como se fôssemos cães danados.”
Longe de querermos fazer comparações, pois é grande o que separa estes despretensiosos textos do saber e arte de Eça e salvo os exageros, não resistimos em estabelecer um paralelismo em algumas das reacções da época com as que hoje se produzem com o que se vai "postando neste blogue. Pouco mudou!
A ironia percorre inteiramente a obra queirosiana, mas é no discurso das Farpas (publicação periódica editada em parceria com Ramalho Ortigão), que mais se revela e se torna uma arma terrível ao serviço da crítica social, cultural e política. Mais tarde denominará os seus textos de "Campanha Alegre".
A propósito cita-se José António Saraiva e Óscar Lopes: (Eça) «faz um juízo demolidor da vida social, económica e política, da religião, da opinião pública, do jornalismo e da literatura.
É Portugal visto de alto a baixo, recortado, autopsiado a golpes de bisturi através do monóculo de Eça: nas câmaras, e nas ruas, nos mercados e nas prisões, nos gabinetes da administração e nas praias onde labutam e naufragam pescadores, nas salas domésticas onde se entendiam as mulheres ociosas sonhando romances e recebendo amantes nas alcovas conjugais, nas igrejas onde rezam beatas e se realizam eleições, nos teatros onde se representam peças medíocres e mal traduzidas, nas redacções onde se patenteia em péssimo jornalismo…Nada fica de pé depois do vendaval queirosiano que arrasa os políticos, a imprensa, a vida administrativa, a religião, o teatro e a literatura.
É uma análise sociológica do país da regeneração, que detém uma actualidade assustadora e fazem ainda pensar o leitor no estado actual do país. Ao ler muitas das páginas, numa análise pessimista, concluir-se-á que pouco mudou desde então.
A publicação periódica das FARPAS constitui uma pedrada no charco da sociedade da altura e motivou as mais diversas reacções: mulheres que se persignavam ao vislumbrar os autores, ameaças de morte, cartas ameaçadoras, calúnias diversas... Pronunciaram-se nos altares sermões inflamados ameaçando de excomunhão os farpistas. Ramalho Ortigão co-autor desabafaria: “Acolheram-nos pouco mais ou menos como se fôssemos cães danados.”
Longe de querermos fazer comparações, pois é grande o que separa estes despretensiosos textos do saber e arte de Eça e salvo os exageros, não resistimos em estabelecer um paralelismo em algumas das reacções da época com as que hoje se produzem com o que se vai "postando neste blogue. Pouco mudou!
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