A esta hora um forte incêndio está às portas de Carrazeda na direcção da Sra. da Graça. No breve circuito que fiz de automóvel, vislumbrei alguns "mirones" que assistiam à visão dantesca das labaredas. Decidi ir observar o "espectáculo" triste da estrada da piscina municipal. E agora dou aqui comigo a matutar...
Até há bem pouco tempo, todos eram poucos para debelar os raros incêndios. Um fogo na mata era uma verdadeira desgraça comum que afectava todos os conterrâneos. Aquele que se atrevesse a não comparecer no combate às chamas era contemplado pela crítica feroz do povo e podia contar com um desprezo generalizado. O combate ao fogo era obrigação fundamental de um bom cidadão.
Todos sentiam o pinheiro ardido como um bem estimável que lhes dava a caruma para estrumar o gado, as pinhas para acender a lareira dos seus grossos ramos, a madeira que lhes proporcionava o soalho e o raro móvel da casa. Se o incêndio afectasse as chamadas árvores de fruto, as amendoeiras ou oliveiras, contava com a lamentação e solidariedade generalizada. Se acontecia a desgraça de queimar uma seara ou um "rolheiro" de cereal transformava o evento raríssimo numa verdadeira calamidade pública e todos se obrigavam a ter de contribuir com um “facha” de palha e um alqueire de centeio, na medida das suas possibilidades, para atenuar a desgraça alheia.
Não vou aqui defender que o combate aos incêndios deverá ser feito amadoristicamente e com recurso ao trabalho braçal de cada e todos os cidadãos. A questão é outra.
Hoje, os incêndios fazem parte do quotidiano, servem ao mediatismo televisivo e são um evento normal a que uma grande maioria parece dar uma importância relativa.
É este conformismo que importa combater. Sem uma recolocação da importância na desgraça de que é arder a floresta e de todos o sentirem como realmente se tratasse de uma tragédia sua, não haverá solução para o problema dos incêndios no nosso país.
Será necessário um grande grito da sociedade civil, um crescimento do inconformismo em cada um de nós de modo a fazer-se sentir nas práticas quotidianas. Esta revolta terá de ser bem visível e duradoura para que a administração central e local, definitivamente, implementem medidas claras para erradicarmos ou atenuarmos este flagelo estival.
Definitivamente os incêndios não são uma inevitabilidade no nosso país. Compete a cada um de nós combatê-los!
Até há bem pouco tempo, todos eram poucos para debelar os raros incêndios. Um fogo na mata era uma verdadeira desgraça comum que afectava todos os conterrâneos. Aquele que se atrevesse a não comparecer no combate às chamas era contemplado pela crítica feroz do povo e podia contar com um desprezo generalizado. O combate ao fogo era obrigação fundamental de um bom cidadão.
Todos sentiam o pinheiro ardido como um bem estimável que lhes dava a caruma para estrumar o gado, as pinhas para acender a lareira dos seus grossos ramos, a madeira que lhes proporcionava o soalho e o raro móvel da casa. Se o incêndio afectasse as chamadas árvores de fruto, as amendoeiras ou oliveiras, contava com a lamentação e solidariedade generalizada. Se acontecia a desgraça de queimar uma seara ou um "rolheiro" de cereal transformava o evento raríssimo numa verdadeira calamidade pública e todos se obrigavam a ter de contribuir com um “facha” de palha e um alqueire de centeio, na medida das suas possibilidades, para atenuar a desgraça alheia.
Não vou aqui defender que o combate aos incêndios deverá ser feito amadoristicamente e com recurso ao trabalho braçal de cada e todos os cidadãos. A questão é outra.
Hoje, os incêndios fazem parte do quotidiano, servem ao mediatismo televisivo e são um evento normal a que uma grande maioria parece dar uma importância relativa.
É este conformismo que importa combater. Sem uma recolocação da importância na desgraça de que é arder a floresta e de todos o sentirem como realmente se tratasse de uma tragédia sua, não haverá solução para o problema dos incêndios no nosso país.
Será necessário um grande grito da sociedade civil, um crescimento do inconformismo em cada um de nós de modo a fazer-se sentir nas práticas quotidianas. Esta revolta terá de ser bem visível e duradoura para que a administração central e local, definitivamente, implementem medidas claras para erradicarmos ou atenuarmos este flagelo estival.
Definitivamente os incêndios não são uma inevitabilidade no nosso país. Compete a cada um de nós combatê-los!
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