Começou a contagem decrescente para as eleições autárquicas. Conheceram-se os cabeças das listas do PSD, o actual Presidente da Câmara, do CDS/PP, o empresário José Eduardo Martins. A CDU, como tem que concorrer em todos os concelhos, aparecerá com certeza com listas, a modos dos enchidos de fábrica, com candidatos que se repetem nas diferentes candidaturas, quase ninguém os conhece e sem qualquer participação na vida pública concelhia. O sinal da sua presença, far-se-á pela distribuição de uma verdadeiro estendal de pendões e cartazes (por sinal, sempre dos mais bonitos!).
No entanto, demora a concretizar-se, em termos públicos e definitivos, a candidatura do PS, que é o principal partido da oposição e o que, em teoria, mais hipóteses terá de um dia (?) ser alternância de poder. Os nomes aparecem todos os dias na praça pública. Com que propósito e lançados por quem? Só podemos analisar este impasse no domínio da especulação. Serão os seus dirigentes que vão lançando nomes para as “bocas do mundo”, de molde a testar a sua credibilidade junto da “vox populi”, ou, pelo contrário, alguns nomes serão atirados pelos seus inimigos para serem “queimados”, de modo a desmotivar-se e desacreditar-se o adversário?
Fazemos esta reflexão a propósito da construção de opções diferentes, credíveis e até ganhadoras para presidir aos destinos do nosso município. No nosso concelho nunca houve uma real alternância de poder desde o começo da institucionalização do poder local democrático. Parece-nos que a edificação de um projecto ganhador assenta em princípios claros e simples. Espera-se que o poder instituído caia por dentro, desmoronando-se por si próprio, ou se apresenta um candidato e uma equipa que protagonize a vontade de mudança e predisponha os eleitores de que se terá a ganhar com a mudança, ou, por último, se construa uma verdadeira alternativa de poder baseada numa oposição serena, mas determinada, consistente, contratualizada com diversos actores (porque não independentes?), coerente com as necessidades dos munícipes, inventiva e corajosa face aos condicionalismos do meio, sempre amplificada pelos mais diversos meios - comunicado público, rádio local, jornais... É esta última solução, a construtiva, em que mais acreditamos e mais viável se nos apresenta.
Porém, isso nunca sucedeu. O Partido Socialista esvaziado do Poder, dorme à “sombra do pinheiro” durante quatro longos anos, deliciado com os vários cargos que ocupa na Assembleia Municipal, na Vereação Camarária, numa ou noutra Junta de Freguesia, num ou noutro local institucional por eleição, nomeação ou cunha. Não “tuge, nem muge”, não apresenta propostas, desorganiza-se, não se credibiliza, não corporiza o descontentamento, não age para reunir potenciais actores de uma mudança efectiva e potenciadora de progresso, em suma, ajuda da melhor maneira a que o partido do poder cumpra o seu programa (como é dito profusamente para explicar a inacção). Ao fim de quatro anos reúne à pressa a sua Comissão Política; os seus dirigentes saem de bloco de notas para a rua; entram em euforia pouco controlada, discutem nomes no café da esquina, sondam os potenciais (sempre os mesmos?!), na falta de candidatos, aproveita-se quem puser o dedo no ar; desespera-se com quem põe reticências ou acusa-se, quem não aceita a brincadeira, de estar conotado com os “do poder”, de também querer um "tacho". Tudo isto sem um projecto, sem a construção de um ideário, sem ser uma verdadeira alternativa. O ponto de partida nem é ganhar e mudar a governação da autarquia, potenciar o progresso da nossa terra, dar a volta aos constrangimentos que nos limitam, porque sempre chegará para eleger dois vereadores, uma dezena de membros da Assembleia Municipal, um presidente da Junta, usufruir de uma ou outra mordomia, como receber convite personalizado e cheio de Ex.ªs para ir à Feira do Livro, para acompanhar a visita de um membro do Governo, para inauguração de uma obra…
Acumuladas as frustrações, fruto de insucessos mal digeridos, atribui-se a culpa aos outros, principalmente aos “do poleiro”, porque usarão de procedimentos menos correctos (na opinião deles): “aliciam” muitos dos seus, promovem festas e passeios com os idosos, organizam encontros de carrazedenses e outras coisas que tais. É aflitivo ouvir alguns presidentes de junta socialistas referirem que nunca tiveram o apoio, sequer uma palavra de um dirigente ou de uma estrutura e, que quem os ajuda nas necessidades e nos maus momentos são os tais “do poleiro”. Quanto às outras coisas que “tais” é só olhar em volta e concluir-se-á rapidamente que todos fazem o mesmo, de norte a sul do país.
Fazemos esta reflexão a propósito da construção de opções diferentes, credíveis e até ganhadoras para presidir aos destinos do nosso município. No nosso concelho nunca houve uma real alternância de poder desde o começo da institucionalização do poder local democrático. Parece-nos que a edificação de um projecto ganhador assenta em princípios claros e simples. Espera-se que o poder instituído caia por dentro, desmoronando-se por si próprio, ou se apresenta um candidato e uma equipa que protagonize a vontade de mudança e predisponha os eleitores de que se terá a ganhar com a mudança, ou, por último, se construa uma verdadeira alternativa de poder baseada numa oposição serena, mas determinada, consistente, contratualizada com diversos actores (porque não independentes?), coerente com as necessidades dos munícipes, inventiva e corajosa face aos condicionalismos do meio, sempre amplificada pelos mais diversos meios - comunicado público, rádio local, jornais... É esta última solução, a construtiva, em que mais acreditamos e mais viável se nos apresenta.
Porém, isso nunca sucedeu. O Partido Socialista esvaziado do Poder, dorme à “sombra do pinheiro” durante quatro longos anos, deliciado com os vários cargos que ocupa na Assembleia Municipal, na Vereação Camarária, numa ou noutra Junta de Freguesia, num ou noutro local institucional por eleição, nomeação ou cunha. Não “tuge, nem muge”, não apresenta propostas, desorganiza-se, não se credibiliza, não corporiza o descontentamento, não age para reunir potenciais actores de uma mudança efectiva e potenciadora de progresso, em suma, ajuda da melhor maneira a que o partido do poder cumpra o seu programa (como é dito profusamente para explicar a inacção). Ao fim de quatro anos reúne à pressa a sua Comissão Política; os seus dirigentes saem de bloco de notas para a rua; entram em euforia pouco controlada, discutem nomes no café da esquina, sondam os potenciais (sempre os mesmos?!), na falta de candidatos, aproveita-se quem puser o dedo no ar; desespera-se com quem põe reticências ou acusa-se, quem não aceita a brincadeira, de estar conotado com os “do poder”, de também querer um "tacho". Tudo isto sem um projecto, sem a construção de um ideário, sem ser uma verdadeira alternativa. O ponto de partida nem é ganhar e mudar a governação da autarquia, potenciar o progresso da nossa terra, dar a volta aos constrangimentos que nos limitam, porque sempre chegará para eleger dois vereadores, uma dezena de membros da Assembleia Municipal, um presidente da Junta, usufruir de uma ou outra mordomia, como receber convite personalizado e cheio de Ex.ªs para ir à Feira do Livro, para acompanhar a visita de um membro do Governo, para inauguração de uma obra…
Acumuladas as frustrações, fruto de insucessos mal digeridos, atribui-se a culpa aos outros, principalmente aos “do poleiro”, porque usarão de procedimentos menos correctos (na opinião deles): “aliciam” muitos dos seus, promovem festas e passeios com os idosos, organizam encontros de carrazedenses e outras coisas que tais. É aflitivo ouvir alguns presidentes de junta socialistas referirem que nunca tiveram o apoio, sequer uma palavra de um dirigente ou de uma estrutura e, que quem os ajuda nas necessidades e nos maus momentos são os tais “do poleiro”. Quanto às outras coisas que “tais” é só olhar em volta e concluir-se-á rapidamente que todos fazem o mesmo, de norte a sul do país.
Irra! Que era momento do maior partido da oposição se organizar e se constituir em alternativa forte, até porque a mudança traz amiúdas vezes outro “élan”, há necessidade de empurrar o concelho para a frente e há muito "boa gente" neste concelho, que lhes faria muito bem uma cura de oposição!!!...
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