Aqui há uns tempos discutiu-se muito sobre o tema "eutanásia".
Segundo a definição que o dicionário nos dá, eutanásia refere-se a uma doutrina segundo a qual é lícito antecipar a morte de doentes incuráveis para lhes poupar os sofrimentos da agonia.
Por circunstâncias que passo a descrever, fiquei com a sensação de que eu e o Sr. Presidente da Câmara da nossa querida terrinha tínhamos uma opinião em comum sobre esta matéria.
Descobri tal facto, quando numa visita de um Secretário de Estado da Segurança Social a Carrazeda de Ansiães, o nosso Presidente fez um discurso, em que inflamado, dizia estar cansado da marginalização a que o município tem sido votado e em que clamou da falta de respeito por quem vive no interior do país.
Em dada altura, virando-se para o incrédulo Secretário, terá referido que "...os transmontanos e alto durienses, em geral e os carrazedenses em particular, têm uma coluna vertebral " muito rija". Por isso avisou "não tentem dobrá-la partam-na de uma vez"!
Imagino a assistência em êxtase a ouvir quem tão bem fazia o diagnóstico e dava a receita.
Foi nestas arrebatadoras palavras que eu encontrei cumplicidades nas nossas opiniões sobre a " eutanásia".
Efectivamente quantos velhos há que não conhecem as dores dos "Bicos de Papagaio" na nossa terra!?
Referindo-nos a este povo que vive uma vida de miséria e resignação, que trabalha num esforço inglório, que ao menos alguém se lembre de lhe "acabar com a raça" para que não sofra mais e, mais cedo chegue ao reino dos céus. Aqui estamos pois os dois de acordo.•
Mas porque alguém terá de ficar para a semente, proponho que reste alguém com jeito para a eloquência e a prosápia. Alguém que tenha bom sentido de sobrevivência e jeito para o teatro dramático. Em suma, alguém que possa vir a ser um bom político.
Segundo a definição que o dicionário nos dá, eutanásia refere-se a uma doutrina segundo a qual é lícito antecipar a morte de doentes incuráveis para lhes poupar os sofrimentos da agonia.
Por circunstâncias que passo a descrever, fiquei com a sensação de que eu e o Sr. Presidente da Câmara da nossa querida terrinha tínhamos uma opinião em comum sobre esta matéria.
Descobri tal facto, quando numa visita de um Secretário de Estado da Segurança Social a Carrazeda de Ansiães, o nosso Presidente fez um discurso, em que inflamado, dizia estar cansado da marginalização a que o município tem sido votado e em que clamou da falta de respeito por quem vive no interior do país.
Em dada altura, virando-se para o incrédulo Secretário, terá referido que "...os transmontanos e alto durienses, em geral e os carrazedenses em particular, têm uma coluna vertebral " muito rija". Por isso avisou "não tentem dobrá-la partam-na de uma vez"!
Imagino a assistência em êxtase a ouvir quem tão bem fazia o diagnóstico e dava a receita.
Foi nestas arrebatadoras palavras que eu encontrei cumplicidades nas nossas opiniões sobre a " eutanásia".
Efectivamente quantos velhos há que não conhecem as dores dos "Bicos de Papagaio" na nossa terra!?
Referindo-nos a este povo que vive uma vida de miséria e resignação, que trabalha num esforço inglório, que ao menos alguém se lembre de lhe "acabar com a raça" para que não sofra mais e, mais cedo chegue ao reino dos céus. Aqui estamos pois os dois de acordo.•
Mas porque alguém terá de ficar para a semente, proponho que reste alguém com jeito para a eloquência e a prosápia. Alguém que tenha bom sentido de sobrevivência e jeito para o teatro dramático. Em suma, alguém que possa vir a ser um bom político.
Hélder de Carvalho
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