04 janeiro 2005

BALANÇO DE UM ANO

Por esta altura e na transição para um novo ano é comum fazer-se um balanço que serve de avaliação e é base a novos projectos. Porque para a sua elaboração apenas recorremos à nossa pouco fiável memória, aqui fica este singelo balancete sujeito às devidas rectificações que para o efeito contamos com a preciosa colaboração dos leitores. A crise apanhou a todos por tabela e a nível local reflectiu-se fortemente com uma fraca execução de obra. Este era também um ano que antecedia eleições autárquicas e assim as grandes execuções ficaram guardadas para o ano eleitoral de 2005.
Registos que ficam: foi inaugurado definitivamente o novo edifício do Centro de Saúde, decorrida uma dezena de anos desde o início da sua construção; iniciou-se a construção de mais um parque de merendas em Fontelonga, a escassas centenas de metros de um outro; inauguraram-se duas esculturas públicas e prometeu-se uma outra para a zona envolvente do Centro Cívico (não há fome que não dê em fartura); adquiriu-se uma nova viatura para o serviço do senhor Presidente da Câmara. Muito pouco.
Aplausos para o Colóquio “Património Arqueológico de Carrazeda de Ansiães”, esta é uma das portas para a construção do nosso futuro. Lamenta-se a diminuta assembleia assistente e esperamos que este trajecto seja feito com passos seguros e sólidos. O património é uma força por onde poderá passar a atracção turística e pode servir ao desenvolvimento de outras actividades económicas.
Um dos factos com impacto seria a nova reorganização territorial e a entrada do município carrazedense na Comunidade Urbana do Douro se este fosse encarado com seriedade pelo poder político. Esta medidas não teve qualquer impacto a nível de discussão pública e passou despercebida na "vox populi" concelhia. Não se promoveu um colóquio, um debate, uma sessão pública para esclarecimento. Ao contrário do que nos quiseram fazer crer foi uma reforma imposta e não verdadeiramente sentida. O debate da Assembleia Municipal a que tive o privilégio de assistir foi confrangedor pela pobreza do debate (que debate?) e pela argumentação utilizada dos defensores; delatores não havia, apenas uma ou duas abstenções. O que ficou foi o reflexo de mais uma "guerrinha” entre Bragança e Vila Real que, no caso, nem se justificava! O que é? Para que serve? Que benefícios nos trará? São algumas das perguntas que não nos souberam responder. O PSD, autor desta proposta pretendeu dar uma resposta à premente necessidade de descentralização do país, o PS afirmou em plena Assembleia da República pela voz de Jorge Coelho que esta lei da descentralização seria para rasgar mal chegassem ao poder. Assim se faz política no nosso país.
Outro dos episódios que aponto como público e notório no ano que terminou é o definhamento e a completa dissolução da oposição do município. Se alguém tinha dúvidas pôde dissipá-las completamente. Se a oposição existe não se dá por ela. Na Assembleia Municipal não dá sinais de existência, na vereação não transpira nem o mais mínimo inconformismo ou tão só uma posição discordante da maioria governante. Aqui está o busílis da questão e uma das principais dificuldades no nosso município, pois são também boas oposições que a ajudam ao desenvolvimento das terras e ao bom desempenho dos governos.
A nível de iniciativa privada destaca-se o começo da laboração do novo e moderno lagar de azeite da Cooperativa Agrícola de Carrazeda de Ansiães. Em termos agrícolas boa maçã, bom vinho e bom azeite. Os comerciantes contam cada vez mais com a concorrência das grandes superfícies – inaugurou-se mais uma catedral de consumo em Vila Real e lá vamos em peregrinação ao fim de semana, em Vila Flor abriu mais um grande supermercado que trouxe e virá trazer maior concorrência aos nossos estabelecimentos do género.
Embora não queiramos alinhar em boatos, todavia as referências são tantas que se pergunta: será verdade que a Associação Comercial local impediu a abertura de um grande espaço comercial em Carrazeda? Não é assim que se defende o comércio local mas com preços concorrenciais, qualidade de serviços e equipamentos. Já agora, quando uma política da Associação Comercial e Industrial que passe pela aposta, promoção e defesa dos produtos locais. A simples realização da “feira da maçã”, em moldes sempre iguais e pouco criativos não é suficiente. Se não há imaginação basta copiar os bons exemplos. Não haverá um empresário comercial local que aposte nos nossos produtos agrícolas?
Foi um ano que não correu pelo melhor, porém esperam-nos boas novas para 2005: a piscina municipal coberta, a inauguração do centro cívico, a pavimentação da estrada entre Carrazeda e Pinhal do Norte… o governo prometeu-nos uma prenda magnífica, o início da construção do IC5. Ficaremos a 25 km de boa estrada do Pópulo e a pouco mais de 45km de Vila Real. A sua construção seria uma bênção para os carrazedenses. Como "gato escaldado de água fria tem medo", ou só vendo é que acredito!
Para além de tudo, é necessário PENSAR ANSIÃES!

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