18 setembro 2015


TRADIÇÃO… É TRADIÇÃO!....

Veio o mês de Setembro como todos os anos, trouxe o Sol e a esperança de uma boa colheita de uvas, para transformar em vinho. E, como vem sendo tradição em anos anteriores a chuva apareceu no dia da festa em honra de Santa Eufémia, a ultima festa deste ano no concelho de Carrazeda. A Chuva para regar as oliveiras, os campos, e as vinhas para alegria dos lavradores.

 Aumenta a quantidade do vinho, mas diminui o grau dizia em tom magoado um negociante de vinhos, e rematou se a àgua for em muita quantidade o que não é o caso. Pois o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, diz que a partir de 17 deste mês a chuva parou, o tempo melhora, volta o Sol e temperaturas que convidam o corpo a ír ao banho na mar salgado.

Em Barrancos a tradição impõe-se á lei que proíbe os touros de morte, porém aqui nas Festas, todos os anos, cumprem a tradição e os touros morrem. A força da tradição tem muita força e não há nada a fazer. E tradicionalmente nesta época nas aldeias vinhateiras a azáfama é grande, as vinhas enchem-se de gente que vai tirar o filho á mãe, saem os cachos em contentores para as firmas que vão transformar as uvas em vinho generoso, vinho fino ou vinho do Porto. Nas aldeias os lavradores satisfeitos se a quantidade é boa, a qualidade também, mas a tradição clama por justiça no preço. Não há contrato, não há condições pré estabelecidas, não há preços para as uvas do benefício e muito menos para as uvas de consumo. É a tradição… já vem dos tempos dos nossos avós. ….

Agora que a Casa do Douro deixou de existir, com as competências funcionais que todos conhecíamos, o Instituto do Vinho e da Vinha, que representa o Estado, favorece os interesses da companhias Inglesas e outras firmas que estão no negócio. São estes que ditam os preços a pagar aos lavradores, e sabem o velho ditado: - Quando o mar bate na rocha, quem se coze é o mexilhão. Há a esperança que isto um dia vai mudar, com a Associação que recebeu a herança da Casa do Douro, é preciso dar o benefício da dúvida. E de tradição virar as coisas para a  transformação de ideias, castigando traidores que nos enganam, com falsas promessas.

Chegou a hora de terminar, a vindima está marcada, o pessoal está certo, o tempo promete ajudar, e naquele dia o despertar é mais cedo, o tempo segue o ritmo de trabalho e quando a balança cumpre com a sua obrigação, descansam finalmente as uvas no lagar. Mas ainda há trabalho a fazer e até ao lavar dos cestos é vindima. Só em Janeiro de 2016, é que vai estar  a pagamento os Kilos de uvas vendidas nos meses de Setembro e Outubro de 2015. Aqui a tradição foi quebrada, pois era até ao fim de Dezembro do ano da vindima, que pagavam ao lavrador, para ter um Bom e Feliz Natal, mas isso foi chão que deu uvas… E por aqui fico bebam com moderação o nosso vinho, sorriam e façam por serem felizes. 18/9/2015 Manuel Pinto

 

Sem comentários: