TRADIÇÃO… É
TRADIÇÃO!....
Veio o mês de Setembro como todos
os anos, trouxe o Sol e a esperança de uma boa colheita de uvas, para
transformar em vinho. E, como vem sendo tradição em anos anteriores a chuva
apareceu no dia da festa em honra de Santa Eufémia, a ultima festa deste ano no
concelho de Carrazeda. A Chuva para regar as oliveiras, os campos, e as vinhas
para alegria dos lavradores.
Aumenta a quantidade do vinho, mas diminui o
grau dizia em tom magoado um negociante de vinhos, e rematou se a àgua for em
muita quantidade o que não é o caso. Pois o Instituto Português do Mar e da
Atmosfera, diz que a partir de 17 deste mês a chuva parou, o tempo melhora,
volta o Sol e temperaturas que convidam o corpo a ír ao banho na mar salgado.
Em Barrancos a tradição impõe-se
á lei que proíbe os touros de morte, porém aqui nas Festas, todos os anos,
cumprem a tradição e os touros morrem. A força da tradição tem muita força e
não há nada a fazer. E tradicionalmente nesta época nas aldeias vinhateiras a
azáfama é grande, as vinhas enchem-se de gente que vai tirar o filho á mãe,
saem os cachos em contentores para as firmas que vão transformar as uvas em
vinho generoso, vinho fino ou vinho do Porto. Nas aldeias os lavradores
satisfeitos se a quantidade é boa, a qualidade também, mas a tradição clama por
justiça no preço. Não há contrato, não há condições pré estabelecidas, não há
preços para as uvas do benefício e muito menos para as uvas de consumo. É a
tradição… já vem dos tempos dos nossos avós. ….
Agora que a Casa do Douro deixou
de existir, com as competências funcionais que todos conhecíamos, o Instituto
do Vinho e da Vinha, que representa o Estado, favorece os interesses da
companhias Inglesas e outras firmas que estão no negócio. São estes que ditam
os preços a pagar aos lavradores, e sabem o velho ditado: - Quando o mar bate
na rocha, quem se coze é o mexilhão. Há a esperança que isto um dia vai mudar,
com a Associação que recebeu a herança da Casa do Douro, é preciso dar o
benefício da dúvida. E de tradição virar as coisas para a transformação de ideias, castigando traidores
que nos enganam, com falsas promessas.
Chegou a hora de terminar, a
vindima está marcada, o pessoal está certo, o tempo promete ajudar, e naquele
dia o despertar é mais cedo, o tempo segue o ritmo de trabalho e quando a
balança cumpre com a sua obrigação, descansam finalmente as uvas no lagar. Mas
ainda há trabalho a fazer e até ao lavar dos cestos é vindima. Só em Janeiro de
2016, é que vai estar a pagamento os
Kilos de uvas vendidas nos meses de Setembro e Outubro de 2015. Aqui a tradição
foi quebrada, pois era até ao fim de Dezembro do ano da vindima, que pagavam ao
lavrador, para ter um Bom e Feliz Natal, mas isso foi chão que deu uvas… E por
aqui fico bebam com moderação o nosso vinho, sorriam e façam por serem felizes.
18/9/2015 Manuel Pinto
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