Não tem justificação dizer-se que, ao longo da história,
temos sido uns parasitas do país. O exemplo, demonstramo-lo com a nobreza da
nossa história, onde sempre se esteve presente quando foi posta em causa a
liberdade e independência do país.
Num passado recente que não se ignore a força de trabalho que
se exportou daqui ou os recursos naturais, de que só dou o exemplo da energia
hidroeléctrica, que aqui se produz e daqui parte para reabastecer o país. Ainda
recentemente houve pacóvios como eu que justificaram a cedência para a
construção da Barragem de Foz- Tua como contributo para se obter a
independência energética do país.
É claro que a Sra. Ministra da Justiça no seu contributo insensato
de assassínio democrático do país, não está capaz de saber olhar a passados nem
entender conceitos de territorialidade ou identidade e soberania.
Não se estranha assim a anormalidade da extinção da Comarca,
reduzindo-a a vão de escada para recolha de expediente.
O que se estranha é que se aceite este acto leviano sem se
perceber o que se ganha ou se perde, em direito ao respeito (próprio e dos
outros), em síntese ao direito à justiça e autoridade.
Nesta decisão importa sublinhar a responsabilidade das
entidades locais que, apesar das promessas, não souberam defender os direitos
do seu povo, antes se resignaram a aceitar esta desconsideração.
Porque o que é posto verdadeiramente em causa é o direito à
equidade e à segurança. Recusando-se o poder central a dar-nos iguais
circunstâncias em direitos, já que os deveres se mantém, terá de ser o poder
local a assumi-los já.
Se for real que brevemente terei de voltar a pertencer à
actual Assembleia Municipal, proponho-me desde já estudar uma proposta que
garanta aos munícipes que procuram justiça, que o Município preste os serviços
de transporte a quem agora tem de procurar instalações para a justiça noutras
comarcas. Esta poderia ter sido uma proposta elementar do governo, já que quem
paga somos sempre nós.
Dirão alguns
que em situação de crise não há dinheiro para tal, já que até os pobres
reformados têm sido esmifrados, como se sabe para acudir ao desbarato.
Teremos pois que rever prioridades e
definitivamente concluir que as pessoas estão primeiro e só elas e a sua qualidade
de vida, justificam a nossa atenção e o nosso serviço.
Hélder Carvalho
4 comentários:
Este artigo baseia-se na invocação duma honra, uma dignidade, uma importância, que não ficaram demonstradas com os argumentos invocados.
Invoca-se o nosso préstimo na defesa de Portugal como se isso resultasse de um acto voluntário nosso quando sabemos que na sua base esteve sempre uma obrigatoriedade que se nos impôs. O mesmo aconteceu na emigração, que assentou nas condições precárias que os portugueses tinham no torrão natal.
Sei que a desconsideração que invoca na justiça será, do seu ponto de vista, a mesma que já aconteceu na educação e vai repetir-se na reorganização administrativa e resulta, do meu ponto de vista, do despovoamento progressivo, cuja solução irá ter por base os principais centros urbanos e não as aldeias próprias duma ultrapassada sociedade de economia de subsistência.
JLM
Conclui:
- Nunca houve nem há vontade própria de um povo;O povo é irracional.
- Carrazeda de Ansiães não tem condições para que, quem aqui nasça, aqui viva; Azar para quem aqui é parido.
- Já está ultrapassada a sociedade de subsistência. Encontram-se nas cidades os novos paradigmas sociais. As cidades aguardam com impaciência a nossa chegada.
- O meu interlocutor deve ser uma excepção ao irracionalismo geral; Parabéns.
Helder Carvalho
Uma síntese bem urdida. Quase perfeita! Parabéns.
JLM
Os problemas judiciais dos residentes dum concelho resolvem-se nos tribunais onde correm os processos( cíveis ou penais). Será que as câmaras teriam de ter permanentemente à disposição das pessoas carros e carrinhas para as transportar aos tribunais onde correm os processos? Sim. Porque qualquer um pode ter acidentes de automóveis nos lugares mais longínquos, pode ter de litigar em acções cíveis nos tribunais competentes,que não são imensas vezes os tribunais da residência, e cometer crimes, quantas vezes, em lugares onde não sejam facilmente identificáveis. Talvez no século XIX, primeira metade do século XX, tudo se passase apenas no local da residência.
JLM
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