To be or not

Possivelmente uma das experiências mais deprimentes que tive na vida adulta terá sido a da minha passagem pela Assembleia Municipal de Carrazeda.

A pergunta que me podem fazer é a de saber porque voltei agora a integrar uma lista à dita Assembleia.

Parece masoquismo mais uma vez correr o risco por acreditar que, agora talvez fosse diferente já que o ambiente é mais desanuviado, possivelmente mais produtivo e interventivo.

Nunca fiz as contas mas, como membro da Assembleia nos anos 90, talvez tenha estado contra 70% das decisões que ali se tomaram. O problema é que votei demasiadas vezes sozinho o que me pode levar a concluir que, sou um solitário.

A partir daqui põem-se duas questões: que papel pode ter quem não segue as maiorias silenciosas e, será que as maiorias decidem sempre bem?! No caso da Assembleia do nosso concelho vêem-se facilmente o resultado.

Tudo isto para dizer que, se quero continuar a participar, vou continuar a faze-lo se for capaz, pelo lado da diferença, do renovador, do utópico.Na vertente do banal, do ilusório e do inconsistente tem havido quem faça. Considero também que o papel interventor do cidadão junto da sociedade será cada vez mais importante já que entre outras causas, o poder instituído se esvazia na razão directa da falta de dinheiro que o sustente.

Nesta participação até um simples Blogue pode substituir bem uma Assembleia e oferecer condições excepcionais para que possamos passar as nossas ideias e tentar motivar outros a ajudarem-nos a concretiza-las. Vamos ver o que isto dá.