27 outubro 2013

Interior em liquidação - JN

Interior em liquidação - JN
(...)
"De entre os cidadãos de segunda, há um grupo que é sério candidato a fundar uma terceira categoria: são aqueles que vivem no interior e que veem todos os dias o Estado a fugir-lhe entre os dedos. Na "solução final para o problema do interior" que foi posta em marcha, fecharam as escolas primárias, as maternidades, os centros de saúde, as juntas de freguesia, as estações de correios. As linhas férreas foram desativadas. Foi-se o pouco emprego público que existia. Apareceram as portagens nas autoestradas, mais caras no Nordeste do que em Cascais. Os transportes públicos reduziram a sua frequência, nalguns casos até à extinção. Os voos para Vila Real e Bragança foram suspensos. O helicóptero do INEM muda-se para o centro urbano maior. Vão fechar as repartições de Finanças. Vão fechar os tribunais.
A estes cidadãos de segunda, candidatos a cidadãos de terceira, resta-lhes trabalhar, agarrar-se à terra e pagar impostos, às mesmas taxas que pagam os seus concidadãos de primeira. Pagar para manter as funções do Estado (educação, saúde, justiça...), justamente aquelas que lhes são subtraídas mas que na capital são inalienáveis. Tudo se fecha no interior indefeso e pobre. Mas nada se consegue fechar em Lisboa. Veja-se o movimento de defesa da Maternidade Alfredo da Costa ou a campanha pelo Colégio Militar, que teve tanto de dispendiosa como de ridícula.
Os académicos costumam dizer, em tom de brincadeira, que a Universidade é um excelente local para trabalhar, com o único inconveniente de ter alunos. Acredito hoje que há no Governo quem pense, não por brincadeira, que Portugal é um excelente país para viver, com o único inconveniente de ter interior."

José Mendes - JN

9 comentários:

mario carvalho disse...

Pois... foi a linha do tua, para limpar consciencias.. afoga-se..

foram hospitais, centros de saude, correios, outros serviços publicos,vão as finanças, tribunais, e seguir vão as camaras .. quem fica sózinho...!!!

os autarcas, deputados e pessoas "ilustres" transmontanas .. o que fizeram para evitar este desgosto àqueles que neles tão orgulhosamente confiaram e votaram???!!...

ESPERO QUE TeNHAM A CONSCIENCIA TRANQUILA DE TUDO TEREM FEITO .. PARA EVITAR ESTE DESCALABRO .. e que possam gabar-se disso e do prejuízo MATERIAL E pessoal que tiveram..

e

QUE SIRVAM DE EXEMPLO ... FICANDO PARA RESOLVER E NÃO FUGINDO ÀS RESPONSABILIDADES, PARA .. um bairro social qualquer de Lisboa..

AS MENTES SÃS ... não esquecem os VENDILHÔES... estejam eles onde estiverem...


mario carvalho

tudo pela nossa terra.. que tudo nos deu... A VIDA , O TRABALHO E A HONRA

mario carvalho disse...

Interior em liquidação - JN


Se o Interior está em liquidação.. vai ser interessante saber qual a avaliação que a comissão liquidatária vai fazer dos activos e passivos .. a começar pelos responsáveis autarcas!

Será que vão ter benefício.. como o vinho, fruto das suas caracteristicas únicas no MUNDO?

Anónimo disse...

O que não deixa de ser caricato e, simultaneamente lamentável, é que é precisamente no interior que o governo vigente de coligação da direita portuguesa,vai buscar os votos que lhes sustentam o poder, que, aliás, se tem mostrado tão nefasto para a esmagadora maioria dos portugueses!

HR

mc disse...


"A barragem do Tua é um erro colossal e irreversível. É um engano monstruoso"
28 Outubro 2013, 00:01 por António Larguesa | alarguesa@negocios.pt

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"Esta barragem que estão a fazer no Tua, definitivamente afastando a possibilidade de aproveitamento turístico da região, é um erro colossal e irreversível. É um engano monstruoso. E chamar-lhe um engano é a versão mais optimista...", diz ao Negócios o administrador delegado do grupo Esporão, João Roquette.
O caminho-de-ferro poderia colocar o enoturismo no Douro nos carris?Podia ser um projecto da região. Passa no meio de aldeias, de produtores de vinho, devia haver um projecto para se fazer algo com aquele comboio para ter uma ...

mc disse...

A primeira das "ligações fraudulentas e clandestinas" existentes é a que fornece eletricidade de borla ao presidente da EDP, António Mexia!!!




http://o-antonio-maria.blogspot.pt/2013/11/edp-fora.html

Anónimo disse...

Não sei se a barragem do Tua vai afastar o aproveitamento turístico da região ou se vai constituir uma mais valia para esse aproveitamento, pois no verão até se fazem excursões à barragem do Alqueva...

mario carvalho disse...

"Em 24 de Abril de 2009, a EDP lança uma «campanha institucional» relacionada com a construção de novas barragens, subordinada ao lema «Quando projectamos uma barragem projectamos um futuro melhor» (EDP, 2009). O objectivo é claro: mostrar aos portugueses todos os alegados benefícios – a lista deles é bastante extensa – que a construção de barragens traz para a fauna (sobrevivência das espécies em extinção, biodiversidade), a flora (desenvolvimento sustentável da floresta) e as populações (postos de trabalho,desenvolvimento económico, energia não poluente, diminuição de incêndios, etc.).
(...)
O anúncio da campanha é noticiado, nesse mesmo dia, pela generalidade dos media noticiosos portugueses, que referem a Lusa como fonte.
(...)
Um primeiro aspecto digno de nota é o de que, tendo a mesma fonte, não seria de admirar que as notícias dadas pelos diferentes meios de comunicação tivessem mais ou menos o mesmo conteúdo – mas já é de admirar que essa identidade seja quase total (as frases, o estilo, a estrutura, etc.). De facto, verifica-se que as notícias publicadas, tendo como fonte a Lusa, se limitam praticamente a transcrever, sem aspas, dois comunicados da própria EDP – isto é, a dizer da EDP e da sua campanha o que ela própria diz, palavra por palavra.
(...)
Um segundo aspecto digno de nota é o de que nenhuma das «notícias» desses meios noticiosos, até por se terem praticamente limitado a reproduzir, via Lusa, os comunicados da EDP, se refere ao facto de a construção de muitas das barragens – por exemplo a do Tua, ou a do Sabor – estar envolvida em acesa polémica, merecendo a oposição declarada da generalidade das associações ambientalistas e de certas populações. Ora, é essa oposição que, de facto, justifica em última análise a campanha da EDP – que,em termos práticos, visa criar na população portuguesa em geral um clima de opinião favorável à construção das barragens e aos seus impactos positivos e, reciprocamente,esbater ou apagar a consciência dessa população acerca dos eventuais impactos negativos das mesmas, bem como a argumentação subjacente."

Paulo Serra, Persuasão e propaganda:os limites da retórica na sociedade mediatizada.
Comunicação e Sociedade, vol. 16, 2009, pp. 85-100

mario carvalho disse...

Pois amigo ,, pode ser que sim ... mas para já pode comparar com as excursões à barragem da valeira, embora a questão não seja essa.

a questão é se vamos ter mais gente a trabalhar,mais quintas a produzir e mais turistas do que tinhamos antes de " prepararem " a ideia da barragem!

e se houver barquinhos... é como no Douro ... passam

Anónimo disse...

Pois não sei amigo mario. A obra está a ser feita e provavelmente já não há retorno, e sendo assim, os concelhos abrangidos terão agora é que divulgar, oferecer possibilidades/benefícios, ideias a quem quiser investir e tirar proveito desse local.