Para um agnóstico, a nomeação deste bispo para a diocese é, sem dúvida, uma lufada de ar fresco. É uma das últimas réstias de esperança para um distrito subdesenvolvido, envelhecido e deprimido. A importância da Igreja na região é demasiado grande, quer na percentagem de praticantes, quer na gestão de instituições de solidariedade social, para não ser levada a sério e poder constituir-se como uma organização em que quase todos se revejam, mas que todos respeitem.
Habituei-me a ver uma Igreja cordata e até ausente da crítica sobre as políticas de "terra queimada" dos sucessivos governos, veiculadora do conformismo face às injustiças locais, entrincheirada aos sinais de modernidade... As instituições de solidariedade social que coordena são, demasiadas vezes, plataformas individuais de conquistas de poder, instrumentos de angariação de votos que redundam nas mesmas políticas de desprezo pela região, autênticos redutos caciquistas que se servem interesses e a esperteza saloia de alguns e se servem da simplicidade, necessidade, ignorância dos muitos que dela precisam.
Diz o bispo: (...) "hoje é possível, belo, bom e justo viver a existência humana à luz do evangelho". Este nobre propósito deveria constituir-se como o manifesto sempre presente para toda a estrutura da Igreja: inconformada com as injustiças, que toma o partido dos mais fracos, empenhada na construção da "civilização do amor".
Ficam as palavras e as intenções:
(...)o papel do bispo é “acolher a indiferença” social em relação ao fenómeno
religioso “como um apelo ao testemunho” dos que acreditam. (...) “Uma liturgia séria, simples, bela, que seja experiência do mistério”.
Todos os olhares estão de novo voltados para a diocese de Bragança, uma desilusão seria difícil de aceitar.
5 comentários:
A Igreja é,sem dúvida, uma instituição com um forte poder na nossa sociedade,às vezes com poder superior ao do próprio Estado.E tem esse poder por vontade dos cidadãos.Tem,por isso,uma responsabilidade acrescida de desenvolvimento,nos domínios social,cultural,assistencial,ético,verdadeiramente em todos os domínios da vida colectiva.
Eu,como agnóstico,desejo que a Igreja participe activamente na vida social,pondo em prática tantos dos belos princípios que caracterizam a doutrina de Jesus Cristo.
JLM
OXALÁ QUE O NOVO BISPO COMO PASTOR DOS PASTORES,LHES TRANSMITA O DOM DE ELES ACARINHAREM OS SEUS REBANHOS,PARA QUE AS SUAS OVELHAS EM VÊZ DE SE DISPERSAREM SE JUNTEM E QUE ASSIM AS PESSOAS VIVAM EM UNIDADE CRISTÃ,SOCIAL E QUE OS PODEM AJUDEM AQUELES QUE NADA TÊM,NÃO CUSTA NADA, É SÓ PRECISO TER BOA VONTADE.
A sociedade Cristã de Carrazeda, anda de mal a pior !
A culpa não é do Criador, nem do Pastor.
Só pode ser do rebanho....
A igreja esteve sempre associada ao poder, tanto nos longos séculos da monarquia (perseguições, tortura e morte - vide a inquisição -), como na longa noite do fascismo e da ditadura salazarista. A igreja é um monstro de interesses e têm hoje a comunidade mais rica do mundo - o vaticano. O papa, os bispos e tudo o que gira à volta do vaticano vivem uma vida faustosa, onde impera a luxúria, a opulência e o crime escondido, tanto ligado a valores financeiros como a valores morais, com abusos sexuais de menores e outros. A igreja é um império colossal que domina o mundo. Bem apregoam a igualdade, o bem, a verdade, mas estão muito longe de cumprirem os ideais de Cristo. Haverá, claro, padres com boas intenções e práticas mas a esmagadora maioria defende os seus interesses pessoais. Esta é a realidade. É oportuno dizê-lo aqui.
X pa
A Igreja é de facto uma instituição rica e com muito poder (basta lembrar que o Vaticano é um estado dentro de um estado)que os pobres católicos do mundo inteiro sustentam.Desde tempos imemoriais que assim foi, sempre associada ao poder, à riqueza, ao luxo e, - diz bem o comentador anterior-, à luxúria.Era dessa riqueza, patrimonial e outra que devia fazer uso em prol dos mais desprotegidos, tal como mandam os Evangelhos. Mas a prática é bem diferente. E depois admiram-se que o "rebanho" disperse?!Vemos, lemos e ouvimos...e agimos em conformidade!
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