07 agosto 2008

Quem pagará a minha reforma !

Por esta altura estarão muitos em férias a tentar esquecer as desgraças de um ano de trabalho. Outros, ainda se afadigam à procura de um lugar para inscrever os seus filhos, numa qualquer Faculdade que lhes dê as garantias possíveis de trabalho futuro. Estou neste grupo de crentes, que porfiam e se esforçam por, pelo menos garantir aos meus filhos, aquilo que os meus pais com muito esforço, me garantiram por exemplo a mim, que foi um curso.
No passado como no presente, pouco mudou no nosso meio, em termos de busca de uma equiparação e igualdade de opções entre os que estudam no interior e os que aprendem no litoral. Só quem sente na pele este problema é que sabe quanto lhe custa o “ vício”. Os outros não escapam à mentalidade submissa de aceitar o que lhe facultam sem ver o quanto perdem se lhes proporcionassem outros direitos para demonstrar o que valem. Resta-lhes usufruir da comodidade que a ignorância proporciona.
Ocorrem-me exemplos concretos de excepção. Apesar das circunstâncias aparecem no nosso concelho alunos que conseguem provar a sua condição de, inteligentes e trabalhadores com ambição. Como carrazedense considero que estes estudantes deveriam ser motivo do nosso orgulho e estima. Infelizmente para os residentes por aqui, aceder a um cursos de bom nível, no país ou no estrangeiro, obriga-os a possuir meios económicos superiores, aos daqueles que já vivem onde os podem frequentar. Há circunstâncias em que aparecem as bolsas de instituições públicas ou privadas que, no meu entendimento nunca equilibram. É aqui que se pergunta - com que direito se pode pedir mais a uns que a outros, quando nos dizem que somos iguais em direitos e obrigações e quando, o que está em causa é aproveitar os melhores recursos que temos, que são os humanos. Quando surgem os exemplos de excepção, deveriam existir meios de excepção para lhes permitir atingirem o máximo.
Mais do que uma questão política considero que se trata de uma questão de definição de prioridades no investimento e no aproveitamento da nossa melhor matéria-prima. A nível caseiro não é difícil encontrar incongruências e falta de investimento na valorização das pessoas. Aqui aposta – se mais, por exemplo, no lazer, nas condições de recreio, no aparato, no foguetório, na obra de fachada. Por isso não há lugar para, por exemplo se premiar um aluno exemplar, para se subsidiar uma bolsa de estudo no estrangeiro, para se adquirir livros específicos - que depois de usados poderiam reverter para a Biblioteca, para se facultar para uso, material informático, para se alugarem instalações de alojamento para estudantes nossos - numa cidade como por exemplo o Porto, para contratar a estudantes já especializados, um trabalho ou estudo em “part - time”. Tão pouco se faz um esforço por procurar patrocínios para estudantes carenciados, por exemplo junto de empresas e instituições como a EDP, a Águas de Carrazeda, Empresas bancárias instaladas, Empresas de extracção de granitos e outras que aqui exploram os nossos recursos.
Nesta etapa do texto já alguns iluminados estarão a considerar que nada do que se propõe deve ser também da responsabilidade dos Municípios. O meu problema contudo está nas dúvidas que tenho sobre quem será que irá pagar-me a reforma quando já não puder trabalhar. Por isso é que aposto na valorização das pessoas, convencido que será por aqui que a questão se poderá resolver. Por isso é que não vejo que mais-valias advêm das obras de fachada, da mediocridade que aqui se cultiva e dos investimentos sem retorno que aqui se fazem.
Nota: -Falta referir que, para as propostas de investimento que sugiro, deveria corresponder a respectiva avaliação continuada dos resultados. À semelhança do que sugeria recentemente que fosse feita para a nossa Escola Profissional.

5 comentários:

Anónimo disse...

Dr. Hélder Carvalho.
Porque razão se preocupa tanto com a sua reforma, quando tem tanto a dar a esta terra?
Porque será, que vive queimando neurónios com criticas destrutivas, quando na verdade nada fez, nem faz para combater os males desta terra?
Amigo, só espero que encontre a sua luz e com ela possa iluminar essa mente ofuscada.
Os meus cumprimentos.

Manuel de Panóias disse...

Faltou referir a cultura social de imigração, tão enraizada e promovida na população local, em todos os estratos sociais.

Anónimo disse...

A reforma não deve ser paga pelo Capitalismo de certeza.

Anónimo disse...

Voçê é mesmo egocentrico, todos os outros são ignorantes e burros e voçê o mestre que sabe tudo. Não é por os outros terem outras idiologias é que sabem menos ou se interessam menos. Não fazem como voçê que pede para matar e esconde-se, pede para sairem ás ruas para protestar e nunca aparece, continuo a dozer mas que moral tem voçê para falar, não passa duma ratazana á espera das oportunidades que os outros conquistam e mostram a cara.

Anónimo disse...

Bem observado pelo manuel de panóias, nesta sua incursão pela Antropologia Social e Cultural. Poderia, no entanto, ter sustentado essa "cultura social de imigração", com o ETHOS familiar de uma população local ou regional, pois deste derivam um conjunto de hábitos e comportamentos fundamentais, no âmbito do comportamento (perante instituições, afazeres, costumes...) e da cultura (relativa a crenças, ideias, valores...), isto é, numa reunião de traços psicossociais que definem a identidade de uma determinada cultura (disto mesmo dá conta a actual Antropologia norte-americana, por exemplo). De qualquer modo, acho que o comentário do autor supra, apesar de sucinto (tem que ser, não é?), é oportuno e pertinente.

h. r.