"Uma coisa é certa: as dívidas da Câmara de Lisboa (e certamente de muitas outras autarquias e entidades do Estado central) constituem um poderoso estímulo à impunidade da vida colectiva. Mais: revelam que o Estado, em Portugal, não está submetido ao direito. Este é um verdadeiro desastre. Uma inundação é preferível."
António Barreto no PÚBLICO
3 comentários:
Correcto. Tem grassado a irresponsabilidade. Mas tantos gostam de dizer e pôr em prática o seguinte princípio:O que é preciso é fazer:alguém há-de pagar.
António Barreto também disse umas coisas interessantes sobre o futuro do interior oito dias antes.
Leiam.
António Barreto advoga um mundo rural intocável "onde é possível encontrar locais pacíficos e repousantes, onde os urbanos podem encontrar reparação. Isto é, uma autêntica reserva para o desfrute dos citadinos e os naturais que se danem. Tudo o que possa ser feito para o desenvolvimento e o bem-estar dos seus naturais, há sempre altos valores que se levantam e sem quaisquer contrapartidas, ao contrário tudo é possível. Pode-se fazer uma(s) barragem(ns) porque estará em causa o interesse nacional, porém erigir um armazém de apoio a uma exploração agrícola é um atentado ao ambiente natural. Dois pesos e duas medidas claros. Faz-me pensar no que se exige aos brasileiros com a Amazónia.: na lógica da preservação da floresta mundial, não lhes seria permitido mexer numa árvore, pois elas são o pulmão do mundo. Por outro lado, no resto do mundo é permitida a exploração das florestas, desde a Europa à América, passando por em África onde há interesses das grandes empresas, tudo é permitido segundo a regra dos valores onde assenta o desenvolvimento. "Esta que é uma função essencial do campo ou do interior.", acrescenta o conhecido transmontano. Pois que seja. Porém há que haver contrapartidas e essas terão de ser as mais justas compensações: investimentos públicos em infraestruturas e serviços de proximidade que não obedeçam às exigências do litoral, discriminação nos impostos.
Enviar um comentário