Exma. Senhora Maria Luisa Limão
Envio-lhe esta humilde missiva devido ao facto de, há já vários dias, ter tomado conhecimento (in locco) do seu original, elevado, e, por isso, brilhante, comentário (data de 21 de Janeiro de 2007) acerca da recente actividade do Prof. Vitorino Ventura junto dos jovens de Carrazeda. Se o faço por esta via, é, naturalmente, por não ter o prazer de conhecer outra, e, acredite, se o Oráculo de Delfos não tivesse entretanto falido com a também recente Floribela e Morangos com Clementinas (Lugares de Saber que a sua ancestral Sabedoria não poderá desconhecer), bateria à sua porta para lhe oferecer a Coroa de Louros das Olimpíadas da Clareza e do Espírito Grande em Paz Com Todos Os Que O Rodeiam E Acima De Tudo Com Aquilo Que Desconhece. Perdoe-me, assim, tocar a rebate o sino da igreja para lhe prestar, em público, a homenagem privada que Sua Excelência mereceria.
Saiba Vossa Senhoria que sou obrigado a concordar com a argúcia da sua visão. Partilho da seu olhar alargado sobre o pomar, as duas cerejeiras do vizinho e o vestido cintado (demasiado curto, é verdade!) da Carolina da Rua de Baixo. Desejo entender o Amor que tem ao som dos passos sozinhos numa rua de Dezembro e a Leveza que a adormece nas tardes sufocantes de Julho. Deus!, como eu anseio por um dia conseguir ouvir a melodia intocável que os seus ouvidos afaga em algumas madrugadas de Setembro!
É da carícia desse olhar de que os jovens estão famintos. Mostre-lhes, Sua Excelência, esse vasto mar. E mostre-me a mim, peço-lhe!, esse murmúrio da tormenta nas encostas viradas a Norte num cair da tarde de um Outono qualquer!
Quero tanto trazer C á por Casa (o tributo é coisa que não se discute, é claro!) O Aleph que um certo homem um dia tanto procurou!...
Saudações
Gilberto Pinto
Envio-lhe esta humilde missiva devido ao facto de, há já vários dias, ter tomado conhecimento (in locco) do seu original, elevado, e, por isso, brilhante, comentário (data de 21 de Janeiro de 2007) acerca da recente actividade do Prof. Vitorino Ventura junto dos jovens de Carrazeda. Se o faço por esta via, é, naturalmente, por não ter o prazer de conhecer outra, e, acredite, se o Oráculo de Delfos não tivesse entretanto falido com a também recente Floribela e Morangos com Clementinas (Lugares de Saber que a sua ancestral Sabedoria não poderá desconhecer), bateria à sua porta para lhe oferecer a Coroa de Louros das Olimpíadas da Clareza e do Espírito Grande em Paz Com Todos Os Que O Rodeiam E Acima De Tudo Com Aquilo Que Desconhece. Perdoe-me, assim, tocar a rebate o sino da igreja para lhe prestar, em público, a homenagem privada que Sua Excelência mereceria.
Saiba Vossa Senhoria que sou obrigado a concordar com a argúcia da sua visão. Partilho da seu olhar alargado sobre o pomar, as duas cerejeiras do vizinho e o vestido cintado (demasiado curto, é verdade!) da Carolina da Rua de Baixo. Desejo entender o Amor que tem ao som dos passos sozinhos numa rua de Dezembro e a Leveza que a adormece nas tardes sufocantes de Julho. Deus!, como eu anseio por um dia conseguir ouvir a melodia intocável que os seus ouvidos afaga em algumas madrugadas de Setembro!
É da carícia desse olhar de que os jovens estão famintos. Mostre-lhes, Sua Excelência, esse vasto mar. E mostre-me a mim, peço-lhe!, esse murmúrio da tormenta nas encostas viradas a Norte num cair da tarde de um Outono qualquer!
Quero tanto trazer C á por Casa (o tributo é coisa que não se discute, é claro!) O Aleph que um certo homem um dia tanto procurou!...
Saudações
Gilberto Pinto
3 comentários:
Sr (eng.) Gilberto Pinto: em primeiro lugar, devo retribuir as suas "saudações", porque o conheço há vários anos... por conseguinte, não pense que a sua "humilde missiva" não é facilmente descodificável no seu conteúdo satírico e pretensamente "iluminado", assim à laia de quem se dirige a uma pobre e insignificante velhinha que vive os últimos dias na sombra encolhida do seu quintal, num pobre lugar a que chamam de Carrazeda há duzentos e tal anos... e que, na sua limitação existencial, costuma ver "morangos, floribelas, clementinas e outras idiotices! Ah!, e ainda que vai à missinha vinte vezes ao dia, qual "rata" de sacristia... Está V. Exª. bem enganado! E neste ponto, sempre lhe digo que F. Pessoa seria para si uma boa lição no tocante a pseudónimos, heterónimos e... ortónimos!
Sei muito bem do seu arremedo de romance (arremedo, por ser demasiado estereotipado, balizado num tema já banal: o incesto - como se fora M. Sá-Carneiro...), "a casa da Prelada", onde afirma, peremptoriamente, que "todas as famílias têm um segredo", aludindo, uma vez mais, ao incesto, ardilosamente literário, como, de resto, deixa transparecer no clímax da diegese...
De facto, narratologicamente falando,, e num brevíssimo comentário à genese desta obra, V. Exª não passa de um autor implicado, ou implícito (como diria Genette)... e só assim concebo esta sua investida em acérrima defesa do Vitorino ventura (assim como que um segundo "eu" - marca que permanece como resultado da manifestação subjectiva do Narrador na "casa da Prelada", num espaço superficial como o é (ou tem sido) este blogue que, quanto a mim, iletrada velhinha de um quintal de Carrazeda, deve ter,(o blogue) sobretudo, como suporte socio-político, e cultural, se quiser, "espicaçar" este marasmo ou, como é comumente conhecida a expressão, "dar uma pedrada no charco". Ademais, devo dizer-lhe que nada me move contra V.V., até porque mal o conheço, nem contra V. Exª que, como disse, conheço há vários anos. Provavelmente, estaremos até do mesmo lado da "barricada"... O que é preciso, é saber "encaixar" as bolas difíceis, como os guarda-redes entre os postes de um terreno deveras enlameado!...
Saudações democráticas.
Ai, dona rita (a)tormenta(da), voce se parece tanto com a sinhá que gosta do patrão... deixe-se de bobagem, né?
Não sei onde foi buscar o "senhor mota" e aquelas iniciais. Você deve estar sonhando...
Está completamente enganada na porta. Nunca me meti em políticas nem quero meter.
Também não compreendo essa defesa tão obsessiva e doentia pelo "meu querido gil". Credo!
Por outro lado, eu não ofendi ninguém, limitei-me a responder a um insulto e agora sou de novo insultada sem saber porquê.
Tenha juízo, minina! Ah! e no dia 11 de fevereiro vote NÃO, pela sua rica saúde.
Olhe, rita tormenta, esta é a última vez que lhe alimento essa sua teimosia doentia e alucinante de me associar a um tal mota ou motinha ou lá quem quer que seja e a outros nomes que v. apresenta. Eu nem sequer vivo em Carrazeda, mas vou lá de vez em quando, pois tenho aí as minhas raízes,que são já quase sexagenárias, numa aldeia do concelho (algures a nordeste).
Quando há relativamente pouco tempo decidi participar no pensar ansiães, foi com o intuito de contra-argumentar o poder local aí instalado há muito tempo, sem que se vejam resultados palpáveis para o desenvolvimento da terra.E como me informaram que o "laranja" seria o próprio presidente, fui intervindo nesse sentido, umas vezes a brincar e noutras, se calhar, mais a sério, mas de certeza, sem querer beliscar a honorabilidade do presidente, (engraçado, que nunca tive ocasião de lhe falar) no caso de ele não ser o tal "laranja".
Quando fiz aquele comentário sobre vitorino ventura,que, repito, mal conheço, foi com base numa informação que me fizeram chegar. Se essa informação não correspondia à realidade, então só me resta pedir-lhe humildemente as minhas desculpas. Quanto ao gilberto, que conheço melhor, pois não moro muito longe do Carvalhido e portanto da Prelada, mais não fiz do que tentar mostrar-lhe que também ele estava enganado na pessoa a quem se dirigiu naquela "carta aberta" (aliás, bem escrita no que toca ao conteúdo sarcástico que utilizou). E a melhor forma que achei para refutar o seu engano, foi fazer uma pequeno comentário literário ao romance. E fi-lo porque tenho formação suficiente para isso, há cerca de trinta anos, pois até há bem pouco, leccionei numa privada durante alguns anos lectivos.Mas que fique bem claro que não o insultei, aliás, respeito-o e entendo até que o romance tem mérito, principalmente na urdidura da trama, digamos assim. E nós, carrazedenses, bem precisamos de artistas, escritores, pintores, escultores, músicos para, nem que mais não seja, elevarem ao menos o nível cultural da população.
Enfim, poderia adiantar mais pormenores que lhe provariam, rita tormenta, que v. está redondamente enganada quanto à minha verdadeira pessoa mas, como disse no início, não quero mais alimentar-lhe o ego nem descer ao nível que tem mostrado na escrita. Contudo, perdoo-lhe porque assim Deus me ensinou. Adeus.
Quanto a este último comentário do "laranja", desta vez tenho que lhe dar razão. pelos vistos, a sua oposição local já anda à batatada e por isso, a continuarem assim, pode estar tranquilo e rir-se à vontade. A mim é que não me incomoda nada. O que me continua a incomodar é eu ver a minha querida terra parada no tempo, enquanto as outras limítrofes têm avançado e mostram obra feita.
Cumprimentos.
Maria Limão
Enviar um comentário