30 outubro 2006

Planificar o futuro

De uma rajada, organizaram-se dois eventos pretensamente para "Pensar Ansiães” e planificar o nosso desenvolvimento colectivo. ".
Sem qualquer presunção, antes deste tipo de organizações não seria importante diagnosticar e projectar o futuro com base em dados reais e objectivos. Assim:
Que estudos se fizeram quanto à evolução populacional?
Que projectos de instalação de empresas estão equacionados para os próximos anos?
Quais são as ideias para aumentar ou tão só fixar as populações?
Que acessibilidades são necessárias?
Como empenhar e lançar horizontes para a fixação dos jovens?
Como promover o investimento e a criação de empresas?
Quais as prioridades no investimento público?
Como fazer ao crescimento da população da 3 idade face à precariedade de condições de vida e afastamento dos filhos (a oferta de lares que não responde à crescente procura?

Um dos eventos realizou-se num horário de expediente a que apenas os reformados, desempregados ou convidados, que não necessitam de justificar faltas, puderam assistir. Uma outra com recurso a convites criteriosamente endereçados, quiçá para que não se provoquem muitas ondas, a que tive a honra de assistir mais que participar. Não fui convidado directamente e soube do evento por interposta pessoa. Meio a medo, um pouco acanhado e sem saber bem ao quê lá me dirigi ao Centro de Apoio Rural. Uma senhora simpática abordou-me: “Qual é a instituição que representa?” –perguntou-me de chofre - “Agora é que vai ser bom e bonito” - pensei, engoli em seco e respondi meio a gaguejar “eu apenas me inscrevi, não represento nada”. Putativamente, seria o único que ali estaria presente e nada representava, antevi pela expressão surpreendida da senhora. A iniciativa era organizada pela Universidade Católica e pelos Resíduos Nordeste, denominava-se "Nordeste xxi" e pretendia responder a uma pergunta - Como será Carrazeda em 2015? -, inventariar alguns constrangimentos e empecilhos ao progresso concelhio e, por último, apontar três propostas de investimento. Do resultado muitas poucas novidades, para além da aposta agrícola, do turismo, de lares de terceira idade, da fixação de jovens para não falar da badalada criação de uma marca "Carrazeda" (???), que (Santo Deus) ninguém sabe muito bem o que é (ver em baixo). Nos principais empecilhos ao desenvolvimento sobressaíram o despovoamento, o envelhecimento da população.
O meu, um dos quatro grupos, apontou para além daquelas a aposta na florestação, na cinegética, no turismo quiçá o de terceira idade e na inclusão de uma rede de excelência de espaços rurais com apostas no património ambiental, monumental e arqueológico, entre outras e apontou a falta de planeamento concelhio como uma das principais causas do hipotecamento do futuro. Estas e outras foram ridicularizadas por um dos presentes apelidando as propostas de filosóficas, abstractas e nada exequíveis. Contrapunha a exploração de gado bovino na Veiga e construção de um teleférico sobre a futura barragem da Veiga. Propostas bem mais concretas e exequíveis! Não há dúvida?… (continua)

Marca Carrazeda
“Ó Santo Deus” o que será isto de marca “Carrazeda”? Alguém conhecedor desta operação milagrosa me pode explicar, ou melhor, digam a todos para salkvarmos de vez este concelho tão ostracisado, deprimido e carente de boas ideias para o seu progresso? Servirá esta expressão fantástica apenas de lenitivo para escamotear a impotência e a falta de ideias. Não é possível criar a marca Carrazeda, pura e simplesmente porque ela não tem fundamento. As marcas não existem porque nelas se pensam. Elas têm validade quando representam produtos com características próprias, Será uma marca para o vinho? O vinho é do Douro. Para a maçã? Já temos a golden, a starking, a royal galen… Do azeite? … O quê?

Oposição
Por onde andará a nossa oposição? Não se vislumbra em qualquer lado! Não dá sinais de vida! Não espicaça! Não levanta questões! Esperará melhor oportunidade? Sem dúvida perguntas pertinentes. Responda quem souber.

Sem comentários: