30 outubro 2006

O Fenómeno

Dá pelo nome de João Carlos Dias Tomé e o que de relevante o distingue é o facto de ser natural de Carrazeda e, ter conseguido a mais alta média de ingresso á universidade, entre os alunos da nossa Escola pública (mais de 17 valores).
Conheço-o mal, por tal facto não sei se é um sobredotado ou um estudioso e super trabalhador.
O que eu sei é que é filho de gente honrada e humilde, gente que, com os recursos de que dispõe e sem apoios, pouco mais poderá ajudá-lo a perseguir desafios para os quais parece dotado. Sei que o João Carlos optou por se inscrever em Engenharia Informática no Inst. Polit. de Bragança. A pergunta que faço é esta! Até que ponto ele teria ou não optado por exemplo, por prosseguir estudos numa Universidade, no país ou no estrangeiro, com perspectivas de maior qualidade e qualificação!
Será que seria pedir demais á nação, que criasse mais condições e incentivos para que estes casos fossem melhor aproveitados!
Se no presente ainda vingasse aquela iniciativa da nossa C.M. de premiar os nossos melhores alunos, este teria sido um dos contemplados e talvez essa ajuda fosse mais um incentivo;
Se os investimentos que vemos em parques de recreio e diversão se dirigissem antes como incentivos económicos aos nossos estudantes carenciados, este seria mais uma vez um dos contemplados;
Se algumas excursões que se fazem fossem prioritariamente dirigidas ao estudo e saber e orientadas para as camadas jovens, este teria ganho já, mais conhecimento;
Se houvesse concursos e bolsas de estudo ou de investigação instituídas aqui, este também poderia ser um dos candidatos;
Se, para alem dos incentivos aos “jovens agricultores” também houvesse incentivos para os “jovens estudantes”, este também poderia ser um dos contemplados;
Se em vez do subsídio de “desemprego no café” houvesse o subsídio de “emprego na escola”, este poderia também concorrer.
Para tudo isto bastava que quem manda, não demonstrasse tanta falta de visão de futuro, sentido das prioridades e tacanhez nas decisões. O resultado traduz-se em atraso, adiamento, perda de oportunidades, miséria e ignorância.
Ao terminar queria sublinhar o papel importante que a Escola há-de ter tido no desenvolvimento deste nosso concidadão, apesar de todas as vicissitudes por que esta tem passado ao longo dos anos. Os meus sinceros parabéns, aos professores que o ajudaram a chegar até aqui.
São estes factos que me ajudam também, a mim, a sentir orgulho da minha terra.

Hélder Carvalho

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