24 outubro 2006

A culpa é da cabra

"Desmoronamento de museu continua sem culpados

O Museu Rural do Vilarinho da Castanheira (MRVC), em Carrazeda de Ansiães, ruiu em Dezembro do ano passado, mas as causas e os responsáveis continuam desconhecidos. A especulação inicial que apontava para erros de cálculo sobre a resistência das velhas paredes de granito ainda não foi desmentida ou aceite publicamente pela peritagem dos técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), ao qual o Município de Carrazeda solicitou a averiguação do incidente.

O autarca, Eugénio de Castro, estima que esteja para breve a entrega do relatório do LNEC, “peça essencial para retomar o processo e atribuir responsabilidades”. Enquanto tal não acontecer, “a câmara não deve mexer na obra”, salienta o edil, admitindo que a demora está a acarretar “prejuízos” para as pessoas do Vilarinho da Castanheira e para o próprio empreiteiro responsável pela obra, por estar parada.
O MRVC vai ficar instalado num velho e nobre edifício daquela localidade. As aparentemente robustas paredes de granito terão inicialmente oferecido, aos técnicos responsáveis pela obra, garantias de que viriam a aguentar com as obras adicionais necessárias à adaptação para museu. Mas não aguentaram. No início de Dezembro do ano passado, as paredes do segundo corpo do edifício não resistiram ao peso da placa em betão e ruíram. Valeu que à hora do incidente, manhã cedo, ainda os trabalhadores não tinham iniciado a jornada, caso contrário poderia ter-se transformado numa tragédia.
Nos dias seguintes, a oposição socialista da câmara de Carrazeda exigiu explicações sobre o sucedido e pediu que fossem apontados os responsáveis; o presidente social-democrata recusou emitir opiniões para não especular, solicitando depois ao LNEC uma investigação à obra.
O Museu Rural do Vilarinho da Castanheira é um investimento de cerca de 250 mil e euros e destina-se a acolher um conjunto de artefactos ligados à actividade rural do concelho de Carrazeda de Ansiães, de modo a preservá-los no tempo."


Escrito por Eduardo Pinto no Informativo
Foto do nosso arquivo
Segunda, 23 Outubro 2006

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