Para mim, foi com a chegada do verão que caíram as máscaras. Com elas veio então um silêncio ensurdecedor. Confesso a minha tristeza perante o testemunho da revelação dos personagens, por de trás das máscaras. Eu próprio tinha definido o perfil dos disfarçados. Teria de ser gente disponível, desocupada, gente vaidosa e possivelmente sustentada pelo sistema. Gente capaz de desempenhar o papel de serviçal para todo o serviço, a troco da manutenção de um estatuto que poderia estar em perigo.
Mesmo assim reconheço que senti alguma desilusão.
Por sua vez e enquanto o insulto boçal foi anónimo pouca importância lhe haveria de dar. Infelizmente poucas vezes este teve para mim graça ou foi disfarçado de “crítica”, o que poderia ter demonstrado um maior empenhamento por parte dos seus autores.
Agora, caída a máscara, compreendo o embaraço com que estes mostram a sua face exacta. Deve ser dramático e assustador. É que agora já não escapam ao epíteto de cobardes e de “lambe botas”, nem que tentem justificar que a culpa não é só deles.
Pessoalmente hei-de saber perdoar. No fundo sem o perceberem talvez até estivessem a pedir ajuda, tal e o beco em que se meteram. Não acredito que numa de exibicionismo tenham pretendido ser descobertos.
Para mim, responder a um anónimo que insulta, foi sempre considerado uma perda de tempo ainda que o tenha tentado, indirectamente. Afinal não se pode exigir de quem insulta que ainda por cima, compreenda o ponto de vista de quem responde e se defende. Não é possível ter os dois mundos numa só pessoa.
Talvez consigam redimir-se e sentir que ainda podem ser úteis.
Da minha parte continuarei a mover-me aqui pelo desejo provado de ajudar a minha terra a ser melhor. É na minha terra que desejo desfrutar os meus derradeiros anos de vida, por isso nela saberei encontrar os equilíbrios e a harmonia indispensáveis para nela viver com os outros. Mas que ninguém se iluda a vida para mim “não vale a pena se tiver de ser vivida com a alma de escravo”.
Hélder Carvalho
Mesmo assim reconheço que senti alguma desilusão.
Por sua vez e enquanto o insulto boçal foi anónimo pouca importância lhe haveria de dar. Infelizmente poucas vezes este teve para mim graça ou foi disfarçado de “crítica”, o que poderia ter demonstrado um maior empenhamento por parte dos seus autores.
Agora, caída a máscara, compreendo o embaraço com que estes mostram a sua face exacta. Deve ser dramático e assustador. É que agora já não escapam ao epíteto de cobardes e de “lambe botas”, nem que tentem justificar que a culpa não é só deles.
Pessoalmente hei-de saber perdoar. No fundo sem o perceberem talvez até estivessem a pedir ajuda, tal e o beco em que se meteram. Não acredito que numa de exibicionismo tenham pretendido ser descobertos.
Para mim, responder a um anónimo que insulta, foi sempre considerado uma perda de tempo ainda que o tenha tentado, indirectamente. Afinal não se pode exigir de quem insulta que ainda por cima, compreenda o ponto de vista de quem responde e se defende. Não é possível ter os dois mundos numa só pessoa.
Talvez consigam redimir-se e sentir que ainda podem ser úteis.
Da minha parte continuarei a mover-me aqui pelo desejo provado de ajudar a minha terra a ser melhor. É na minha terra que desejo desfrutar os meus derradeiros anos de vida, por isso nela saberei encontrar os equilíbrios e a harmonia indispensáveis para nela viver com os outros. Mas que ninguém se iluda a vida para mim “não vale a pena se tiver de ser vivida com a alma de escravo”.
Hélder Carvalho
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