07 maio 2006

Muita parra e pouca uva

A região de Bragança continua limitada pelas acessibilidades nas suas justas aspirações de desenvolvimento. As sucessivas vagas de governantes em visitas de paróquia trouxeram inúmeras promessas sucessivamente incumpridas, adiadas e muitas vezes alteradas pelos diferentes Governos. As promessas são sempre mirabolantes que se saldam por outras tantas frustrações.

Eis alguns dos que muito prometeram e não cumpriram:

Mário Soares

Nos dois primeiros governos constitucionais, prometia a construção do IP4, a estrada que quebraria as fronteiras do interior nordestino com o litoral e ligaria a região a Espanha. Trinta anos decorridos, o percurso ainda não está concluído, falta a ligação ao país vizinho.

António Guterres

Em visita à região nos anos noventa profere a conhecida frase que promete colocar Bragança no mapa de Portugal. Anunciou uma verba, na altura ainda em escudos, de 30 milhões de contos [150 milhões de euros] para investimentos em estradas, IC5, IP4, IP2…

Durão Barroso

Chegou ao poder e, em Março de 2002, prometeu prolongar a auto-estrada entre Amarante e Vila Real.

Santana Lopes

Foi mais longe que o seu antecessor: Em Setembro de 2004, prometeu prolongar a auto-estrada até Bragança. A medida foi enquadrada na decisão política de ligar directamente todas as capitais de distrito do país à rede de auto-estradas. Os poucos meses que Santana esteve no poder chegaram ainda para anunciar a conclusão até 2009 de todas as vias estruturantes de TMAD (veja aqui no blogue). A promessa foi feita em Novembro de 2004, também em Bragança, num Conselho de Ministros descentralizado.

Agora...

José Sócrates

Prometeu antecipar para 2012 a conclusão de todas as vias previstas no Plano Rodoviário Nacional 2000 para a região, e para 2011 o prolongamento da A4, entre Amarante e Bragança. Os nordestinos serão dos primeiros a ver concluída a sua rede prevista no PRN.

Ainda dará para acreditar em promessas?

1 comentário:

AJS disse...

Convém lembrar que a promessa de "colocar Bragança no mapa" feita por Guterres, foi em parte cumprida. Veja-se que o IC5 foi pela 1ª vez incluido no Plano Rodoviário Nacional 2000. Até aí falava-se no IC30 que partia do Franco (IP4) até Miranda do Douro. Foi o Partido Socialista de Carrazeda de Ansiães, honra lhe seja feita, que pela 1ª vez nas autárquicas de 1997 lançou o repto ao Governo e a todas as forças políticas concorrentes na defesa do IC5, com saída do Pópulo (IP4), passando por Carrazeda, Vila Flor, Alfândega, Mogadouro, Miranda. Obteve diversos apoios, nomeadamente do Presidente de Câmara de Alijó, Dr.Cerca e foi com agrado e regozijo que vimos o IC5 contemplado no PRN2000. Ainda no Governo de Guterres se iniciou a ponte de Sardão-Meirinhos (IC5). Construiu-se o troço do IP2, Macedo-Vale Benfeito. Alargou-se e repavimentou-se o troço do IP4 de Macedo a Bragança. Depois como sabemos o homem demitiu-se face aos fracos resultados eleitorais nas autárquicas de 2001 e daí para cá, isso sim, é que nada foi feito. Relativamente ao Eng Sócrates, apenas queria rectificar a notícia. O Eng Sócrates não veio prometer nada. O Eng Sócrates veio sim anunciar o início das obras.O IC5 estará no terreno já em 2007 e o IP2, como se pode ver no site www.portaldeempreitadas.pt está já a concurso o projecto do troço de Vale Benfeito-Ponte do Sabor. Não são promessas! É mesmo para andar. O concurso para o projecto do túnel do Marão, um dos maiores da Península Ibérica, será aberto salvo erro até Julho. Temos já diversas provas de que estamos perante um 1º ministro que quando diz que é para andar, é mesmo! Ainda bem, pois os Transmontanos ganham com isso.