Os nordestinos têm vindo a assistir a uma guerra entre os principais municípios do distrito. Primeiro surda, sob a forma de cartazes e que nos últimos tempos tem aparecido pública e noticiada pelos órgãos regionais. A contenda é já antiga e iniciou-se com a intenção da administração central de fechar serviços no distrito. As primeiras reacções públicas assumiram a forma de abaixo-assinados, cartazes e declarações protagonizadas pelos presidentes das Câmaras de Mirandela e Bragança. Parecia que os objectivos eram comuns - o desvanecimento dos transmontanos foi enorme e o seu orgulho atingiu níveis nunca vistos. Foi bonito ver os dois edis juntos, risonhos, mas decididos nas fotografias, cordatos nos discursos, irmanados na vontade de defender os nordestinos e de estancar a desertificação, quais modernos mosqueteiros em defesa intransigente da região contra o habitual desprezo do Terreiro do Paço de Lisboa. A colocação de cartazes deu brado. José Silvano anuncia o fim de Portugal à entrada de Mirandela e através de abaixo-assinados e de manifestações várias protagoniza o sentimento de descontentamento dos naturais e toma a liderança do combate ao desmantelamento e encerramento de serviços. Bragança segue os mesmos passos, anuncia em grandes cartazes que também é Portugal, toma uma posição mais serena e parece esgrimir os seus trunfos nos bastidores. Os resultados desta luta já trouxeram alguns proveitos: a Direcção Regional de Agricultura fica em Mirandela e o descontentamento geral parece obrigar o primeiro-ministro José Sócrates a deslocar-se ao distrito a anunciar mais empreendimentos do Governo na região.
Porém quando os recursos existentes são poucos e não chegam para todos, brevemente se chega à confrontação na defesa da sua paróquia, esquecendo o interesse geral. Trata-se de saber qual é a maternidade que irá prevalecer no distrito e que está a dar lugar a um braço de ferro entre a autarquia de Mirandela e a de Bragança. O Governo salomonicamente entregou a decisão ao recém-criado Centro Hospitalar do Nordeste que agrega os três hospitais distritais: Bragança, Macedo e Mirandela. Bem recentemente José Silvano, presidente da Câmara Municipal de Mirandela veio anunciar a intenção da autarquia assumir a gestão do Hospital, caso o governo pretenda encerrar a sala de partos daquela unidade. Com esse passo, Silvano retiraria o hospital de Mirandela do Centro Hospitalar do Nordeste, que agrega os três hospitais do distrito de Bragança. Na base desta decisão estaria a suposição do edil mirandelense que o Centro Hospitalar estará a ceder a pressões para manter a maternidade de Bragança.
A ideia do autarca é criar uma Unidade Local de Saúde, que faça a gestão do hospital e de alguns centros de Saúde. Mirandela assumiria uma posição de liderança de parte da região e ao comum observador parece haver uma clara intenção de dividir para reinar.
Agora Jorge Nunes, presidente do município brigantino considera que o presidente da câmara de Mirandela está a fragilizar a luta pela manutenção das duas maternidades no distrito de Bragança. O autarca da capital de distrito vê neste extremar de posição a fragilização da luta pela continuidade das duas maternidades no distrito. Para o presidente da câmara de Bragança a constituição do Centro Hospitalar foi um acto positivo para os interesses da região, que não deve ser posto em causa. Jorge Nunes crê que nenhuma autarquia tem vocação para gerir hospitais e centros de saúde, como parece ser propósito do homólogo de Mirandela e acredita que com uma luta conjunta pode ser possível reivindicar as duas salas de partos existentes.
Este é um caminho perigoso, de conflito que poucos entenderão e não trará qualquer resultado. No caso das maternidades, quer a opção por Mirandela e Bragança, mais por esta, não terá possibilidades de futuro e o objectivo do número de partos exigido nunca será atingido. A escolha de Bragança ditará que todo o sul do distrito irá recorrer a Vila Real ou até ao Porto para ter os seus filhos. A manutenção da maternidade em Mirandela, consubstanciado do encerramento da unidade da capital do distrito, será uma grande machadada no orgulho bragançano e crê-se que muitos naturais do norte do distrito recorrerão a Espanha para ter os seus filhos. Toda a decisão acarretará prejuízos. Porém não é tempo de confrontações ou de guerras de “capelas”, mas sim de união de esforços, de projectos agregadores e válidos para construir o futuro da região. Espera-se que os líderes estejam à altura dos novos tempos!
Porém quando os recursos existentes são poucos e não chegam para todos, brevemente se chega à confrontação na defesa da sua paróquia, esquecendo o interesse geral. Trata-se de saber qual é a maternidade que irá prevalecer no distrito e que está a dar lugar a um braço de ferro entre a autarquia de Mirandela e a de Bragança. O Governo salomonicamente entregou a decisão ao recém-criado Centro Hospitalar do Nordeste que agrega os três hospitais distritais: Bragança, Macedo e Mirandela. Bem recentemente José Silvano, presidente da Câmara Municipal de Mirandela veio anunciar a intenção da autarquia assumir a gestão do Hospital, caso o governo pretenda encerrar a sala de partos daquela unidade. Com esse passo, Silvano retiraria o hospital de Mirandela do Centro Hospitalar do Nordeste, que agrega os três hospitais do distrito de Bragança. Na base desta decisão estaria a suposição do edil mirandelense que o Centro Hospitalar estará a ceder a pressões para manter a maternidade de Bragança.
A ideia do autarca é criar uma Unidade Local de Saúde, que faça a gestão do hospital e de alguns centros de Saúde. Mirandela assumiria uma posição de liderança de parte da região e ao comum observador parece haver uma clara intenção de dividir para reinar.
Agora Jorge Nunes, presidente do município brigantino considera que o presidente da câmara de Mirandela está a fragilizar a luta pela manutenção das duas maternidades no distrito de Bragança. O autarca da capital de distrito vê neste extremar de posição a fragilização da luta pela continuidade das duas maternidades no distrito. Para o presidente da câmara de Bragança a constituição do Centro Hospitalar foi um acto positivo para os interesses da região, que não deve ser posto em causa. Jorge Nunes crê que nenhuma autarquia tem vocação para gerir hospitais e centros de saúde, como parece ser propósito do homólogo de Mirandela e acredita que com uma luta conjunta pode ser possível reivindicar as duas salas de partos existentes.
Este é um caminho perigoso, de conflito que poucos entenderão e não trará qualquer resultado. No caso das maternidades, quer a opção por Mirandela e Bragança, mais por esta, não terá possibilidades de futuro e o objectivo do número de partos exigido nunca será atingido. A escolha de Bragança ditará que todo o sul do distrito irá recorrer a Vila Real ou até ao Porto para ter os seus filhos. A manutenção da maternidade em Mirandela, consubstanciado do encerramento da unidade da capital do distrito, será uma grande machadada no orgulho bragançano e crê-se que muitos naturais do norte do distrito recorrerão a Espanha para ter os seus filhos. Toda a decisão acarretará prejuízos. Porém não é tempo de confrontações ou de guerras de “capelas”, mas sim de união de esforços, de projectos agregadores e válidos para construir o futuro da região. Espera-se que os líderes estejam à altura dos novos tempos!
Sem comentários:
Enviar um comentário