16 março 2006

Maternidades

O ministro da Saúde recomenda a concentração dos partos no distrito de Bragança numa única maternidade mas deixa nas mãos do conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste a decisão sobre qual das maternidades deve encerrar: Bragança ou Mirandela. Uma decisão que terá de surgir até ao final deste ano.
Estamos com grande expectativa para saber a decisão. De um lado, Mirandela com a argumentação de que faz mais partos, é mais central para o distrito, possui melhores condições; do outro, Bragança, de que é a capital de distrito, os concelhos fronteiriços irão ter os filhos a Espanha. Uma batata quente nas mãos dos actuais gestores dos três hospitais distritais. Espera-se que os dados não estejam viciados à partida, pois os gestores são afectos ao hospital bragançano como referimos há tempos neste espaço. Para o comum observador a escolha pelas premissas apresentadas seria de fácil resolução e a solução Mirandela impõe-se por todas as razões, porém há "razões que a razão desconhece".
Para Carrazeda a solução, se não passar pela "princesa do Tua", terá Vila Real que fica ali ao "virar da esquina" se construirem o falado IC5.


Segundo Strecht Monteiro “o Estado não deve perder a sua função social de gerir o país de uma forma solidária entre o Interior e o Litoral” e não tem dúvidas em dizer que será um erro político se for encerrada alguma das maternidades do distrito de Bragança. O antigo director da maternidade Júlio Dinis também não aceita os argumentos utilizados sobre a alegada falta de condições técnicas e humanas para justificar que os partos não são realizados com qualidade e segurança. Strecht Monteiro chega mesmo a elogiar o trabalho dos profissionais nas maternidades do interior, quando comparado com os que trabalham nos grandes centros. Strecht Monteiro também desmonta o factor económico, porque considera que ficará mais caro ao Estado se encerrar alguma maternidade no interior. Para o antigo director da maternidade Júlio Dinis do Porto é favorável à manutenção das maternidades de Bragança e Mirandela, ao contrário do que sugere estudo das maternidades, a concentração numa única sala de partos.

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