29 novembro 2005

Interpela-

-me o Escultor Hélder de Carvalho a propósito do aplauso que aqui expressei de forma ruidosa e quiçá desassombrada no louvor à parceria que a Junta de Freguesia de Carrazeda de Ansiães estabeleceu com a Escola do Primeiro Ciclo local. Mais que a referência ao acto em si, que consideramos meritório, acresce o facto da valorização deste tipo de acções nas diversas nuances que passo a enumerar.
Primeira, a escola, para além de local de aplicação de uma política nacional de educação, é também o local de elaboração e realização de uma política educativa local que deve favorecer a ligação à comunidade, a outros saberes e novos interesses sociais descentralizados
Segunda, o papel de escola e de comunidade escolar só se cumprirá quando interagir com o meio e com as instituições que estão no terreno. A Escola só terá sentido se servir a comunidade e nela assentar a sua razão de existir. Com o meio se relacionará e encontrará formas de um enriquecimento mútuo.
Terceira, à instituição escolar são pedidas cada vez mais respostas (veja-se meu “post” a propósito) a que ela não consegue dar e terá de contratualizar soluções com as instituições locais.
Por último, como bem dizia o nosso presidente da República "Ao fim de 30 anos de democracia, as infra-estruturas primárias estão realizadas na maior parte dos casos. E há novas funções que reclamam a atenção das autarquias, como tratar dos nossos velhos e das escolas." O Dr. Jorge Sampaio aponta um caminho de futuro. É pela escola que nos valorizaremos e passa o nosso desenvolvimento comum. Até aqui (parece que ainda vamos continuar, veja-se a OTA e o TGV) temos valorizado o cimento e a construção da obra física. Os resultados obtidos não são de todo satisfatórios. Quiçá, estará na altura de uma aposta séria e concertada na educação.

Quanto ao papel que este blogue tem ou poderá a ter, já muito se escreveu e foi dito sobre ele. Ele será o que todos nós quisermos que ele seja. Para mim é “… um espaço de liberdade que acredita na força da polémica para enfunar velas no barco rumo ao desenvolvimento”.

P. S.
Quanto ao professor/doutor com que me "albarda", agradeço-lhe o gesto (...) porém saiba que para mim esses são "apêndices" escusados e que sobram no relacionamento de amigos.

1 comentário:

josé alegre mesquita disse...

Tenha dó Zero Amarelo, o "albarda-me" é apenas uma figura literária. Tem de ler o Aquilino para deixar de se incomodar com a força que a Língua Portuguesa tem e a variedade de vocábulos predominentemente rurais.