18 abril 2005

Pensar dos leitores

TEATRO
- A mais humana das artes –

O homem, desde os primórdios da humanidade, sempre teve propensão para manifestar de diversas formas o que sentia, o que sonhava, o que idealizava.
Surgiram, em consequência, as artes: a pintura, a arquitectura, a música, o teatro, o cinema…
De todas elas, eu quero hoje destacar uma que me parece ser a mais estreitamente ligada ao homem, a mais humana: o teatro.
Nele, pessoas representam directamente para outras pessoas cenas da vida e sentimentos (amor, ódio, coragem, cobardia, abnegação).
Até agora, o teatro (a arte de representar) tem servido apenas para expor perante as pessoas enredos da vida. Sempre, através dele, se pretende fazer pensar ou simplesmente distrair.
Os tempos actuais, entretanto, começaram a exigir que o relacionamento humano fosse cada vez mais perfeito e chegou-se à conclusão que a comunicação entre os homens poderia melhorar imenso se estudássemos a melhor técnica a usar.
Ora o teatro, de arte consistente em representar em palco, passou a técnica que ensina a representar na vida real.
A palavra “representar” teve, durante muito tempo, o sentido pejorativo de modo subtil de mentir. E é-o efectivamente, pois a vida é, ela própria, uma mentira na medida em que não passa de uma ilusão que se desvanece com a morte.
Sendo a vida uma representação, então é bom que esta se faça de modo tecnicamente correcto ou até perfeito.
A comunicação humana exige um certo tom de voz (ou vários tons de voz, conforme as circunstâncias), diversos tipos de gestos, diversas expressões faciais.
É bom que tudo isto se faça bem para que os homens melhor se entendam.
Parece ser o teatro a técnica indicada para o conseguir. Logo, seria desejável que o ensino contemplasse esta faceta e o teatro (sobretudo a técnica de representar em sociedade) fosse uma disciplina do currículo normal de todo o cidadão.
Parece que isso ainda não foi posto em prática e é possível que o não seja tão depressa.
Pode, no entanto, um executivo camarário clarividente trabalhar no sentido de propiciar aos munícipes, sobretudo os mais jovens (não de forma forçosamente gratuita), um curso dirigido por um bom actor de “representação na vida”.
Tratar-se-ia, talvez, de um certo pioneirismo que poderia dar prestígio à autarquia e servir de exemplo a nível nacional.

JLM

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