02 dezembro 2004

Dia de chuva,

dia de trabalhos redobrados para os encarregados de educação e para os professores do 1.º Ciclo. A atracção pela chuva da pequenada fá-los esquecer possíveis consequências para a saúde. Por mais avisos que se façam, a brincadeira fá-los esquecer a prevenção.
Nos intervalos e para estes dias, na escola do 1.º Ciclo da nossa vila, temos dois cobertos com uma área de 50 m2 cada que servem cerca de uma centena de crianças, resultado: em média um metro quadrado para cada uma. Os cobertos não têm qualquer protecção lateral, estão sujeitos às imtempéries da chuva, do vento e do frio. Eles foram construídas para crianças da primeira metade do século XX, com personalidades sossegadas e disciplinadas , obedientes. Não têm as mínimas condições para albergar crianças do século XXI que são activas, e até irrequietas, que reagem continuamente a estímulos lúdicos.
Como é possível manter uma centena de crianças durante trinta minutos num espaço tão exíguo?
Como é possível organizar recreios sem o mínimo de condições para tempos invernosos e particularmente chuvosos?
São perguntas a que é difícil dar respostas coerentes e articuladas, para mais se pensarmos que, no nosso país, as piores condições de equipamento se verificam sempre nos níveis inferiores de escolaridade e particularmente o 1.º Ciclo do Ensino Básico.

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