04 novembro 2004

A construção em Carrazeda

Nos últimos tempos temos assistido a uma construção desenfreada na vila de Carrazeda. Pela primeira vez constroem-se os prédios de apartamentos e contam-se já uma mão cheia destes edifícios. É um sinal de modernidade e desenvolvimento, dir-nos-ão.
Carrazeda detém em questão de terrenos para construir, preços que a "vox populi" considera exorbitantes. O metro quadrado para construção ronda os 2000 € (quarenta contos) e as habitações prontas são também caras se comparadas com outras vilas e cidades do interior e mesmo até com zonas no litoral, por exemplo, o Porto. Um simples T3 ronda sempre os 100 mil euros (vinte mil contos) Pensamos que o aumento da área urbanizada poucas repercussões tem tido no decréscimo do mercado local da habitação, como seria lógico.
Porém, o que nos leva a reflectir neste dia é a possibilidade de degradação da imagem urbanística da vila. O património ambiental, humano e habitacional é essencial e inestimável nos tempos em que vivemos e particularmente em vilas de interior como a nossa. Este bem é condição sine qua non para atracção humana e assim poder limitar a redução da população provocada pela desertificação. A manutenção da qualidade ambiental e estética das nossas terras é o instrumento mais valioso que possuímos para os desafios do futuro. Em indústria, em comércio, mesmo em termos agrícolas não podemos ombrear com o litoral ou com os grandes espaços conhecidos. Podemos competir em qualidade de vida, em silêncio, em paisagens, em beleza envolvente e oferecer um bom cardápio em termos turísticos. São esses argumentos que teremos de esgrimir e apresentar.
Tenho ouvido falar na comunicação social de políticas rigorosíssimas na construção e urbanização em alguns municípios do Alto Minho que ajudam a preservar um traço característico e específico que torna atractivos aqueles concelhos. Se visitarmos alguns povoados no país vizinho, bem perto de Bragança ou de Chaves, rapidamente verificamos o cuidado demonstrado pelos autarcas neste domínio. O turismo deve constituir uma aposta séria para o nosso desenvolvimento.
O que vejo nos edifícios de apartamentos não me agrada em termos estéticos e creio sinceramente que estão a desvirtuar a fisionomia da vila... CONTINUA

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