03 setembro 2004

Feira da Maçã e do Vinho e o gasto de dinheiros públicos

A Feira do Vinho, da Maçã e do Azeite é um certame que sucede anualmente em Carrazeda de Ansiães e tem como principal objectivo a promoção destes três produtos tidos como mais significativos da economia agrícola do concelho. Por arrastamento serão também as festividades da vila e do concelho.
Antes conhecidas pela maçã e o vinho vieram acrescentar-lhe o azeite que tal como aqueles será um produto emblemático. A verdadeira explicação deste acrescento parece-me ter sido o recente investimento da Cooperativa Agrícola no seu lagar de azeite que será também uma aposta do município local. Produtos importantes são-no também a batata, a castanha, a laranja... um destes anos ficaremos sem fôlego para dizermos o nome da Feira. Adiante...
Um certame desta natureza localizado numa terra de interior necessitaria de alguma imaginação para ultrapassar fronteiras e atingir as metas programadas, ou seja a promoção das culturas referidas. É reconhecido que a dinâmica do evento está em decrescendo e os exemplos de municípios vizinhos poucos frutos recolhe. Atente-se a Vila Flor e veja-se o crescendo de importância da sua feira de sabores, fruto das ideias e da imaginação dos seus responsáveis. Este ano teve honras de um dos principais programas de televisão nacional, O Herman SIC, e a inclusão do famoso cozinheiro Michel trouxe grand notoriedade ao acontecimento. Estas são as tais ideias de que falo. Atente-se ao fumeiro de Vinhais, às cerejas de Alfândega, ao vinho de S. João da Pesqueira, para não falar de outros certames e saberão do que quero dizer.
Enquanto a imaginação , a inteligência e saber-fazer não forem postos ao serviço da realização não passará de uma simples festividade de Verão.
Isto para dizer que é cada vez mais importante o gasto dos dinheiros públicos que, pelos vistos, são cada vez mais raros e preciosos. Na dita Feira, uma das iniciativas louvadas é elaboração do vinho que inclui a pisa das uvas á vista de todos. São feitas 1 000 (mil) garrafas, segundo informação dos jornais, que servirão para o município doar quando nos visitam ilustres personagens. Pergunto: que espécie de controlo há sobre essas garrafas? Aos convidados é oferecida uma garrafa, uma dezena, uma centena... quantas? Existe um regulamento para estas doações ou obedece à lei da simpatia do ofertante?

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